Rondon é novamente interditada pelo MST

DA REPORTAGEM

O grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que está acampado às margens da rodovia Marechal Rondon, próximo à Fazenda São José, em Penápolis voltou a ocupar e interditar a rodovia na manhã de sábado (07). O grupo está no local a mais de uma semana e aguardam a inclusão das terras da fazenda na Reforma Agrária. Segundo informações do boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar Rodoviária, a interdição iniciou por volta das 10h00, cerca de 90 pessoas ocuparam os dois lados da pista no quilômetro 481. A movimentação foi pacífica e durou cerca de uma hora, ocasionando uma grande fila de veículos em ambos os sentidos da rodovia. A intenção do movimento foi o pressionar o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a agilizar a inclusão das terras à reforma. Após uma hora, os manifestantes liberaram a pista e retornaram para seus acampamentos. A Polícia Rodoviária acompanhou todo o movimento apenas para impedir atos de vandalismo ou violência, mas nenhum incidente foi registrado. A maioria dos integrantes do assentamento é de penapolenses, alguns inclusive, ex-funcionários da Usina Campestre, pertencente à família proprietária da fazenda. O MST alega que as terras foram colocadas à disposição de bancos, como garantia dos empréstimos feitos pela Campestre. Como os pagamentos não foram efetuados, a fazenda pertenceria ao banco, podendo ser incluída no plano de reforma agrária. Caso isso ocorra poderá beneficiar até 150 famílias. Assim como em outros movimentos na região, a intenção do grupo é pressionar a Justiça para que agilize a decisão sobre inúmeros processos de desapropriação de terras para fins de reforma agrária. Além da fazenda São José, outros grupos do MST ocupam parte arrendada da fazenda Santa Cecília, de propriedade do empresário Oscar Maroni Filho, em Araçatuba e a fazenda São João, em Sud Mennucci. Na região há pelo menos 10 fazendas aguardando decisão da Justiça para serem desapropriadas. (Rafael Machi)