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CIDADE & REGIÃO
22/11/2014
Nivaldo Martins é preso pelo Gaeco após denúncias
DA REPORTAGEM
Uma operação realizada na manhã de ontem em Penápolis pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) resultou na prisão do delegado de Penápolis Nivaldo Martins Coelho. Ele está sendo acusado de crimes de peculato - desvio de dinheiro público por funcionário que tem a seu cargo a administração de verbas públicas - e também pela prática de corrupção ativa – quando se oferece vantagem, benefício ou satisfação de vontade, que venha a afetar a moralidade da Administração Pública. Ele teria se utilizado da função de chefe da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Penápolis para beneficiar pessoas com a liberação de veículos apreendidos por irregularidades, além de outros crimes praticados em sua função. A operação iniciou nas primeiras horas da manhã e contou com a participação de nove equipes da Corregedoria da Polícia Civil das cidades de São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e de São Paulo, além de agentes e promotores pertencentes ao Gaeco. A prisão ocorreu quando ele ainda estava em sua residência.
Os representantes da corregedoria recolheram documentos na Delegacia de Penápolis, onde o delegado possui sala e na de Birigui, onde acumulava o cargo de Delegado Titular. Assim que foi preso, Nivaldo foi encaminhado à sede do Gaeco em Araçatuba para prestar mais esclarecimentos.
Também foram recolhidos documentos que serão analisados pelo Ministério Público, em despachantes que atuam no município e na residência de outras pessoas.
Foi preso também em Penápolis um homem que trabalha com venda e compra de veículos. Ele é acusado de envolvimento nas irregularidades. A Polícia Civil esteve em sua residência onde teria apreendido para investigação centenas de documentos. Além dos acusados, outras pessoas seriam ouvidas ainda ontem e o delegado seria transferido para o presídio da Polícia Civil de São Paulo.
Investigações
Em entrevista coletiva na tarde de ontem na sede do Ministério Público de Araçatuba, o Gaeco informou que o processo de investigação iniciou em janeiro de 2014 depois que o órgão recebeu denúncia através de email com detalhes sobre o esquema, em que o delegado estaria beneficiando pessoas com a liberação de veículos apreendidos, mesmo sem a devida regularização. Depois da denúncia, iniciou-se o processo de investigação, comprovando as informações obtidas inicialmente. Diante dos fatos, através da 1ª Vara do Fórum de Penápolis, foi concedia autorização para que fossem realizadas escutas telefônicas do delegado, o que ocorreu nos últimos três meses. Segundo o Gaeco, Nivaldo atuou na Ciretran de Penápolis de 2007 a maio de 2014, quando teve que deixar o cargo por mudanças realizadas no serviço através do Governo do Estado. Mesmo fora do cargo, ele teria mantido a postura de chefe do setor, continuando a realizar os trabalhos ilícitos. Foi apurado neste período de investigação que as pessoas que necessitavam dos “serviços” entravam em contato com o delegado para que os veículos e documentos fossem liberados. Foi apurado também que ele marcava encontros em despachantes da cidade ou até mesmo defronte à sede da Ciretran para tratar sobre estes assuntos. A investigação revelou que mesmo não estando mais no cargo, o delegado passava ordens aos funcionários do órgão quanto à liberação de documentos. Dependendo da classe social da pessoa beneficiada o valor exigido podia chegar a R$ 3 mil.
Conduta
Ainda durante entrevista, o Gaeco afirmou que foram descobertas ligações feitas pelo delegado, e também de outras pessoas para ele, que evidenciaram a proximidade dele com pessoas ligadas a práticas criminosas. Segundo o Gaeco, um foragido da Justiça de Penápolis e que estaria morando em São Paulo, entrou em contato com o delegado para pedir informações sobre o que deveria fazer para retirar documentos pessoais, tendo sido orientado a não comparecer a uma unidade do PoupaTempo, pois poderia ser preso no local por conta de ser foragido. As escutas telefônicas revelaram ainda que o delegado chegou a desconfiar em algumas oportunidades que poderia estar sendo investigado pelo Gaeco, e em uma das ligações chegou a proferir ameaças contra pessoas caso fosse descoberto. Em outra ligação ele cita, segundo o Gaeco, que se fosse necessário, mataria alguém. Ao ser preso, Nivaldo foi ouvido pelo Ministério Público, mas negou a prática de qualquer crime. Diante disso, foi decretada sua prisão temporária por cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco dias. Neste período o Ministério Público irá analisar todo o material apreendido na manhã de ontem a fim de se comprovar ou não o envolvimento do delegado com as práticas criminosas. Um pedido de prisão preventiva deve ser feito à Justiça, além da quebra de seu sigilo bancário, o caso continuará sendo investigado. (Rafael Machi)
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