Solidária desde cedo: Menina de 9 anos, faz campanha para arrecadar leite

DA REPORTAGEM

A atitude de uma menina de apenas nove anos de idade tem chamado a atenção e mobilizado uma escola inteira nesta última semana em Penápolis. Entre tantos grupos sociais existentes que se mobilizam para fazer arrecadações para entidades que necessitam na cidade, a estudante Ana Paula Pesquero Cazzoli, deu um grande exemplo ao mobilizar sua escola, o Colégio Franciscano Coração de Maria, para que os alunos fizessem doações de caixas de leite longa vida para o Hospital Espírita João Marchesi. A iniciativa e mobilização partiram da própria aluna que já conseguiu dezenas de litros.
Ana Paula revelou que teve a ideia da campanha depois que viu sua mãe, a professora Silvana Pesquero, comprando um fardo de leite em um supermercado. “Eu estranhei a atitude porque não temos o hábito de tomar leite em casa. Quando perguntei, ela me explicou que era para doar para um hospital de nossa cidade que estava precisando e que, já que tínhamos condições, então que podíamos ajudar”, disse. Sensibilizada com a atitude da mãe, Ana Paula também quis ajudar. Assim ela resolveu pesquisar na internet sobre o HE e, diante das informações que havia conseguido, fez um desenho sobre sua campanha e conversou com a coordenação da escola, que deu total apoio à sua atitude. “Quando conversei com minha coordenadora, ela me disse que eu seria a responsável de conversar com os alunos. Na hora fiquei surpresa, pois não sabia como faria, mas depois gostei da ideia, já que ela e minha mãe me ajudaram muito com a maneira com que eu deveria fazer este trabalho”, revelou. 
Com isso, ela passou em todas as salas do Ensino Fundamental de sua escola e conversou com os alunos sobre sua campanha e a necessidade de doar um litro de leite para o hospital. “Eu expliquei o quanto é importante uma doação como esta para o hospital e que toda ajuda é sempre muito bem vinda. Ao pedir o leite para as demais crianças, percebia que elas também se mostravam interessadas”, afirmou. A campanha começou a dar bons resultados, logo nos primeiros dias à escola recebeu dezenas de litros. A quantidade ainda não havia sido contabilizada porque a arrecadação continua nesta semana. “Fiquei muito feliz com as primeiras doações. Alguns amigos me parabenizaram pela atitude, além de professores e a própria direção da escola, o que me fez ficar muito orgulhosa em poder ajudar quem precisa”, enfatizou.

Dever cumprido
Diante de tudo o que vem conseguindo, a estudante que tem múltiplos sonhos, como o de trabalhar com robótica, ser atriz e até mesmo cantora, se diz com a consciência de dever cumprido. “Não tem idade para se fazer o bem para as outras pessoas. Apesar de ainda ser criança consegui sensibilizar meus amigos para que pudessem me ajudar nesta campanha. Estou muito orgulhosa de mim mesma e espero que esta minha atitude possa motivar tantas outras pessoas a praticar o bem”, ressaltou. 
Orgulho, este, que não é sentido somente pela aluna, mas também por seus pais. Para Silvana, mãe da menina, foi uma grande surpresa sua iniciativa. “Eu não esperava essa atitude. Quando ela me procurou dizendo o que queria fazer, dei total apoio, pois sabia que ela fazia aquilo de coração, sem outras intenções. Conversei com ela sobre a maneira como deveria fazer e falar com as turmas nas salas e hoje estamos muito orgulhosos de ver como ela, que ainda é uma criança, se mostrou tão solidária, pensando no próximo”, destacou emocionada. 
O pai de Ana Paula, o vendedor Airton Cazzoli, também destacou a atitude da filha e espera que a iniciativa desperte este espírito solidário também em outras pessoas. “Hoje em dia, é difícil vermos iniciativas tão espontâneas como esta, ainda mais partindo de uma criança de nove anos. Ficamos muito orgulhosos do que ela fez, pois sempre foi uma menina muito amada e acredito que isto foi uma maneira de retribuir este amor, mas com outras pessoas”, finalizou. 
A expectativa é de que a campanha seja encerrada nas próximas semanas com a entrega das doações, beneficiando os diversos pacientes que passam por atendimento no HE.

(Rafael Machi)