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CIDADE & REGIÃO

12/08/2007

Conscientização: Especialista critica falta de educação para o trânsito

Detalhes Notícia

O Brasil é um dos paises com o maior número de mortes provocadas por acidente de trânsito. O problema também lidera as estatísticas sobre as causas de morte por fatores externos no território nacional, perdendo apenas para mortes provocadas por armas de fogo.

Enquanto são desenvolvidas tecnologias capazes de fiscalizar e garantir punição a infratores, medidas simples, mas essenciais, deixam de ser exigidas. Como resultado, cresce o número de infrações e de pessoas cada vez mais alheias à responsabilidade. Por outro lado, a falta de educação para o trânsito explica grande parte dos problemas. É o que defende o instrutor de trânsito, Luis Carlos Martins Teixeira (foto), formado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e sargento rodoviário aposentado. Proprietário do Centro de Formação de Condutores Penápolis, Luis Carlos disse se sentir preocupado com a grande quantidade de equívocos e distorções dos métodos que disciplinam o trânsito no município. Segundo ele, a falta de conhecimento faz da cidade um local cuja situação ele avalia como péssima. “Eu fico chocado em ver que as próprias pessoas que representam a autoridade não respeitam os sinais”, comentou.

A falta de educação para o trânsito lidera o conjunto de fatores que constitui o problema. Ainda na opinião do instrutor, a população necessita de uma campanha educativa que atinja motoristas, ciclistas e pedestres, já que o Código de Trânsito estabelece que a instrução seja proporcionada a todo cidadão. “Este trabalho de educação é de competência do poder municipal, porém, com a ausência de um serviço de trânsito municipal, a responsabilidade acaba sendo lançada de um lado para o outro, num jogo entre Polícia Militar e Prefeitura”, disse. Porém, Luis Carlos reconhece que os policiais não conseguiriam tratar de todos os problemas referentes ao trânsito. “A Polícia Militar tem outras competências e torna-se complicado exigir uma atuação maior nesta área quando o combate à criminalidade é uma tarefa de maior urgência na sociedade”, considerou ele.

Ainda assim, Luis Carlos acredita em melhoras no setor. “Conheci o novo comandante da PM da cidade [Paulo Augusto Motooka] que demonstrou ser um excelente conhecedor de trânsito e já iniciou um trabalho firme de fiscalização”, opinou, “Mas, se a sinalização não acompanha a fiscalização, o povo acaba sendo punido pelo desconhecimento”, acrescentou o instrutor.

Ainda segundo Luis Carlos, a participação da administração municipal no que se refere ao trânsito é quase inexistente, uma vez que existe somente o Conselho Municipal de Trânsito, responsável apenas pela colocação de placas e mudanças de fluxos de trânsito. “Teria que ser levada informação à população, conhecimento sobre o código, campanhas educativas e fiscalização, mas não há um órgão específico para isso”, considerou.

O entrevistado contou ainda que, há cerca de três anos, ao se candidatar ao cargo de vereador municipal, realizou em Penápolis um levantamento sobre o número de motos e carroças, elaborando um plano de trânsito que previa aulas para estes condutores, além de emplacamento de carroças e bicicletas, para otimizar a aplicação de multas e a disciplina.

 

Exemplo

Entre os exemplos de medidas simplificadas que poderiam gerar menos transtornos e riscos de acidentes a quem circula pela cidade, Luis Carlos citou o cruzamento da avenida Leandro Ratisbona de Medeiros com a rua Antonieta Vilela Ferreira. “Se quem transita pela avenida não pode fazer a curva naquele ponto, mas há um grande número de infrações no local, basta prolongar o canteiro central, impedindo a passagem. Quem deseja transitar pela outra rua segue o desvio ou opta por elaborar outro percurso. É uma medida muito fácil e barata”, sugeriu ele.

Já como transtorno causado pela falta de conhecimento o instrutor cita a posição de portões de saída de unidades escolares. “Existe lei para sinalização escolar que pede colocação do portão da escola na via com menor fluxo de trânsito, mas na maioria dos locais notamos que isso não acontece”, criticou.

 

Municipalização

Luis Carlos declarou ainda que defende a municipalização do trânsito na cidade por acreditar que um investimento básico seria capaz de trazer resultados surpreendentes. Entre as vantagens estariam dois pontos básicos. “A criação de um agente municipal de trânsito proporcionaria dedicação intensiva a ações voltadas à disciplina dos condutores”, citou. A segunda contribuição seria financeira, já que parte do IPVA recolhido na cidade seria revertido ao município. “A administração teria como investir em medidas que solucionassem pontos críticos. Apenas 5% deste recolhimento já produziria ótimos resultados”, apostou o instrutor. (AR)

 

Penápolis prepara Projeto Cidade Mirim

           

A cidade de Penápolis pode ganhar nos próximos meses um Projeto de Cidade Mirim, voltado ao atendimento de crianças a partir do ensino infantil com o objetivo de educá-las para o trânsito. Segundo o instrutor, a iniciativa foi estudada por ele há alguns anos, mas não pode ser concretizada por falta de apoio da administração municipal da época. “Agora estou retomando este trabalho, já que encontrei parceria”, contou Luis Carlos, referindo-se ao atual secretário de educação, Cledivaldo Donzelli, com quem iniciou a discussão sobre o projeto.

A intenção do secretário, conforme explicou o instrutor, é buscar ajuda também junto às escolas particulares, para angariar recursos para a compra dos equipamentos necessários, e a prefeitura cederia o espaço.

“A criança em idade escolar já começa a ir sozinha pra escola, muitas delas de bicicleta, e precisam conhecer as regras de trânsito”, salientou Luis Carlos. Ele explicou que os trabalhos seriam divididos em aulas teóricas e vivências práticas, por exemplo, sobre a função do semáforo, apito do guarda, faixa de pedestre, entre muitas outras questões. Por enquanto, ainda não há um espaço definido para a implantação da Cidade Mirim, mas o instrutor adiantou que um dos galpões do recinto Prefeito Jandira Trench é uma excelente opção, por ser o local onde as Auto Escolas realizam aulas de motos e balizas para carros. “É válido que a educação infantil aconteça próximo a área de aprendizagem dos adultos para que sirva como incentivo às crianças”, considerou. Luis Carlos viajou duas vezes a São Paulo para conhecer projetos semelhantes e prevê ainda uma viagem a Bauru, onde o Cidade Mirim também é realizado. Sobre o prazo para montagem e funcionamento, ele afirmou que é um projeto a curto prazo. “Pretendemos estar com tudo pronto no início do próximo ano”, concluiu o instrutor. (AR)

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