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CIDADE & REGIÃO

11/03/2007

Saúde: Prevenção de doenças renais deve começar na infância

Detalhes Notícia

No último dia 08 de março foi comemorado o Dia Mundial do Rim. No Brasil, a semana foi marcada por discussões sobre a importância dos cuidados com os rins, promovidas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. A situação geral no país indica que os brasileiros não se preocupam com a prevenção de doenças renais, que deveria ganhar atenção nos primeiros anos de vida da criança.

Dados divulgados pela assessoria de imprensa da SBN apontam que cerca de dois milhões de brasileiros sofrem de doenças renais sem ter conhecimento da sua condição.

Para o nefrologista Ronny Sumer (foto), que atende em consultório particular e também na rede pública, além de ser chefe da UTI da Santa Casa, a situação em Penápolis não é diferente. “As pessoas não costumam lembrar da prevenção e os próprios médicos só pedem o exame se a pessoa tiver aquela feição característica de doença renal, que já é a fase terminal, quando o rim já perdeu a função, o paciente tem uma anemia intratável e a hipertensão passa a ser descontrolada”, comentou. Ainda segundo ele, o que se discute atualmente entre os profissionais são as melhores maneiras de prevenção destas doenças. “O que recomendamos aos pacientes é que peçam ao seu médico para testar seus rins”, explicou, “São exames simples, o de sangue e de urina, feitos na rede pública e que podem acusar alterações na função renal”, contou o médico.

Ele explicou ainda que as nefrites, que são inflamações nos rins, acometem freqüentemente as crianças e que é preciso iniciar o tratamento precocemente para que não se converta em uma doença grave. “Não há idade para estas complicações. Temos crianças com nefrite e com pedras no rim”, contou.

Ainda segundo Ronny, estas nefrites são mais toleráveis nas meninas, já os meninos devem procurar um especialista logo na primeira infecção. “É tolerável nas meninas a infecção num prazo de até uma vez por ano, já que, por ser a uretra feminina mais curta, é mais fácil ocorrer alguma contaminação e gerar a infecção”, explicou.

 

Sintomas

Uma das preocupações dos médicos deve-se ao fato da doença renal ser praticamente assintomática. Diante disso, o nefrologista sugere que as pessoas observem alguns detalhes, como, por exemplo, o hábito de acordar durante a noite para urinar. “Este é o primeiro sinal da doença renal. O paciente renal tem o ritmo invertido, ele vai parar de urinar durante o dia e urinar mais à noite”, disse. Outro sinal seria a eliminação de uma urina espumosa, o que indica a presença de proteínas. “O rim é como um motor, e esta espuma podemos comparar com um vazamento, o que indica a perda da função renal”, acrescentou o médico.

 

Diabetes

As doenças mais freqüentes que atacam os rins são diabetes, hipertensão e as doenças genéticas. O diabetes agride pelo excesso de açúcar, que causa uma lesão renal nos glomeros, presentes na região onde o sangue é filtrado. “O diabético tem os membros inferiores frios e má circulação, o que chamamos de transtorno da micro-circulação. Isto também acontece dentro dos rins, já que o diabetes é uma doença que afeta todos os órgãos”, esclareceu o nefrologista.

Já a hipertensão agride os rins por causa do aumento da pressão com que o sangue chega até o órgão para ser filtrado. “O rim recebe um volume de sangue de quase um litro por minuto. Se este sangue chegar com uma pressão elevada, é uma agressão ao órgão, que pode parar de funcionar”, disse. Por outro lado, a própria infecção urinária pode aumentar a pressão. “Muitos vezes são os rins que afetam a pressão e as pessoas não descobrem que é essa a origem dos problemas”, revelou o especialista.

Com a falta dos rins, o paciente necessita de tratamento com diálise, onde o sangue é filtrado por uma máquina. Em alguns casos, é possível ainda a realização de um transplante renal. “O paciente que faz diálise praticamente não urina. E quanto mais ele tomar água, mais vai aumentar a pressão, porque ele não elimina este líquido”. Além disso, o paciente que perde o rim por completo necessita de uma dieta especial. “Como é o rim que elimina as proteínas do sangue, tem que se evitar o acúmulo de uréia no sangue, que é um derivado da proteína”.

 

Pedras

Apesar da existência de dois rins, infecções imunológicas comprometerão os dois órgãos. O que pode atacar apenas um rim é o caso de cálculos renais, que são as pedras, sobre as quais deve ser descoberto o motivo do seu desenvolvimento.

“Hoje as pedras são tratadas através de exames onde se descobre o motivo de seu aparecimento e, com tratamento medicamentoso, sem cirurgia ou procedimento para quebrá-las, consegue-se evitar as crises e as complicações”, lembrou o médico.

 

Alimentação

Outro aliado do tratamento, principalmente do preventivo, é a alimentação. De maneira geral, quem ingere muita proteína e muito sal tem uma tendência maior para formar cálculos. “Se eu tenho um paciente com muitas pedras e descubro que o problema é por excesso de ácido úrico, eu vou orienta-lo para uma dieta com diminuição de proteínas e sal, que também ajuda no tratamento da hipertensão”, explicou. Já para o paciente com diabetes, é fundamental a diminuição de carboidratos e de açúcar. “Muitos me questionam sobre a cerveja. Quem tem pedra no rim pode tomar cerveja se a pedra não for causada por ácido úrico, caso contrário, será como um veneno”, declarou o médico.

Ele lembrou ainda que o sal inativa grande parte dos remédios utilizados para o tratamento de hipertensão. “A dieta é necessária também por isso. O paciente pode tomar o remédio, mas ter seu efeito comprometido pelo sal”, disse.

A recomendação, tanto para os que apresentam problemas renais quanto para os demais é a constante ingestão de água. “Temos que beber muita água, a vida toda, em quantidades grandes, mas de maneira constante”, finalizou o nefrologista. (AR)

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