Facebook: Segurança na internet é assunto retomado após escândalo

DA REPORTAGEM

O escândalo de vazamento de informações do Facebook que tem sido notícia nas últimas semanas no mundo todo chamou a atenção de muitas pessoas sobre a segurança do site, que capta inúmeras informações pessoais de usuários a cada login feito. 
Segundo as denúncias o Facebook teria compartilhado de forma indevida os dados de um quizz com a empresa de consultoria Cambridge Analytica. Inicialmente, o número era de 50 milhões de usuários. Agora, novos dados do próprio Facebook indicam que a quantidade de pessoas afetadas foi maior: até 87 milhões de informações pessoais foram parar nas mãos da empresa, indevidamente. 
O problema chegou ao Brasil depois que o Facebook divulgou que dados de 443.117 usuários brasileiros “podem ter sido compartilhados indevidamente” com a consultoria Cambridge Analytica, que os utilizou para influenciar a opinião pública em eventos como a eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016. 
O Brasil ficou entre os 10 principais territórios que foram afetados – os EUA lideram com 70 milhões de usuários. É a primeira vez que o Facebook revela quais foram os países mais afetados pelo uso indevido de aplicativos para a obtenção de dados pessoais pela consultoria. A empresa britânica de inteligência digital coleta e relaciona dados para ações de marketing digital feitas por companhias e políticos. No caso em questão, ela usou o método para desenvolver ações para influenciar o cenário político americano e favorecer a campanha eleitoral do presidente americano, Donald Trump.

Segurança
O assunto trouxe à tona novamente a questão da segurança na internet. Quando esta exposição de informações pessoais pode prejudicar uma pessoa?
O técnico em informática, Hildener dos Santos Espina, alerta que o primeiro paço de uma pessoa ao entrar em uma rede social é analisar as políticas de privacidade oferecida pelo site. Segundo ele, é muito comum as pessoas simplesmente aceitarem os termos sem lê-los. “Isso acontece porque as pessoas não gostam de ficar lendo tais termos. Na vontade de se conectar a determinado site, ou aplicativo, simplesmente se aceita tais termos sem saber com o que você está concordando. É justamente neste termos que muitas vezes, você mesmo concorda com o compartilhamento de determinadas informações”, destacou. 
Ele explicou que tais informações são muito valiosas para empresas comerciais. Quando se tem acesso ao que você pesquisa, compra e lê na internet, as empresas passam a traçar o seu perfil, lhe oferecendo produtos específicos, de acordo com aquilo que você procura. “Isso acontece, por exemplo, quando você procura um carro ou uma viagem na internet. Poucas pessoas reparam, mas baseado nesta busca que você fez, começam a aparecer dezenas de anúncios em pequenos espaços. Estes anúncios sempre são relacionados àquilo que você procurou anteriormente. Isso se dá ao cruzamento de informações compartilhadas por você onde se torna possível traçar o seu perfil”, afirmou.
Segundo ele, ainda existem outros canais por onde pode haver a invasão de informações. Quando se tenta acessar sites com conteúdos pornográficos, sites com conteúdos piratas, como filmes e séries, e até mesmo site que oferecem conteúdo de TV online. “Estes dois últimos canais cresceram muito nos últimos anos. Quando se tenta baixar um filme de forma pirata, por exemplo, você acaba aceitando políticas de privacidade que podem acabar te prejudicando, sem contar o risco de você ter seu computador invadido e ter seus dados roubados, o que é ainda pior”, finalizou.

(Rafael Machi)