Três tambores: Roberta Marin é campeã em competição nacional da ABQM

DA REPORTAGEM

A penapolense Roberta Fornazari Marin, voltou a se destacar na Prova dos Três Tambores ao ser a grande campeã da prova realizada durante o 46º Campeonato Nacional Quarto de Milha ocorrido na semana passada no recinto de exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba, realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). 
A competição é considerada uma das mais importantes da categoria em todo o Brasil e contou com 196 competidoras. Após a fase classificatória, Roberta esteve entre as 38 finalistas e venceu a competição com o tempo de 16.907 segundos. Ela recebeu um prêmio de R$ 9 mil. Roberta foi a campeã na categoria feminino juntamente com seu animal, a égua Miss Question Shiner. 
De acordo com ela, ser campeã em uma competição tão importante como essa é de grande representatividade para sua carreira. “É uma competição nacional e muito bem vista pelas competidoras por sua importância. Poder competir e sair como grande campeã me deixa muito feliz e orgulhosa”, destacou.
Apesar da preparação que vem tendo para as competições, ela revelou que não esperava o título. “Claro que é algo que sempre almejamos. Venho treinando mais nos últimos meses justamente para buscar resultados ainda melhores, mas confesso que o título nesta competição nacional foi uma grande surpresa pra mim, superando minhas expectativas”, destacou.
A penapolense também se destacou em outras competições, participando recentemente conquistando títulos em Americana e Fernandópolis. As próximas competições em que deve participar e buscar bons resultados devem ser da festa do Peão de Barretos, em Agosto; e a Copa do Campeões realizada em outubro.
“Estou muito feliz com os resultados que venho obtendo. Tenho muito que agradecer o apoio e envolvimento de todos para estas conquistas, em especial, meus pais, que sempre estiveram do meu lado”, afirmou a jovem. 
O 46º Campeonato Nacional do Quarto de Milha reuniu, durante 12 dias, mais de 1,7 mil competidores de todo o País, com premiações que totalizaram R$ 3,7 milhões dentro 18 modalidades esportivas da raça, que tem o maior rebanho equino do Brasil.
A modalidade dos três tambores exige sincronia perfeita entre o cavalo e a amazona ou cavaleiro e também permite a participação de crianças, jovens, adultos, amadores e profissionais, sendo uma das preferidas competições nos rodeios.
O esporte, que cada vez mais está presente em festas de peão, também conquista muitos fãs em todo o Brasil, e pela premiação ser muito atrativa, os eventos onde há a modalidade, chegam a contar com mais de três mil inscrições de competidores.
Entre carro, moto e prêmios em dinheiro, a penapolense Roberta Marin já foi mais de 15 vezes campeã em diferentes competições, além de diversos pódios alcançados desde quando começou a participar do esporte.

Preparo
A penapolense revelou que pratica o esporte desde pequena por incentivo dos pais, Joelcio Adriano Marin e Karina Fornazari. “Meu pai sempre teve cavalo e eu gostei de estar envolvida. Quando ele viu que eu gostava da prática, e que queria treinar mais, ele me deu a oportunidade de aperfeiçoar”, revelou. 
Ela contou que a motivação para treinar veio com o tempo. “Com os títulos e outros prêmios que vinha ganhando, comecei e me dedicar cada vez mais nesta minha paixão”, comentou.
Os treinos, que antes ocorriam alguns dias da semana, passaram a ser diários e hoje são realizados através das instruções do próprio pai.
Porém, não é somente Roberta que faz treinamentos constantes. Entre os cavalos que participam com ela nas competições, dois são destaques por suas atuações nas provas, sendo o cavalo Famous By Frida e a égua Miss Question Shiner. “Eles também passam por uma preparação especial. São acompanhados por um veterinário, possuem alimentação balanceada, entre outros cuidados necessários para que possam ter bom desempenho. É importante haver uma boa conexão entre eu e eles, por isso, estamos sempre juntos”, destacou. 

Três Tambores no Brasil
A prova teve início na década de 40, no Texas, Estados Unidos, mais precisamente em 1948, onde ocorreu a primeira prova e garantiu a participação das mulheres em rodeios. No Brasil, a modalidade foi introduzida pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha – ABQM, e em 3 de outubro de 2003, a modalidade ganhou uma associação representativa nos rodeios, a Associação Nacional dos Três Tambores – ANTT, que tem sua diretoria composta por mulheres, sendo fundada exatamente, para valorizar a modalidade, e buscar melhores condições junto às organizações das provas e rodeios.
O objetivo dos Três Tambores é fazer o contorno em volta dos tambores que ficam na arena em forma triangular, à uma distância de 30 metros cada um. Ganha o competidor que fizer o percurso em menos tempo, pois o cronômetro é ligado quando o focinho do cavalo cruza a linha de partida. O primeiro tambor deve ser contornado em giro de 360º da esquerda para a direita, e os dois últimos também devem ser contornados em um giro de 360º, porém, da direita para a esquerda.
Não apenas os cavaleiros, mas também as amazonas, devem estar devidamente trajados para competir nesta modalidade, com, botina, calça, chapéu e camisa longa com os punhos abotoados.

(Rafael Machi)