UNIÃO: Penapolense destaca casamento mesmo em isolamento

DA REPORTAGEM

Em meio à pandemia do novo coronavírus e a quarentena imposta em todo o Estado de São Paulo, muitas pessoas têm vivido incertezas em relação a momentos de suas vidas que estavam programados para este momento de dificuldade. Por causa da quarentena, muitos noivos passaram a adiar e a até mesmo cancelar suas cerimônias, já que aglomerações não estão sendo permitidas neste momento.
Outros casais, no entanto, têm optado por realizar suas respectivas cerimônias, mesmo que o evento seja feito com número bastante reduzido de pessoas e até mesmo sem contato físico, como o tão esperado abraço das pessoas amadas neste momento único na vida de um casal.
Foi o que aconteceu com o casal Adelionice Feitosa e João Marcos Lima Barboza, que recentemente disseram o sonhado “sim” em uma cerimônia bastante simples e reservada.
O casamento ocorreu no dia 2 de maio na 1° igreja Batista de Interlagos, na capital paulista. A penapolense que mora em São Paulo, teve sua cerimônia realizada pelo pastor Waldecir Anacleto, que atua na igreja de Interlagos e também na Igreja Luz Para as Nações, em Penápolis.
A cerimônia aconteceu com a presença de um total de nove pessoas entre familiares da noiva, convidados e organizadores. Já os familiares do noivo, que são do Rio de Janeiro, não puderam estar presentes por conta da quarentena. Entretanto, isso não foi impedimento para que as famílias e amigos deixassem de acompanhar o momento especial, já que uma transmissão ao vivo em uma rede social permitiu que todos pudessem ver acompanhar a cerimônia. “Nesse dia eu acordei com todos os sentimentos misturados, sendo um dos mais desafiadores, o medo. Não do casamento, mas da decisão de casar no meio de uma pandemia”, comentou. 
Segundo a noiva, para o dia do casamento havia uma festa programada para 120 pessoas. Ela contou que, no início da quarentena, o Buffet se mostrou resistente, já que a situação era nova para todos, entretanto, a empresa havia concordado em adiar a festa, mas com algumas restrições, entre elas, uma data pré-determinada péla empresa. “Como não chegamos em um acordo decidimos cancelar a festa no local.”, explicou. 
Além disso, Adelionice explicou que já havia conseguido toda a documentação necessária para o casamento. Com o cancelamento da festa, a ideia inicial era a de se realizar uma um casamento apenas com um juiz de paz, 2 testemunhas e os noivos em uma cerimônia realizada em sua própria casa. 
Entretanto, faltando apenas dois dias para o grande dia, os noivos decidiram organizar a cerimônia. ”Foi tudo improvisado, a ornamentação da igreja, até o meu vestido foi feito em cima da hora por uma amiga costureira. Porém, o resultado final ultrapassou nossas expectativas. Inclusive, o fato de querermos algo mais intimista desde o início colaborou com a nossa satisfação sobre o resultado da cerimônia, ficou tudo parecido com algo que sempre queríamos”, disse. 
Vale destacar que o casamento foi realizado com a utilização de máscaras de proteção, distanciamento entre as pessoas e todas as demais recomendações. 
“Foi tudo muito simples, mas quando eu cheguei no altar eu senti muita paz. Uma paz inexplicável. E naquele sentimento de paz, eu vi o cuidado de Deus em cada detalhe do nosso dia a dia. Eu nunca imaginei casar com a presença de menos de 10 pessoas. Sem abraços de felicitações, e sim com muito distanciamento físico. Mas foi assim que eu casei, e mesmo sem o abraço, recebemos o amor e o carinho dos amigos e familiares, de perto e de longe, e ainda continuamos recebendo”, destacou a noiva.
“Teremos lembranças de um tempo difícil? Sim, teremos, mas quero lembrar que também foi um tempo de muita esperança e fé em dias melhores e por isso eu me casei com o homem que eu mais amo, com a esperança de viver pra sempre ao lado dele”, finalizou.

(Rafael Machi)