Grêmio Estudantil: EE Carlos Sampaio promove escolha democrática

DA REPORTAGEM

Com o objetivo de disseminar a democracia entre seus alunos, a Escola Estadual Dr. Carlos Sampaio Filho, assim como as demais da cidade, realizou nesta semana a eleição de seu Grêmio Estudantil, formado e eleito pelos próprios alunos da unidade e é a principal ponte de ligação entre eles e a direção escolar. O Grêmio também tem o importante papel de atuar em ações em benefício dos alunos e também da comunidade. Na EE Dr. Carlos Sampaio, duas chapas formadas por alunos do Ensino Médio disputaram os quase 800 votos dos três períodos de aula e todo o processo foi acompanhado pela direção escolar e pelos próprios representantes das chapas concorrentes. A novidade é que a escola aboliu as famosas cédulas de votação e realizou o pleito usando um sistema informatizado, simulando a urna eletrônica já conhecida dos brasileiros. De acordo com o diretor da escola, Paulo Donisete Moretti, todo o processo foi feito de forma democrática. As chapas concorrentes foram formadas pelos próprios alunos, sendo que cada uma delas elaborou suas propostas de acordo com seus pontos de vista sobre as necessidades da escola. “Depois disso, eles tiveram a oportunidade de apresentarem suas propostas para os alunos passando nas salas de aula. Eles perceberam como é o trabalho de um candidato, bem como exemplificaram aos demais alunos o que é necessário observar na hora de escolher quem merece seu voto”, explicou. Ainda segundo o diretor, o processo é fundamental para que os alunos saibam da importância da democracia e que após a eleição, o trabalho do Grêmio é muito importante dentro da escola. “O Grêmio representa o aluno junto à direção escolar. Diversos projetos são apresentados durante o ano e todos eles estudados para serem colocados em prática. Claro que alguns se tornam inviáveis, mas, dentro daquilo que está ao nosso alcance, atendemos os projetos visando sempre uma escola com melhor qualidade”, enfatizou. O processo também foi acompanhado pelo dirigente Regional de Ensino, Professou Lucinei Aparecido Euzébio, que destacou a importância do momento. “A votação para o Grêmio Estudantil é importante para destacar a representação dos alunos junto à direção da escola e ao processo educacional. Este Grêmio precisa caminhar junto com alunos e a direção com bons projetos que sejam possíveis de acontecer, visando a permanência e bom aprendizado deles na escola”, destacou. O dirigente reforçou também que, além de tudo isso, o conhecimento e o aprendizado dos alunos participantes são importantes. “Quando os alunos formam uma chapa concorrente, eles passam a aprender não somente os processos de uma eleição, mas também a avaliar melhor as dificuldades de sua escola e tudo aquilo que pode ser bom para ele”, afirmou.

Representatividade
O processo eleitoral do Grêmio Estudantil parece surtir bons resultados, pelo menos é o que apresenta um dos alunos concorrentes das chapas, Vitor Henrique de Souza, de 16 anos e vice-presidente de uma das chapas. “Participar de um Grêmio, é colocar em prática sua cidadania. Quando isso acontece você adquire conhecimentos relacionados e se aproxima da equipe gestora da escola, tendo a oportunidade de apoiar os demais alunos e buscar aquilo que é melhor para eles”, explicou. Já a vice-presidente da chapa concorrente, Letícia Moreira dos Santos, de 15 anos, acredita que, além de democracia e a representatividade, o trabalho em equipe é fundamental. “Para participar de um Grêmio é necessária essa capacidade de trabalhar em grupo, saber ouvir ideias e expor as suas. Tudo é discutido no grupo e a participação da direção escolar só vem a somar neste aprendizado diário”, finalizou.

Organização
Pela primeira vez a Secretaria da Educação de São Paulo sugeriu às escolas um pleito simultâneo nas escolas. A previsão é que já na próxima semana as chapas vencedoras sejam empossadas. Na região de Araçatuba, 53,2 mil alunos participam das escolhas dos grupos que atuarão nas 110 unidades de ensino. Somente na região da Diretoria de Ensino de Penápolis são 18 escolas.
Em todo o Estado, cada unidade teve autonomia para convocar a assembleia geral e elaborar o estatuto gremista. Também é de responsabilidade das escolas acompanharem o processo de votação. Algumas optaram pelo voto em cédulas de papel e outras foram além: com ajuda das equipes de tecnologia das Diretorias de Ensino, criaram sistemas eletrônicos próprios, como ocorreu na EE Carlos Sampaio. A fase de apuração também é acompanhada de perto pela comissão eleitoral. O objetivo é que todas as 5 mil unidades do Estado tenham um grupo de representantes de acordo com o ciclo oferecido e eleitos democraticamente. Para isso também foram designados em cada unidade professores responsáveis sobre a mediação entre as escolas e diretorias de ensino.

(Rafael Machi)