Violência: Biriguiense é feito refém em Penápolis

Um agricultor biriguiense de 66 anos, que por questão de segurança teve o nome preservado, foi rendido e feito refém por várias horas por bandidos, após ter dado carona para desconhecidos em Penápolis. A ocorrência, segundo a versão da vítima, teve início na manhã de segunda-feira e o agricultor ficou por várias horas a mercê da ação dos marginais. O biriguiense somente foi resgatado por uma viatura da Polícia Rodoviária que fazia patrulhamento de rotina, ao ser encontrado caminhado pelo acostamento da Rodovia Raul Forchero Casasco. A vítima contou aos policiais que por volta das 11h45 daquele dia se encontrou, de forma casual, com um dos marginais em uma loja de materiais de construções em Penápolis. Sabedor que o agricultor iria para Birigui, o bandido pediu uma carona até o trevo de Glicério. Acreditando não haver nenhum problema em atender ao pedido, o agricultor concordou em levar o desconhecido em seu veículo, uma caminhoneta Ford F-250, até o local combinado. Mas, foi surpreendido pela ação rápida do desconhecido que o agarrou no momento em que teria sido fechado por um Fiat Uno utilizado por comparsas. Testemunhas, que eram mantidas em segredo pela Polícia, disseram ter visto a manobra deste veículo e a rendição do biriguiense. O agricultor foi obrigado a colocar uma camisa envolta a cabeça e a ficar agachado na cabina do veículo, enquanto um dos ladrões assumia a direção da caminhoneta. Ele foi levado até um canavial nas proximidades da Usina Campestre, local onde ficou vigiado por várias horas com as pernas e mãos amarradas por cordas enquanto que a camisa, que até então cobria sua cabeça, foi rasgada e as tiras utilizadas para amordaçá-lo e a vendá-lo. No canavial, conforme detalhou a vítima, ficou sob a vigilância de dois comparsas, enquanto que a caminhoneta, juntamente com documentos pessoais, cartões de crédito, talões de cheques e R$ 100,00 em dinheiro, foram roubados. Somente por volta das 21h00 é que os bandidos que o vigiavam afrouxaram as amarras nos braços, mas mantendo as pernas presas com cordas, avisaram que iriam embora e que somente após uma hora ele poderia sair. Caso não obedecesse, poderia ser morto, já que parte da quadrilha prometia retornar ao cativeiro. Segundo a vítima do assalto, apesar de não ter visto nenhuma arma, pôde ouvir em várias oportunidades o som característico do equipamento sendo engatilhado. Mesmo tendo passado por um grande susto e medo, em nenhum momento os desconhecidos o agrediram fisicamente. Ao perceber que estava livre o agricultor se dirigiu até a rodovia, onde caminhou por cerca de quatro quilômetros, até ser resgatado pelos policiais que patrulhavam a rodovia. Durante este tempo, conforme detalhou, tentou pegar carona, mas, provavelmente devido ao fato de já ser noite, não foi atendido por nenhum motorista. Outro detalhe que está sendo investigado pelos policiais é de que, durante todo o tempo em que ficou sob a vigília dos ladrões, pôde escutar por várias vezes o som de motocicletas chegando e saindo do canavial.

Prisão
Ao final da tarde de ontem o delegado Antônio Paulo Natal, responsável pela Delegacia de Glicério, cidade onde a ocorrência foi registrada confirmou a prisão de dois envolvidos na trama. Trata-se dos penapolenses R.C.S.B. e J.H.S., presos no município de Corumbá (MT) por policiais daquele estado. A Polícia está investigando a participação de outras pessoas no crime. Durante o período em que esteve desaparecido, como pessoas viram o agricultor ser dominado, a Polícia foi avisada e um avião do Aeroclube local foi utilizado na tentativa de localização do agricultor. (SRF)