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13/08/2017

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: 3ª viagem à Aparecida do Norte

Eu já tinha feito duas viagens de bicicleta até a cidade de Aparecida do Norte e estava pensando em fazer mais uma, mas, estava com sérias dificuldades em encontrar companheiros com coragem suficiente para enfrentar tal desafio. Pelo menos com um colega eu podia contar, que era o Bijú, um sujeito bem disposto a uma aventura desse tipo. Ele fizera parte das duas viagens anteriores e topava fazer mais uma. Na primeira viagem, fomos eu, o Bijú, seu irmão Cassinho e o primo deles, o Cirsão, sendo que saímos no dia 29 de dezembro de 1974 e chegamos ao nosso destino a 7 de janeiro de 1975. Como eu disse no começo, estava bem difícil encontrar colegas para empreendermos a terceira viagem, mas, nem por isso eu e meu parceiro desistimos de fazê-la, e, num domingo do mês de julho de 1979, partimos logo de manhã. Fomos por uma estrada de terra (hoje asfaltada) até a cidade de Promissão e depois através de outra vicinal atingimos a rodovia Marechal Rondon. Ao final do dia chegamos até um posto de combustível à margem direita dessa rodovia, poucos quilômetros após o trevo de acesso à cidade de Cafelândia. Foi um dia tranquilo e sem transtorno, a não ser a dificuldade de enfrentar a poeira e trechos de grande quantidade de areia na estrada sem asfalto, e, depois já na Marechal Rondon, ter de utilizar um acostamento cheio de buracos, pois naquela época a rodovia não era duplicada e muito menos tinha um acostamento asfaltado. Não era aquela maravilha de hoje. Assim que chegamos ao posto, conversamos com o gerente e ele nos deixou armar nossa barraca ali mesmo no pátio, debaixo de quatro mangueiras de porte médio que formavam um quadrado perfeito. Barraca montada, guardamos nossa bagagem e fomos tomar banho a uns 30 metros. Quando voltamos tivemos uma surpresa nada agradável, pois alguém entrara na barraca e levara nossa mistura do jantar, que consistia em dois suculentos gomos de lingüiça. Para não dizer que levou tudo, o responsável deixou o papel de embrulho como lembrança. Eles estavam em cima da bagagem, bem a vista, e como nossa barraca era de plástico preto, feita por nós mesmo, não possuía zíper ou nenhum tipo de fecho na entrada, e, isso dificultava o acesso a quem quer que fosse. Começamos a matutar quem seria o autor da arte e não demorou muito para descobrirmos. O safado cometeu o crime e não fugiu do flagrante. Era um cachorro que permanecia perto da barraca e ainda lambendo os beiços de contentamento. Ele sentiu o cheiro da iguaria e como não encontrou nenhum obstáculo e nem viu ninguém por perto, adentrou a barraca e não perdeu a oportunidade de saborear a lingüiça. Ele morava ali no posto e nem se preocupou em se esconder, pois sabia que não ia ser punido. Resolvemos então comer um lanche no posto e ir dormir. Com mais dois dias de viagem, chegamos a cidade de Brotas e paramos em uma mercearia em um bairro a beira da rodovia, e quem nos atendeu foi uma mulher já de meia idade, talvez a proprietária. Primeiramente o Bijú perguntou se ela tinha “tinguá” e a mulher respondeu que nunca ouviu falar, mas, quando ele esclareceu que “tinguá” era pinga, a mulher deu um sorriso, disse que sim e serviu uma generosa dose a ele. Depois meu parceiro se dirigiu novamente à proprietária perguntando se ela tinha “cabo de reio”, e novamente ouvimos a mesma resposta anterior, isto é, ele nunca ouvir falar, e lá foi o Bijú esclarecer que “cabo de reio” era um tipo de lingüiça. Como não havia, compramos outro tipo. Em frente ao estabelecimento tinha um pequeno cemitério e então eu disse a mulher que ia mudar para a cidade de Brotas, porque devido ao tamanho dele era certo que ali morria pouca gente. A mulher então respondeu: “olha moço, esse cemitério é dos crentes e o nosso é lá embaixo e é grande”. Bem, eu falei que ia me mudar para lá de brincadeira, mas, depois desse esclarecimento aí sim é que eu não ia mesmo. A foto mostra o dia do início da segunda viagem. Da esquerda para a direita: Laerte, Bijú, Marião e Nivaldo.

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