Fórum da APAE resulta em projeto multidisciplinar

Discussões promovidas na ultima sexta-feira na APAE (Associação de Pais e Amigos do Excepcional), durante o I Fórum de Prevenção e Educação Especial, geraram a iniciativa de se criar uma equipe multidisciplinar de atendimento. A formação foi proposta pela palestrante Angela Maria Cecato, psicopedagoga e diretora do Projeto Gato de Botas, de São José do Rio Preto. O evento foi norteado pelo tema "Participação e Autogestão: em busca de igualdade de oportunidades" e teve a participação de cerca de 150 pessoas de toda a micro-região, entre profissionais de saúde e educação, além dos funcionários da APAE.
Nos próximos dias, a direção da entidade prepara um balanço do fórum, onde serão retomados os pontos de discussão e formas de viabilizar propostas. As idéias devem ser encaminhadas para vários órgãos, entre eles, secretarias municipais e entidades, em busca de parcerias. Para a noite de ontem, estava prevista a presença do diretor da instituição, Waldir Antonio Rodrigues, à sessão da Câmara Municipal, para explanação dos resultados atingidos pelo evento.

Família
O intuito da formação de uma equipe é abranger não só alunos com dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, mas professores e pais, tanto da rede municipal quanto estadual, além de capacitar profissionais da saúde e da educação para que trabalhem interligados, em busca de avaliações que reúnam diagnóstico físico e psicológico, conhecendo o histórico de vida da criança para prevenir dificuldades futuras. “A APAE promove este acompanhamento com a família dos alunos, mas na rede municipal e estadual há dificuldades, já que o professor precisa de um respaldo de outros profissionais”, comentou a coordenadora pedagógica da entidade, Roseli Torres S. Granato, “Em alguns casos a criança não pode freqüentar a rede por não conseguir acompanhar o ensino”, acrescentou.
O principal foco das discussões foi a maneira de fazer a prevenção, necessária ainda durante a gestação do bebê. “Existe na entidade um trabalho de acompanhamento familiar, porém, somente após o nascimento da criança”, comentou a coordenadora. Ela citou o fato de que questões como gravidez precoce ou de alto risco, assim como ausência do pré-natal ou uso de drogas por parte da gestante são alguns fatores que devem ser observados para evitar complicações à criança. Ainda segundo Roseli, estas orientações devem estender-se à sala de aula, com educação sobre sexualidade. “A prevenção tem que se dar na escola, e para isso é necessário que os profissionais estejam devidamente capacitados para a divulgação de riscos e medidas preventivas”, comentou ela. Também integra as idéias discutidas no fórum a questão do controle de natalidade.
 
Sucesso
A Semana de Prevenção começou com uma passeata pelas ruas centrais da cidade na manhã do dia 20, da qual participaram centenas de crianças das redes estaduais, municipais e particulares, além de profissionais envolvidos com a instituição e clubes de serviço. À noite, a abertura oficial contou com a presença de pessoas de toda a comunidade, e os cerca de 400 alunos da entidade se apresentaram num grande musical, intitulado "Roda que Rola". Nos dias 21, 22 e 23, as apresentações se repetiram para turmas de estudantes que visitaram a instituição. Cerca de mil pessoas por dia passaram pela entidade durante a semana. O sucesso do evento garantiu a realização de um segundo fórum, que deve ocorrer junto à Semana de Prevenção do próximo ano. (AR)