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CIDADE & REGIÃO

30/09/2018

Vencendo barreiras: Moveca busca apoio para continuar trabalhos na sociedade

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
A presidente do Moveca, Monique Ruiz, conta que a entidade vem ganhando espaço e quebrando tabus na sociedade

DA REPORTAGEM

O Movimento Vestindo a Camisa (Moveca) de Penápolis ganhou oficialmente nesta semana uma nova sede. Com o novo espaço mais amplo e confortável, a entidade quer também, melhorar ainda mais seus atendimentos aos 36 usuários do serviço e as mais de 90 famílias assistidas pela entidade. O Moveca é uma entidade sem fins lucrativos que atua na conscientização da população sobre o vírus HIV e na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Para receber o Moveca, o antigo Velório Municipal passou por reformas e adequações, deixando de ser um espaço ocioso e assim atender as necessidades do Moveca em relação ao espaço para atendimentos.
Os cursos e trabalhos ofertados pela entidade também passaram a se destacar com sua nova sede. Segundo a presidente da entidade, Monique da Rocha Ruiz, o espaço garante melhor aplicação dos cursos de panificação e artesanato por exemplo. “Estes são cursos que têm o objetivo de ajudar as famílias que convivem com o HIV com uma renda extra. Com o novo espaço, temos mais condições de receber estas famílias, além de ampliar os cursos ofertados, oferecendo assim, mais opções para renda extra destas famílias”, afirmou. Monique ressaltou que a entidade luta contra a discriminação e presta serviços de orientação, apoio, e assistência às famílias que vivem com o vírus da AIDS. “Hoje não acompanhamos somente as pessoas que convivem com a doença, mas também suas famílias, que são fundamentais para que o portador possa encarar isso com tranquilidade, sabendo que é possível ter qualidade de vida, mesmo com a doença. Desta forma, prestamos todo o apoio necessário, através de orientações, para que a pessoa possa viver em sociedade, sem medos e preconceitos”, afirmou. Além do apoio psicológico, o Moveca realiza também o acompanhamento médico dos portadores do HIV. “Fazemos visitas regulares aos assistidos da entidade para sabermos como está sua rotina e, principalmente, se está sendo feito o acompanhamento médico, o que é fundamental para que haja o controle da doença”, ressaltou.
Além de acompanhar as famílias de pessoas com HIV, o Moveca presta serviços de prevenção através de palestras com públicos alvo. A distribuição gratuita de preservativos também é feita na entidade, além de trabalho específico com moradores de rua, que recebem orientação e prevenção. “Nosso maior objetivo é contribuir para o resgate da cidadania e dos direitos humano através de ações sócioeducativas e de prevenção à infecção do HIV/AIDS à população em geral”, enfatizou.

Vencendo barreiras
Por se tratar de um assunto ainda bastante polêmico na sociedade, a presidente do Moveca diz que a entidade já venceu diversas barreiras perante a comunidade. Ganhar espaço entre as pessoas, para ela, foi o principal fator que ajudou no crescimento da entidade. “O Moveca ganhou espaço, antigamente era muito esquecida e um de nossos principais objetivos foi o de mostrar nossos trabalhos, mostrar para as pessoas o quanto é importante oferecer ajuda para os portadores do HIV e como o assunto deve ser tratado de maneira séria, sem preconceitos, mostrando que um soro positivo pode ter uma vida normal, tanto em sua saúde como também diante das demais pessoas”, afirmou.
Não só pela doença, mas o Moveca também tem contribuído muito, nos últimos anos, com o fim do preconceito em relação à diversidade de gêneros. Trans, a presidente da entidade conta que também teve que vencer preconceitos para trabalhar em prol da sociedade. Monique usa seu nome social e entrou na entidade através de convite para conhecer mais sobre os trabalhos do Moveca. “Em 2014 me tornei vice-presidente. Apaixonada pela causa, sempre quis me aperfeiçoar e busquei sempre trabalhar pelo Moveca e pelas pessoas que dependem deste trabalho tão importante”, comentou. 
Uma de suas primeiras barreiras foi justamente o preconceito por ser trans. “Tive, sim, preconceitos, mas venci isso mostrando quem eu sou de verdade, minha competência e vontade de atuar pelo Moveca. Hoje, as pessoas não me veem mais pela forma física, mas pelo meu caráter, meu trabalho, o que é extremamente significante para mim”, acrescentou.

Mais barreiras
Hoje o Moveca de Penápolis busca vencer não somente a barreira do preconceito e da inclusão na sociedade, mas também a financeira que impede a entidade de trabalhar mais. Monique explicou que a entidade possui como verba fixa somente os recursos oriundos do poder público municipal, que repassa cerca de R$ 14 mil por ano. Entretanto, até 2014 este recurso era maior, cerca de R$ 18 mil. O problema é que, até 2014, a entidade tinha 24 assistidos, hoje são 36, além de suas famílias. “Quer dizer, tivemos uma diminuição na renda e um aumento na demanda, com mais assistidos os quais temos, por objetivo, manter seus atendimentos, prestando o apoio necessário diante de situações bastante complexas”, destacou.
Visando suprir os problemas financeiros a entidade criou um brechó permanente em sua própria sede. O mesmo conta com diversas peças de roupas masculinas, femininas e infantis, calçados e outros acessórios também são ofertados, tudo com preço acessível e que se reverte para a manutenção dos trabalhos do Moveca. “Vamos tentando buscar meios de suprir nossas necessidades dentro da entidade. Também recebemos doações e o apoio de muitos parceiros, o que nos deixa contentes e motivados a seguir neste trabalho em nossa entidade”, finalizou Monique. 
O Moveca atende de terça à quinta-feira, das 8h00 às 16h00; as segundas e sextas-feiras, das 08h00 às 12h00 em sua nova sede que fica em frente à Necrópole Santa Cruz e ao lado do Céu das Artes, na vila Aparecida.

(Rafael Machi)

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