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CIDADE & REGIÃO

07/02/2010

Universitários adotam “trote solidário” com calouros

Detalhes Notícia

DA REPORTAGEM

Quem já passou por isso sabe, conhece ou pelo menos têm vaga lembrança da angústia, expectativa e nervosismo que antecede à entrada na faculdade. Sensações desnecessárias, sem dúvida, mas, infelizmente, inevitáveis e até naturais. E quando se consegue entrar em uma universidade, seja pública, estadual ou federal, para muitos é a realização de um sonho. Mas, em muitos casos, esse sonho acaba se tornando um pesadelo com a prática dos famosos trotes violentos praticados pelos estudantes considerados “veteranos”. Estes trotes em alguns lugares vão muito além de raspar a cabeça, usar roupas esquisitas e fazer pedágio nas esquinas para “pedir esmola”, dinheiro usado na maioria das vezes para a compra de bebidas alcoólicas. Em muitas ocasiões, os calouros, como são chamados os estudantes que estão ingressando na faculdade, são obrigados a participar de provações de embriaguez, onde são feitos concursos para ver quem ingere mais bebida. Quando não, os calouros são forçados a ingerir misturas indigestas, comidas previamente mastigadas por veteranos, ou então, são obrigados a correr nus por vias públicas. Caso o estudante não aceite participar do trote, ele é submetido a agressões físicas e a represálias truculentas. Muitos jovens já foram espancados e torturados pelo fato de não aceitarem as condições propostas pelos veteranos. Alguns chegaram a morrer devido às conseqüências desse tipo de atitude. Embora em algumas cidades essa atitude seja tradicional, em Penápolis nenhuma ocorrência envolvendo trotes violentos foi registrada pela Polícia, conforme informou o delegado do município Mauro Gabriel. “Os estudantes em nossa cidade sabem dos perigos que os trotes violentos podem trazer as possíveis vítimas, bem como as conseqüências que serão aplicadas aos universitários que praticam este ato”, destacou. O delegado ainda acrescentou que dependendo da conduta adotada pelos veteranos aos “bixos”, resultando em alguma lesão, o estudante responde criminalmente, variando a pena de acordo com a violência imposta na brincadeira.

Trote Solidário
As instituições de ensino todos os anos tentam eliminar ou amenizar a prática dos trotes violentos através do endosso mais ou menos tácito ao chamado “trote solidário”. São assim denominadas as atividades assistencialistas, organizadas geralmente pelos centros acadêmicos, e que envolvem a coleta de alimentos não-perecíveis e roupas, doados posteriormente para creches, asilos e orfanatos, bem como campanhas de doação de sangue para hospitais e centros de saúde. Na Funepe (Fundação Educacional de Penápolis), esta prática já é adotada por quatro anos, conforme garantiu Lídia Raquel Louback Paranhos, coordenadora de ensino, pesquisa e extensão da fundação educacional. “Em 2009 realizamos o trote solidário onde o vestibulando plantava uma arvore no campus”, destacou. Ela ainda acrescenta que este ano está previsto o recolhimento de alimentos, que serão encaminhados as entidades assistenciais na cidade. “Além disso, os bolsistas da faculdade estarão prestando serviços a estas instituições”, garantiu. Iniciativas como essa mostram que a participação dos jovens é muito importante e que, de fato, atos solidários não só ajudam os que precisam como despertam o lado humano daqueles que colaboram. A coordenadora lembrou que tanto os calouros como os veteranos têm recebido os trotes solidários de forma satisfatória, demonstrando que ainda existem grupos estudantis que estão lutando para que o trote violento deixe de existir nas universidades. “Espero que os estudantes continuem criando medidas para que bebidas alcoólicas, drogas, violência e a brutalidade não estraguem o verdadeiro significado do trote, que é comemorar e se divertir de forma saudável, significando mais um grande passo para o sucesso profissional”, finalizou Lídia. (IA)

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