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CIDADE & REGIÃO
06/12/2006
Polêmica: Fechamento de creches em janeiro gera reclamações
No próximo mês de janeiro, as 12 unidades das creches mantidas pela Prefeitura Municipal de Penápolis suspenderão o atendimento para um período de férias. Assim, as cerca de mil crianças atendidas, com idade entre quatro meses e seis anos e 11 meses, terão que passar este período sob o cuidado dos pais. Para a Secretaria de Educação, a medida beneficiará as crianças, que terão um contato maior com a família. Profissionais atuantes na área da educação apóiam a decisão, porém, a opinião não é compartilhada por alguns pais como a faxineira Carmen Lucia Pardo de Carvalho, que necessita deixar suas duas filhas de cinco anos de idade na unidade da Vila Planalto para poder trabalhar. Segundo ela, não há nenhum parente que possa cuidar das crianças. “Se eu cobro R$ 20,00 por faxina, gasto metade para pagar alguém que cuide das crianças”, exemplificou Carmen, que procurou o Diário na tarde de ontem para, segundo ela, reclamar o problema em nome de várias outras mães que se encontram na mesma situação.
Em contato com a Secretaria Municipal de Educação, foi informado pela chefe do serviço, Leonila de Aguiar Torrezan, que o assunto foi discutido em todas as reuniões durante o ano e que em nenhum momento houveram manifestações contrárias por parte dos pais. “No ano passado, uma pesquisa feita nas unidades mostrou que a freqüência em janeiro é de apenas 20%”, disse, “Também constatamos que muitos pais tiram férias neste período, mas mantém os filhos na unidade, impedindo um contato maior da criança com a família”, acrescentou Leonila. Ela lembrou também que em janeiro deste ano foi feita a experiência de atender os casos de pais que não poderiam se ausentar do trabalho, reunindo as crianças nas creches da Vila Aparecida e Vila Planalto, porém, a freqüência teria sido muito baixa. “Das 172 crianças a serem atendidas, em média apenas 50% compareceram, ou seja, nem mesmo os interessados utilizaram o serviço”, comentou. Sobre as reclamações atuais, o secretário de Educação, Cledivaldo Donzelli, afirmou que, dentre todos os pais, apenas três teriam alegado não ter onde deixar seus filhos. “A questão foi muito bem colocada durante as reuniões e ninguém procurou a Secretaria para reclamar”, comentou ele.
Benefício
A decisão da Secretaria tem o apoio de profissionais como psicólogos, sociólogos, pediatras e representantes de entidades que integram o Grupo de Apoio à Rede, com os quais foi discutido o assunto ainda no início de novembro.
A argumentação é de que a criança necessita de um tempo fora da creche, recebendo atenção por um período maior por parte dos pais e familiares, para fortalecer a identidade da família e o convívio entre todos. Além disso, o recesso leva ao melhor funcionamento das unidades, já que, com férias coletivas, no restante do ano será mantido um atendimento sem comprometimentos por falta de funcionários, além da possibilidade dos prédios receberem reformas e modificações neste período. (AR)
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