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CIDADE & REGIÃO

13/08/2015

Sem água e luz, casas do Gimenes continuam ocupadas

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Uma das ocupantes das casas mostra o balde que deixou no sol durante o dia para tomar banho

DA REPORTAGEM

Há mais de 20 dias morando em situação precária, o grupo de mulheres solteiras que ocupou seis casas no Residencial Gimenes que aguardavam liberação da Justiça, continuam ocupando o espaço. A reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS conversou com algumas delas, que revelaram a difícil situação que estão enfrentando, já que, mesmo ocupando os imóveis, estão sem água e sem energia. Elas estão morando com seus filhos. As casas estariam desocupadas por determinação judicial, já que processos estão sendo analisados sobre o direito de ocupação do espaço por parte dos proprietários sorteados durante os trâmites de distribuição das moradias. 
A reportagem esteve na tarde de ontem no local e constatou que as famílias continuam determinadas a permanecerem nas casas. Enquanto a reportagem estava no local, um carroceiro chegou em um dos imóveis com guarda-roupas e camas de uma das famílias, que aos poucos levavam seus pertences. Segundo uma das ocupantes, Márcia dos Santos Ribeiro, a situação ficou mais crítica depois que o Departamento de Água a Esgoto de Penápolis, o Daep, interrompeu o fornecimento de água para as seis residências ocupadas ilegalmente. Segundo apurado, algumas das famílias ainda estavam retirando água do encanamento que vem da rua para a casa, sendo que posteriormente os funcionários da autarquia interromperam o fornecimento ainda na rua, o que impede a retirada irregular.  “Também estamos sem energia, passando as noites com luz de vela. Sem uma TV, rádio, ou qualquer coisa que sirva como diversão, eu e minhas crianças estamos indo dormir na escuridão logo que o sol se põe, já que também temos receio de ficar com a casa aberta no escuro”, revelou.

Água
Segundo as mulheres ouvidas pela reportagem, a maior dificuldade é a falta de água, que acaba sendo fornecida por parentes e amigos moradores próximos. “Todos os dias temos que pedir água para eles. Lógico que vamos contribuir com o pagamento da conta, mas acabamos em uma situação constrangedora”, comentou. Situação pior é no momento do banho. Para esquentar a água, as famílias revelaram que deixam baldes durante o dia no sol para que ela seja esquentada de forma natural, e acontece com a ajuda de uma canequinha. “Eu ainda acabo dando um jeito, por que somos adultos e nos viramos, mas minha preocupação é em relação aos meus filhos. É humilhante vê-los tomando banho de canequinha, que só ocorre no fim da tarde, quando a água está quente. De manhã, antes de ir para escola, não tomam banho, pois não tem água quente. As vezes esquentamos um pouco no fogão, mas temos que economizar gás”, disse. 

Resistência
Se por um lado a situação é difícil pela falta de água e energia elétrica, por outro as mães se negam a sair das casas, reivindicado o direito de permanecer num espaço que há mais de um ano estava desocupado. Isso é o que pensa outra moradora do local, Raquel dos Santos. “Estamos, sim, passando por muitas dificuldades aqui nas casas. Entretanto, não temos para onde ir, já que não temos dinheiro para aluguel e também não podemos viver de favor. Desta forma vamos brigar por aquilo que precisamos”, comentou. Ainda segundo ela, todas as moradoras que ocuparam as casas não querem o imóvel de graça, mas que possam ter o direito de ocupar um espaço construído e que estava abandonado. “Sempre dizemos isso e reforçamos. Nós vamos nos esforçar e pagar tudo o que for necessário para morarmos aqui, como os impostos. O que não aceitamos é o fato de tanta gente estar realmente precisando de uma moradia e estas casas simplesmente vazias”, ressaltou. 

Explicação
Segundo a Empresa Municipal de Urbanização de Penápolis, a Emurpe, houve um equívoco no sorteio dos imóveis, já que das mais de 230 casas construídas, nove teriam que ser destinadas para solteiros. Na época, foram sorteados mais titulares do que haviam de casas disponíveis. O número excedente seria passado para suplente, mas o processo não foi aceito pelos sorteados, que entraram na Justiça reivindicando o direito à casa, já que havia sido sorteado como titular. Por conta disso a Justiça interditou as nove casas. Deste total, três já foram liberadas, mas as seis ocupadas permanecem em poder da Justiça. 

CDHU
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano informou por meio de nota publicada recentemente que está tomando medidas judiciais contra o grupo de mulheres que invadiu as seis residências. A medida foi tomada ainda no fim do mês de julho, quando a CDHU tomou conhecimento da invasão. A ação ainda segue tramitando e aguarda determinação Judicial para se saber o que será feito junto às famílias.

(Rafael Machi)

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