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CIDADE & REGIÃO
10/02/2019
Descaso: Aparelhos de telefone público estão "abandonados"
DA REPORTAGEM
Projetado na década de 70 por uma designer chinesa, o orelhão foi uma encomenda do Brasil para proteger os telefones públicos. Assim foi criado um objeto de vidro ou acrílico, que abafa os sons externos, e uma cobertura oval, que protege o telefone e o usuário da chuva e do sol. As ligações nos aparelhos eram feitas por meio de fichas, mas depois passaram a ser feitas por cartões comprados em bancas de jornal e outros locais. Mas, com a popularização do telefone celular, fica cada vez mais raro o uso do aparelho cuja quantidade existente nas ruas da cidade tem caído gradativamente ao longo dos anos. Segundo levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), em 2018, Penápolis possuía 306 aparelhos de telefones públicos – um para mais de 170 habitantes –, sendo que deste total, 269 são disponíveis 24 horas por dia para a população, pois estão instalados em vias públicas.
O número de aparelhos tem diminuído ao longo dos anos. Em 2015, Penápolis possuía um total de 339 aparelhos, dos quais 297 estavam disponíveis para a população 24 horas por dia, inclusive 11 aparelhos eram especiais para cadeirantes.
Se para as pessoas que conseguem andar pelas ruas procurando um telefone público para usar já é difícil, imaginem para quem possui deficiência física. Segundo o levantamento da ANATEL, dos 306 orelhões instalados na cidade, apenas cindo, atualmente, oferecem condições de uso para cadeirantes. A situação se torna ainda pior para os deficientes auditivos pois em toda a cidade há apenas um telefone público adequado para estas pessoas.
Quem está no centro da cidade e precisa usar um orelhão tem dificuldade para encontrá-lo, um deles está instalado no cruzamento da avenida Luis Osório com a rua Ramalho Franco, e outro na Praça Dr. Carlos Sampaio.
Os moradores da região periférica de Penápolis para encontrarem um telefone público enfrentam uma missão quase impossível. No bairro São Francisco, por exemplo, até existem aparelhos de telefones públicos, mas nenhum deles funciona. Um destes aparelhos, instalado às margens da estrada Kemil Rahal, há muito tempo não recebe a devida manutenção, o aparelho foi praticamente tomado por um barranco de terra e mato. O mato também dificulta a utilização de outro aparelho, no mesmo bairro, instalado atrás do cemitério Jardim da Paz. Se o telefone funcionasse, um cadeirante não teria acesso ao aparelho devido ao mato e até lixo jogado embaixo do orelhão.
Algo semelhante acontece também no Gualter Monteiro, cujo bairro é dividido em duas partes, existindo apenas um aparelho em cada uma delas, porém um deles também não funciona. Num deles, há uma etiqueta colada mostrando a data da última higienização feita no aparelho, datada de 2015.
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Vivo – empresa responsável pelos telefones – através de email, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
(Rafael Machi)
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