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CIDADE & REGIÃO

18/12/2009

Usina Campestre: Prioridade é quitar dívidas com trabalhadores braçais

Detalhes Notícia

DA REPORTAGEM

Aproximadamente 150 fornecedores de cana-de-açúcar da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, estiveram ontem pela manhã na sede do Sindicato Rural de Penápolis para discutir o recebimento das dívidas junto à empresa.
Na oportunidade, o sócio-proprietário da Sucral Engenharia e Processos Ltda, gestora judicial provisória, Carlos Eduardo Heise, informou aos presentes que a prioridade da empresa é quitar as dívidas com os trabalhadores braçais, em especial os cortadores de cana. “Estamos fazendo de tudo para reverter à situação em que se encontra a Usina, cumprindo todos os compromissos firmados antes por outras pessoas”, comentou. A Sucral firmou um compromisso por escrito esta semana, garantindo que irá pagar os trabalhadores rurais até a próxima segunda-feira, 21. O valor total da dívida não foi divulgado. O compromisso firmado pela empresa inclui a quitação dos salários do mês de novembro, 1ª e 2ª parcelas do 13º salário, rescisão contratual, aviso prévio trabalhado e 1/3 das férias. A medida beneficiará 120 cortadores de cana oriundos dos estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco, que esperam o recebimento dos salários para retornarem às suas cidades de origem. O sócio-proprietário da Sucral lembrou aos fornecedores que após quitar as dívidas com estes trabalhadores, a próxima prioridade será com os parceiros, incluindo os fornecedores. “Todos nós sabemos que sem cana-de-açúcar, a Usina não funciona e pode até fechar. Por isso pedimos um pouco da paciência à todos e um voto de confiança, pois nossa proposta é a melhor possível, visto termos pessoas capacitadas que querem resolver esta situação”, destacou. Ele acrescentou que no momento em que assumiram a direção da Usina, notaram que existem produtos inacabados, compromissos a honrar e falta de dinheiro em caixa, bem como impostos atrasados e encargos trabalhistas como o FGTS. O vice-presidente da Pliscana e vereador Ricardinho Castilho, que é um dos membros da comissão de fornecedores formada pela categoria que inclui um representante do Sindicato Rural, um do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e um representante da Pliscana, associação que atua no setor, garantiu que se toda a categoria se unir, esta situação poderá ser solucionada em pouco tempo. “Estamos todos do mesmo lado, pois somos credores e sem fornecedores a usina não funciona. Para isso, é necessário que haja transparência nas ações desta nova gestão e que estes pensem na situação que muitos fornecedores se encontram financeiramente”, disse.

Intervenção
A intervenção da Campestre foi determinada pelo juiz da 2ª Vara do Fórum de Penápolis, Adriano Rodrigo Ponce de Oliveira, em atendimento a uma ação de penhora movida por um dos maiores credores da indústria, Jorge Kaysserlian, para receber uma dívida de R$ 2 milhões - incluindo 93.153 sacas de açúcar que deveriam ser entregues no período de 15 de fevereiro de 2008 a 15 de março de 2008. No dia 11 de novembro, duas empresas assumiram a direção da açucareira, numa comissão composta também por José Egreja. Entretanto, o juiz determinou o afastamento do presidente da usina. Esta semana, a família Egreja entrou com recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) requerendo a volta de José Egreja à presidência da empresa. Essa medida trouxe insegurança aos novos administradores, que não querem tomar nenhuma decisão - inclusive pagar dívidas - antes do recurso ser julgado.

Ações
Por determinação judicial e por um prazo estimado de seis meses, estão suspensas todas as ações ou execuções contra a Usina Campestre, período em que a nova gestão tentará recuperar os créditos. O procedimento, identificado por recuperação judicial, abrange o artigo 52 na Nova Lei de Falências. O juiz responsável pela determinação, Rodrigo Chammes, também nomeou como administrador judicial, o advogado Ely de Oliveira Faria, da cidade de Araçatuba. O administrador terá um prazo de dez dias para informar ao juízo a situação da empresa, bem como se haverá a necessidade da contratação de auxiliares. A Justiça ainda nomeou conforme prevê o artigo 65 da NLF, a empresa Sucral para assumir a administração das atividades da devedora, aplicando-lhe, no que couber, todas as normas sobre deveres e impedimentos do administrador judicial.
Na recuperação judicial, a suspensão não excederá em nenhuma hipótese os 180 dias a serem contados do deferimento do processamento de recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar as ações e execução, independentemente de pronunciamento judicial. O procedimento faculta ainda aos credores, a qualquer tempo, requerer a convocação de uma assembléia geral para a constituição do comitê de credores. Apesar de todos os problemas verificados nos últimos meses, a previsão é de que a empresa prossiga na produção de açúcar e álcool. A Usina Campestre, considerada a maior e mais importante empresa de Penápolis, há vários anos passa por dificuldades financeiras, o que resultou no atraso no pagamento dos fornecedores. “Já recuperamos várias usinas que se encontravam na mesma situação e vamos fazer o máximo possível para que na Usina Campestre não seja decretada a falência”, finalizou o sócio-proprietário da Sucral. (IA)

Foto: Aproximadamente 150 fornecedores de cana-de-açúcar participaram ontem pela manhã da audiência

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