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CIDADE & REGIÃO
06/09/2013
MST: Famílias em Penápolis são cadastradas pelo INCRA
DA REPORTAGEM
Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) estiveram na manhã de ontem no assentamento montado por representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) próximo à fazenda São José, em Penápolis. Eles realizaram o cadastramento dos membros integrantes do assentamento "Nelson Mandela" – nome denominado por eles. A ocupação das margens de uma estrada municipal que passa pela fazenda ocorreu no último fim de semana, quando os membros do assentamento ocuparam parte da rodovia Marechal Rondon (SP 300) para pedir a inclusão das terras da fazenda na reforma agrária. Segundo um dos coordenadores do MST em Penápolis, que prefere não se identificar, os representantes do INCRA chegaram ao local por volta das 08h00 e ficaram durante toda a amanhã. O objetivo do cadastramento é organizar os integrantes do movimento a fim de que, caso a fazenda seja incluída na reforma agrária – 527 alqueires - as terras possam ser divididas. "Caso isso aconteça, cada família pertencente a este assentamento pode ter o direito de participar da redistribuição de terras. Normalmente recebendo de quatro a sete alqueires", comentou o coordenador. Atualmente, cerca de 40 famílias estão acampadas no local. "Não invadimos a fazenda São José, os barracos estão sendo montado às margens da estrada que passa por dentro dela. Este movimento é pacífico e não queremos prejudicar ninguém e nem agir contra a lei, mas apenas garantir um direito nosso", ressaltou. Ele explicou que a maioria dos integrantes do assentamento é de penapolenses, alguns inclusive, ex-funcionários da Usina Campestre, empresa pertencente à família proprietária da fazenda. "Estas terras foram colocadas à disposição de bancos, como garantia dos empréstimos feitos pela Campestre. Como os pagamentos não foram efetuados, a fazenda pertenceria ao banco. Nossa expectativa é a de que o INCRA inclua estas terras no plano de reforma agrária", completou. Caso isso ocorra poderá beneficiar até 150 famílias. Assim como em outros movimentos na região, a intenção do grupo é pressionar a Justiça para que agilize a decisão sobre inúmeros processos de desapropriação de terras para fins de reforma agrária. Além da fazenda São José, outros grupos do MST ocuparam parte arrendada da fazenda Santa Cecília, de propriedade do empresário Oscar Maroni Filho, em Araçatuba e a fazenda São João, em Sud Mennucci. Na região há pelo menos 10 fazendas aguardando decisão da Justiça para serem desapropriadas. (Rafael Machi)
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