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28/04/2019

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
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Memórias do Carboni: Sexta-feira Santa

Sexta-feira santa, sexta-feira da paixão ou sexta-feira maior, são as várias denominações para o mesmo dia, e, lembra, segundo as narrativas bíblicas a crucificação de Jesus Cristo. É uma data muito reverenciada pelos cristãos do mundo todo e é feriado em dezenas de países, principalmente os ocidentais. Apesar de ainda atrair milhares de pessoas às igrejas, ela já foi bem mais respeitada antigamente. As novas gerações já não dão tanto valor às tradições religiosas e os costumes mudaram muito, radicalmente. Há alguns anos atrás não se podia fazer quase nada na sexta-feira santa, a não ser rezar. Os folguedos e brincadeiras infantis eram vedados e quando a molecada saía as ruas (se saísse), as mães já recomendavam para não jogar bola, rodar pião, bolinha de gude, rodar pneu e até correr, e, muito menos pegar “emprestada” alguma fruta no pomar alheio. Se por acaso surgisse alguma desavença entre a molecada o caso era adiado para ser resolvido no sábado. Não se varria ou limpava a casa, só fazer comida já bastava. O fogão era à lenha, portanto, o fogo era mantido aceso desde quinta-feira. O cabelo era penteado precariamente e como era costume as mulheres usarem véu para participarem das funções religiosas, isso era bem disfarçável. A igreja afirma que não foi ela quem determinou, mas um dia começou a tradição de não se comer carne vermelha neste dia. Deve ter sido idéia de algum comerciante de peixe, que através de uma boa propaganda que, mesmo com os precários meios de comunicação de época, conseguiu sucesso e espalhou por todo o mundo cristão. Nas fazendas não se tirava leite, o que era bem recebido pelas crias, que ainda mamavam porque era a oportunidade de tirar a barriga da miséria. Dificilmente alguém ligava o rádio. As emissoras neste dia não tinham programas de notícias ou variedades e a programação era apenas com músicas sacras, clássicas ou melosas. Os casais se abstinham de relações sexuais e até as “funcionárias” dos prostíbulos não trabalhavam neste dia e não adiantava ficar choramingando, pois elas eram irredutíveis. Para os mais insistentes elas diziam para eles irem se virando de outra maneira e voltassem no dia seguinte. Elas, que um dia foram perdoadas por Cristo, mantinham a tradição de respeitar o dia da morte DELE, se privando de prazeres e ganhos monetários. Os mais devotos acreditavam que até o galo não cantava ao amanhecer e se o fizesse, o canto era mais curto e diferente. Hoje tudo mudou radicalmente. Os cristãos, mesmo que em número decrescente, ainda participam das funções e ritos referentes a data, mas aquelas procissões carregando um andor com a imagem de Cristo morto já não existem mais. Aqui em Penápolis era costume a procissão parar em frente ao Santuário e uma mulher representando a figura bíblica de Verônica, exibindo uma toalha como se fosse pano usado para enxugar o rosto de Jesus ao ser baixado da cruz. Ao mesmo tempo ela cantava uma melancólica canção. As pessoas passavam a noite toda de sexta para sábado em vigília. Tudo isto faz parte do passado. Algumas pessoas não comem carne vermelha por respeito à tradição religiosa, mas a maioria não come carne porque já é tradição não terem dinheiro para tanto. As próprias federações esportivas promovem campeonatos, supermercados e shopping funcionam, os bares abrem as portas. Há bebedeiras, festas, traições, crimes, roubos. A abstinência sexual caiu de moda e todo dia é dia. Resumindo a história, sexta-feira santa, se tornou um feriado comum, como outro qualquer. 

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