Yasmim deve deixar a Santa Casa hoje e ir para abrigo

DA REPORTAGEM

Previsto para esta sexta-feira (15) a saída da recém nascida Yasmim da maternidade da Santa Casa de Penápolis. Ela está internada no hospital desde a última segunda-feira (11) quando foi encontrada no bairro Pereirinha em Penápolis.
A menina que foi encontrada por uma jovem, estava numa mochila enrolada em panos, na calçada em frente a um terreno baldio. Junto à bebê havia um bilhete escrito pela suposta mãe dizia não ter condições de criá-la e pedia para que cuidassem de Yasmim.
Segundo o que foi apurado, a menina recebeu alta médica desde a tarde de ontem (14), entretanto, ainda era aguardada a finalização de documentos para a sua liberação. Ela será levada para uma instituição de acolhimento em Penápolis, e a expectativa é de que hoje ainda, uma equipe técnica do Fórum local, formada por assistente social e outros profissionais, inclusive o Juiz da Infância e Juventude, Dr. Heber Gualberto Mendonça,   acompanharão sua saída do hospital para que seja levada ao acolhimento. O Serviço Institucional de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, conhecido também por Casa Abrigo, passou por adequações necessárias para receber a recém nascida.

Determinação
Em entrevista coletiva à imprensa no fim da tarde de ontem, o juiz da Vara da Infância e Juventude de Penápolis, Heber Gualberto Mendonça, anunciou a transferência do bebê para a Instituição, explicando que a intenção de manter a criança na instituição é de ser um local seguro onde há todas as garantias de atendimento adequado até que se esgotem as possibilidades de se encontrar a mãe ou algum parente próximo à menina. 
“Temos uma equipe técnica do próprio Fórum trabalhando com o objetivo de encontrar a mãe do bebê. São psicólogas e assistentes sociais que estão empenhadas neste trabalho, além de contarmos com o apoio da Polícia Civil”, explicou o juiz.
Segundo ele, se a mãe da menina for localizada neste período, ela terá o direito de explicar os motivos que a levaram ao abandono da filha, havendo, inclusive, a possibilidade de a criança voltar para ela. “Claro que uma decisão assim não dependerá apenas de sua manifestação. Ela terá que passar por uma avaliação e acompanhamento psiquiátrico antes da decisão. Temos que lembrar que ela tem o direito de se explicar, pois não sabemos os motivos que a levaram a prática deste ato”, destacou. 
Mendonça esclareceu ainda, que não há prazo para o desfecho da situação, que se necessário, a bebê poderá ser encaminhada para a adoção através do Cadastro Nacional de Adoção. “Neste processo, verificamos as informações das famílias que se encontram aptas para receber esta criança e, a partir daí iniciamos um período de convivência”. 
A  manifestação de pessoas para a adoção de Yasmim tem sido grande nos últimos dias, até mesmo um casal de Miami, nos Estados Unidos, teria se manifestado em favor da menina.
O juiz, entretanto, ressalta “a adoção de uma criança não pode ser feita por causa da comoção causada por um caso como este. Existem critérios que precisam ser analisados e os pais adotivos precisam estar cientes de suas responsabilidades. Tudo tem que ser feito de forma muito bem pensada e planejada, pois uma adoção é irreversível”, finalizou.

(Rafael Machi)