Dança de cadeiras: Bruno Marcos deixa “oposição” e se torna “situação”

DA REPORTAGEM

O vereador Bruno Marcos (PSD) confirmou nesta quinta-feira (21) que, apesar de permanecer no partido, passará a fazer parte da chamada “base aliada” da Câmara ao Prefeito Municipal Célio de Oliveira (PSDB). O anúncio aconteceu em uma entrevista coletiva num hotel da cidade onde também esteve presente o chefe do Executivo e seu vice, Carlos Alberto Feltrin (PMDB), e os vereadores Francisco José Mendes (PSDB) e Adalgiso do Nascimento, o Ziza (PMDB). Bruno declarou que não está satisfeito com a forma de política que seu partido vem praticando com “ataques” ao Prefeito e que, estando ao lado do Executivo, ele poderia ser mais útil. “Eu não consigo, prefeito, continuar fazendo uma política, uma gestão, enquanto vereador na Câmara atacando o senhor, sendo que entendo que estando ao lado eu vou poder ser muito mais útil para a cidade de Penápolis”, afirmou. O vereador destacou que se sentiu envergonhado, enquanto oposição, ao fazer uma viagem junto com o prefeito. “Esta viagem confesso que me deixou envergonhado, porque eu vi o conhecimento que este homem (prefeito) tem. Eu vi a briga dele. Na oportunidade ele me apresentou um grande empresário em São Paulo e eu vi que, em todo o momento, o senhor brigava por Penápolis. Foi naquele dia que eu passei a refletir melhor. Se ele fosse realmente tudo aquilo que me denegriram sua imagem, ele não teria a atitude que está tomando, pensando o tempo todo na cidade de Penápolis”, destacou.

Desgaste
O vereador Bruno Marcos citou que existe um desgaste entre Célio e o ex-vereador Caíque Rossi, um dos líderes do PSD em Penápolis. Ele afirmou também que existe um discurso do partido nas sessões da Câmara no intuito de que não fossem 100% com os projetos do Governo. “Nunca fui manipulado por que não me deixei ser, pelo contrário, por isso estou tomando esta decisão hoje. Se vocês pegarem meus discursos, além de serem pacíficos, não me lembro de fazer uso da tribuna para atacar o prefeito Célio de Oliveira”, afirmou. “Fui convidado por ele para entrar no partido. As coisas foram tramitando e deu no que deu, mas nunca é tarde para recomeçar”, ressaltou. Em relação ao partido, Bruno espera contar com a cooperação dos companheiros. “Espero que com minha atitude eu não passe a ser visto como um monstro, ou um traidor. Meus companheiros já tiveram a opção de livre escolha, por que não posso ter?”, questionou. Ao ser perguntado sobre sua possível saída do partido, Bruno afirmou que tudo dependerá do tratamento que estará recebendo. “Se for de rejeição, exclusão, eu vou sair do partido. Cada ação tem uma reação e se eu tiver que tomar esta atitude já existe um partido de braços abertos para me receber”, disse. 

Maioria absoluta
Com a ida do vereador Bruno Marcos e, anteriormente, do vereador Cabeça do Coletivo (PSD), para apoiá-lo, Célio que antes tinha a minoria de vereadores, passa a ter maioria absoluta na Câmara. Para ele, a ida destes vereadores para seu lado mostra o reconhecimento de seu trabalho. “Se eles entendem que estamos trabalhando e que estava havendo uma oposição sistêmica e desnecessária, ou apenas para ser oposição, e querem integrar esta base de apoio porque entendem que isso vai trazer frutos para a sociedade, é ótimo. A vinda do Bruno Marcos reforça uma tendência de pessoas que querem trabalhar em prol do que? Da cidade, do município”, ressaltou o prefeito. Célio vê, a partir de agora, a oportunidade de ter um diálogo mais abrangente com os vereadores. “Todo projeto que enviamos para a Câmara, são projetos que acreditamos trazer benefícios para a população. Ou você acha que vamos propor algo ruim para as pessoas? Agora temos a tranquilidade de um diálogo mais abrangente para explicarmos aquilo que estamos pensando para a cidade de Penápolis”, enfatizou. 

Caíque
A reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS procurou o ex-vereador Caíque Rossi, que também é uma das lideranças do PSD em Penápolis. Ele afirmou que o partido respeita a decisão do vereador e garantiu que o partido permanece com seus princípios. “Estamos convictos de que permanecemos com nossos princípios e convicções de trabalho em prol de nossa cidade. Nosso objetivo é o de mostrar nosso ponto de vista e o que achamos certo para nossa cidade”, afirmou. Sobre a chamada “oposição”, Caíque destacou que a forma de trabalho dos vereadores do partido não é a de fazer oposição à atual administração. “O que fazemos é mostrar para as pessoas uma outra visão outra forma de pensar em relação aos projetos enviados pelo executivo quando entendemos que este projeto pode ser melhor desenvolvido ou que traga algum prejuízo para a população”, disse. Ainda neste raciocínio, ele destacou que o partido, além de mostrar visões diferentes, ainda aponta sugestões. “O PSD nunca atacou a pessoa física do prefeito, mas questionou atitudes administrativas. Não se trata de ataques, tanto que sempre apresentamos sugestões e levantamos propostas sobre determinados assuntos que podem ser melhor discutidos ou projetos que dariam certo em nossa cidade. Um exemplo disso é o ‘Poupatempo Municipal’. Uma ideia nossa  em prol de agilizar serviços para a população e que tem sido aderido e discutido pela administração contanto com nosso apoio. Outro exemplo é o hospital escola. Uma ideia nossa que pode ser colocada em prática”, ressaltou. Caíque finalizou destacando a atuação dos vereadores e do partido PSD. “Continuamos com três vereadores competentes e atuantes dentro da Câmara. É preciso destacar que o partido, pensa sempre no bem da população, através de conquistas de verbas para o município, o que vamos continuar fazendo, acreditando que podemos ter uma cidade ainda melhor”, concluiu Caíque.

(Rafael Machi)