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CIDADE & REGIÃO

06/11/2013

Usina Campestre: Assembleia aceita proposta e venda começa a ser definida

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Diversas pessoas acompanharam a assembleia da Usina Campestre, principalmente a explicação de compra feita pela Usina Clealco

DA REPORTAGEM

 

A assembleia de credores da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, decidiu no início da noite de ontem (05) que a Clealco poderá adquirir o Parque Industrial da usina penapolense. A Clealco, que possui unidade em Clementina e Queiróz, ofereceu o R$ 187 milhões, sendo que R$ 97 milhões são ativos para a compra do Parque Industrial que serão parcelados até o ano de 2018 e, o restante (R$ 90 milhões), será destinado ao pagamento de dívidas com a união, conforme previsto no edital de venda da Unidade de Produção Independente (UPI). A proposta já havia sido anunciada no dia 29 e outubro, quando a empresa foi a única a ofertar lance pela compra da UPI. No entanto, mesmo com a aprovação em assembleia, a compra será finalizada apenas em 10 dias. Isso porque é necessário que haja 1,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para serem moídas na safra 2014. A aquisição também havia sido feita na proposta apresentada inicialmente. A assembleia foi realizada no salão social do Clube de Campo Lago Azul e iniciou por volta das 10h30. O encontro foi presidido pelo administrador judicial, Dr. Ely de Oliveira Faria. Segundo o gestor judicial da Campestre, José Carlos Fernandes de Alcântara, a usina neste momento vive uma situação bastante complicada, pois como está com suas atividades paralisadas não teve condições de ter dinheiro em caixa. Ele informou aos presentes que em 31 de outubro a Campestre possuía uma dívida de quase R$ 743,5 milhões em impostos às esferas federal, estadual e municipal, caso o valor não seja quitado, haverá o acréscimo de R$ 250 milhões. Alcântara alertou que reduziu ao máximo o quadro de funcionários, permanecendo apenas os que se revezam na vigilância do local. "Infelizmente não existe mais dinheiro em caixa, não sendo possível nem mesmo o pagamento dos guardas que deveria ocorrer no próximo dia 07", ressaltou. A falta de dinheiro em caixa pode fazer com que a energia e telefone da empresa sejam cortados por falta de pagamento. Foi exposto ainda que o valor total de dívidas da Campestre gira em torno de R$ 1,295 bilhões. Após a explanação de Alcântara, um dos diretores executivos da Clealco realizou a apresentação completa do plano de compra da empresa. A proposta ficou definida em R$ 97 milhões a serem pagos pelos ativos da Campestre. Este valor será parcelado até o ano de 2018. A primeira parcela deve ser paga 15 dias após a aprovação, são R$ 18,7 milhões. A segunda parcela será depositada em abril de 2014 (R$ 34 milhões). Para o ano de 2015 estão previstos três depósitos, sendo em abril (R$ 1,3 milhão), agosto (R$ 5,2 milhões) e dezembro (R$ 6,5 milhões). As demais parcelas repetem a forma de pagamento efetuado em 2015, até que seja completada em dezembro de 2018. Além da compra, a proposta apresentada pela Clealco prevê ainda um investimento de R$ 160 milhões na Campestre, sendo R$ 12 milhões para o pagamento da licença ambiental, R$ 100 milhões para o fluxo de caixa e o restante para a manutenção do maquinário.

 

Divisão de valores

Representantes da Usina Clealco chegaram, em determinado momento da assembleia, ameaçar retirada da proposta apresentada, porque representantes dos acionistas alegaram ser contra a proposta apresentada. O fato gerou divergências, chegando ao ponto de ser colocado em votação o cancelamento da assembleia, sendo aprovada a continuação do encontro, o que deu mais tranquilidade. Novas discussões aconteceram o que já era esperado, pois o assunto era em relação a divisão do montante pago pela Clealco pela UPI, já que trabalhadores, fornecedores e credores estavam de olho em uma fatia do valor total como forma de pagamento das dívidas deixadas pela usina. Um consenso foi estipulado no início da noite, ficou decidido que do total pago na primeira parcela, R$ 7 milhões será repassado para fornecedores e o restante aos trabalhadores. Na segunda parcela R$ 11,620 será destinado para o pagamento dos salários atrasados de 2013, enquanto R$ 600 mil aos vencimentos do administrador judicial, mais de R$ 5 milhões aos fornecedores de cana, R$ 2,2 milhões aos freteiros, R$ 2,864 milhões aos saldos trabalhistas, R$ 6,119 milhões para o rateio entre credores quirografários e o restante aos demais credores. Os demais pagamentos serão usados da mesma forma aos credores.

 

Definição

Com a aprovação feita em assembleia, a Clealco terá o desafio de arrecadar, 4 milhões de toneladas de cana em 10 dias. Esse montante será usado na safra 2014 para que haja fluxo de caixa e os valores das parcelas estipuladas sejam pagas conforme combinado. Muitos fornecedores, sensibilizados com o esforço da Clealco se comprometeram a fornecer suas canas, no entanto, o total arrecadado foi de apenas 500 mil toneladas. Como diversos fornecedores ainda não estavam presentes, a Clealco se comprometeu entrar em contato com os demais para que este mesmo compromisso também seja firmado por aqueles que não estavam presentes na assembleia. Caso isso não ocorra, o grupo irá se reunir para avaliar a situação podendo, inclusive, retirar a proposta, fazendo com que uma nova assembleia ocorra para buscar novas alternativas, ou a falência da Campestre. Vale ressaltar que isso também estava previsto no plano apresentado pela usina de Clemetina, o que lhe dá o resguardo necessário para a ação. A decisão da assembleia será homologada para que o juiz possa apreciar e confirmar a aquisição, já que correm na Justiça algumas ações contra a Campestre que impossibilitam a confirmação. Com a venda do Parque Industrial, a usina irá se dedicar ao arrendamento de terras e também ao cultivo agrícola, bem como de administrar as receitas como a alienação da UPI e outras adicionais. (Rafael Machi)

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