Tremor: Bombeiros não registram reclamação em Penápolis

Ao contrário do que ocorreu em Penápolis no dia 22 de março de 2006, quando um forte estrondo foi sentido por boa parte da população e posteriormente foi comprovado que se tratava de um abalo sísmico, desta vez o tremor de grande proporção registrado na Capital Paulista não foi sentido pelos penapolenses. O abalo em Penápolis, naquele dia, segundo as medições, chegou a 2,5 graus na Escala Richter. O abalo ocorreu exatamente às 11h, e deixou assustada toda a população. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, subtenente Maurício José Garcia, os reflexos do tremor de terça-feira, que atingiu a marca de 5,2 graus de magnitude na escala Richter, não chegaram até a região. O epicentro foi no mar, a 215 km da costa do Estado de São Paulo, segundo informação do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB). O fenômeno foi registrado às 21h00min48 e durou três segundos. Foi um dos sete maiores tremores em magnitude registrados por sismógrafos no país e pode até fazer com que novos abalos ocorram nas próximas horas.
Apesar da péssima experiência vivida em especial pelos moradores da capital, não ocorreram registros de feridos ou de ocorrências graves, mas ocorreram rachaduras em edifícios no bairro do Butantã e no Hospital Estadual da Vila Alpina, na zona leste da cidade de São Paulo. Uma tubulação de água em Mogi Guaçu se rompeu e deixou milhares de moradores sem o fornecimento do líquido.
Além da capital, moradores de vários locais do Estado de São Paulo, como a região do ABC paulista, Baixada Santista e Campinas informaram ter sentido os tremores. Cidades mais distantes como Americana, a 120 km da capital, também sentiram o abalo. Moradores de Estados vizinhos afirmam ter sentido um leve tremor. Reflexos do tremor chegaram ao Paraná, Minas Gerais e em Santa Catarina. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) de São Paulo confirmou que recebeu dezenas de ligações de todas as zonas da capital com relatos do abalo.
Especialistas garantiram ontem que o tremor vivenciado terça-feira está entre os sete maiores já registrados no Brasil. No Estado de São Paulo, outra grande ocorrência foi registrada em 1922, em Mogi-Guaçu (172 km da capital), com 5,1 graus na escala Richter (com a diferença de que naquela ocasião o epicentro foi no continente). O maior terremoto documentado no país, entretanto, ocorreu em 1955, em Porto dos Gaúchos, na Serra do Tombador (MT), e teve magnitude 6,6 na escala Richter. Os registros de tremores, fatos raros no Brasil até recentemente, passaram a ser freqüentes recentemente. Em dezembro do ano passado, depois de um terremoto de 4,9 graus atingirem a região de Itacarambi (MG), foi o causador da primeira morte em decorrência de tremores de terra no Brasil. (SRF)

Penápolis já passou por duas experiências

Além do registro do dia 23 de março de 2006, Penápolis já havia registrado, na década de 1980, o reflexo de um tremor de terra ocorrido no Chile. Naquele dia apenas os moradores de um prédio de apartamentos, o Edifício Verona, localizado na Vila Paulista, presenciaram os móveis e utensílios domésticos sofrerem uma pequena movimentação. Apesar da baixa intensidade foi suficiente para causar pânico entre os moradores. Assustados, e, sem saber o que estava ocorrendo, a maioria evacuou imediatamente o local. Os policiais militares e bombeiros foram acionados e após minuciosa vistoria, nada de anormal foi verificado. Como na época as informações eram mais escassas, já que não havia a Internet, somente no dia seguinte chegaram às informações sobre o terremoto em grande escala no citado país. Felizmente em Penápolis o tremor não passou apenas como um susto para os citados moradores.  Já o registro de 2006, seguido por um forte estrondo, foi vivenciado por boa parte dos moradores. Relatos de moradores dão conta que divisórias de um escritório tremeram. Alguns chegaram a pensar que alguma caldeira havia explodido, enquanto que outros afirmaram que um avião potente, voando baixo, teria causado o problema. (SRF)