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17/07/2016

Memórias do Carboni: Badé e Graveto

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Toda equipe, clube, agremiação tem seus torcedores, sejam muitos ou poucos. As vezes a torcida se resume apenas as pessoas que vão torcer, não tanto pelo clube, mas, sim pelos amigos e jogadores parentes. A equipe do Fátima, desde a sua formação sempre teve muitos torcedores, tanto no antigo campo do Curtume, como no atual, ao lado do Corpo de Bombeiros. Nesse artigo vou destacar apenas dois deles, um em cada campo diferente e em épocas diferentes, sendo que não se conheceram. O primeiro deles era o Badé, filho do Mané Frangueiro, e, além de seus familiares, ninguém sabia que o seu nome de batismo era igual ao do pai: Manoel. É que em turma geralmente ninguém se preocupa em saber os nomes uns dos outros, bastando o apelido. O Badé acompanhava a equipe tanto quando o jogo era lá no Curtume ou em outros lugares. Apreciava muito pescar, principalmente quando a pesca era feita com peneira nos riachos da região. É bom salientar que naqueles tempos havia muitos lugares onde isso era possível e perto da cidade, ao contrário de hoje, onde é preciso apelar para o pesque-pague. Na pescaria de peneira três ou quatro pessoas entram no rio, vão sujando a água e pegando os peixes com as peneiras. Enquanto isso um ou dois colegas (depende da quantidade do grupo), acompanha pelas margens recolhendo os peixes e levando a imprescindível garrafa de pinga, que junto com o gosto pela pescaria formava um par perfeito e que era o motivo da turma estar ali. Só que na peneira não vinha só peixes, sendo que baratas d’água, sapos e até cobras faziam parte da fauna aquática. Numa ocasião o Badé foi mordido por uma cobra preta, mas, não se assustou, pois sabia que aquela espécie não era venenosa. Na verdade, quem se deu mal foi a cobra, pois o Badé esticou-a com as duas mãos e deu-lhe várias dentadas dizendo que era para descontar a mordida que levara e já avisando que se voltasse levaria outras mais. Nem bem foi solta, a cobra desapareceu entre a vegetação. Um dia a família mudou-se e ele nunca mais foi visto, e, consta que ele mora na capital paulista. O outro torcedor era o Graveto. Seu nome era Nivaldo, mas, tinha esse apelido por ser muito magro, com o corpo, braços e pernas tão finos que parecia mesmo um graveto. Gostava de assistir aos jogos e pescar, mas, não tendo, porém, muita afinidade com o trabalho e por não ser chegado num trampo, dependia dos pais para sobreviver, mesmo tendo chegado aos 40 anos de idade e ter ex-esposa e filho. A mãe dele movida pelo instinto materno é quem dava mais apoio. Já o pai, desanimado com a inutilidade dos conselhos, não hesitava em dar sonoras broncas e até algumas rebengadas no lombo, só que os efeitos positivos tinham curta duração e dentro de pouco tempo tudo voltava a ser como antes. Aconteceu, porém, que um dia a velha senhora adoeceu e morreu. O Graveto tremeu e entendeu a gravidade da situação, pois além da perda materna, perdera também sua protetora. Na parte final do enterro, quando os coveiros colocaram a última parte da lápide no túmulo, o Graveto já antevendo o aperto que iria passar daí em diante com o pai, disse tristemente “perdi meu capital”. Não passou muito tempo e ele também se foi.
A foto mostra jogadores e torcedores do Fátima em um torneio no campo do Bairro do Araponga na década de 90.

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