Trio é detido e confessa que tentou fraudar vestibular de Medicina da Funepe

DA REPORTAGEM

Três pessoas, um empresário de 28 anos, sua namorada, de 25, e um comerciante de 40, foram detidos na tarde de domingo (30) depois que confessaram tentar fraudar o vestibular de medicina da Fundação Educacional de Penápolis (Funepe). A Fundação afirmou que vai manter o vestibular, já que o caso está sendo tratado apenas como uma tentativa de fraude. Segundo informações do Boletim de Ocorrência, o fato iniciou a cidade de Pongaí, na região de Lins. Consta que policiais militares rodoviários faziam patrulhamento de combate ao tráfico de drogas na rodovia Dr. Mário Gentil (SP-333), por volta das 15h30, quando abordaram uma caminhonete Toyota SW-4, com placas de Teófilo Otoni (MG), e que era conduzida pelo empresário, tendo os outros dois como passageiros. Questionado, o condutor da caminhonete afirmou aos PMs que retornava de Penápolis, onde havia ido fazer o vestibular de medicina. Ele revelou que, mesmo tendo chegado um dia antes do vestibular, que havia perdido a prova e estaria retornando para sua cidade. Desconfiados, os policiais decidiram vistoriar o veículo, e durante as buscas, encontraram uma pasta contendo um rádio transmissor ligado a três baterias, um detector de metais, um rádio portátil, uma antena transmissora, várias baterias e transmissores de frequências e grande quantidade de micro pontos utilizados como escutas. Em posse dos materiais, os jovens acabaram confessando que haviam ido até Penápolis com a intenção de fraudar o vestibular vendendo respostas por R$ 5 mil de cada candidato que participasse do esquema. Para cometer a fraude, ele se infiltraria entre os candidatos e passaria as respostas por meio dos transmissores e micro pontos. As respostas das questões da prova seriam repassadas por parte do grupo de dentro da central de transmissão instalada na caminhonete. A Fundação confirmou que o candidato detido estava entre os inscritos, mas que não havia comparecido ao vestibular. Diante das afirmações, o grupo foi encaminhado à Central de Polícia Judiciária da Polícia Civil de Lins, para prestar mais esclarecimentos. Na unidade, o empresário alegou que desistiu de aplicar o golpe, e os outros dois investigados disseram que não tinham conhecimento dos transmissores. A polícia apreendeu cinco aparelhos de celular e R$ 429,00 que estava com a jovem, que não soube explicar a origem do dinheiro. Depois de ser ouvido, o trio foi liberado, mas deverão responder processo. 

Funepe
Em nota divulgada nesta segunda-feira (30), a Funepe afirmou que irá manter o vestibular de medicina da instituição, já que a fraude não teria sido consumada. Na nota, a instituição informou que, assim que soube do ocorrido, se dirigiu à Delegacia de Lins para tomar conhecimento dos fatos. “Como constatado em Boletim de Ocorrência, não se concretizou fraude, e, diante de todas as medidas de segurança tomadas pela equipe da instituição durante a aplicação da prova, e não havendo nenhum motivo concreto que justifique cancelamento do certame, a instituição prosseguirá normalmente com as próximas etapas (correção, divulgação dos resultados e matrículas”, afirma a nota. A Funepe informou que deixará as investigações por conta da Polícia Civil, devendo os investigados prestar contas à Polícia e ao Poder Judiciário.

(Rafael Machi)