Tratamento a laser: Santa Casa realiza cirurgia inédita na região

Um novo equipamento destinado ao tratamento de cáculos urinários usando a técnica Holmium Laser foi recentemente introduzido no Brasil pela empresa Handle Cook.
O Odyssey 30 está no país há sete meses e já vem sendo utilizado nos grandes centros para a fragmentação de cálculos renais. Este equipamento foi utilizado no último dia 02 de julho na Santa Casa de Misericórdia de Penápolis pelo médico Ricardo Ferri Barreto para a implosão de um cálculo em uma paciente. O pioneirismo de tal técnica em nosso meio deve-se ao fato de somente cidades como Ribeirão Preto, Campinas e São José dos Campos o terem utilizado no interior do Estado de São Paulo. De acordo com Daniel Gaino, Engenheiro Biomédico da empresa “o sistema Holmium Laser é, hoje, o tratamento mais moderno, eficiente e seguro contra cálculos urinários, permitindo ao paciente ficar livre do cálculo em mais de 90% dos casos”. A nova tecnologia permite menor risco aos pacientes e segurança para a equipe médica devidamente treinada como comenta o Urologista e Andrologista, Ricardo Barreto, responsável pela realização deste procedimento em Penápolis: “A cirurgia a laser é minimamente invasiva, proporcionando recuperação rápida com pouco risco de complicações e perda sanguínea, já que não implica em cortes, tornando menos traumático ao paciente que poderá retornar a rotina imediatamente”. O tratamento de cálculos urinários (litíase urinária) pode ser feito de várias maneiras como explica o médico. “Há vinte e cinco anos atrás era utilizado o procedimento da cirurgia aberta, onde era efetuado um corte na barriga do paciente. No início da década de 80 começou o uso do litotridores que consistiam em ondas de choques para fragmentar os cálculos. Há cerca de quinze anos iniciou-se o uso dos ureteroscópios, aparelhos que são introduzidos no ureter, canal que conduz a urina dos rins à bexiga. Através dos ureteroscópios são introduzidos equipamentos chamados litotridores que por meio de ondas ultra-sônicas ou energia pneumática fragmentam os cálculos. Há três anos iniciou-se a utilização do laser para essas cirurgias e o aparelho Odyssey 30, o mais moderno existente no mercado, foi lançado em meados do ano de 2008 nos Estados Unidos, tendo chegado ao Brasil no final de novembro do mesmo ano. A ureteroscopia flexível unida ao laser representa um importante avanço tecnológico e será um grande ganho quando estiver incorporada ao dia a dia dos urologistas” completa Barreto. O procedimento consiste em se introduzir no ureter uma fibra óptica flexível de pequeno diâmetro, material capaz de chegar a qualquer órgão do sistema urinário. As fibras podem ser posicionadas bem próximas dos cálculos, o que aumenta a precisão do laser quando acionado. Com a nova máquina, o cirurgião também tem melhor visibilidade durante o ato cirúrgico, pois a luz emitida pelo equipamento, que serve como guia para o profissional, é da cor verde, diferente de outros equipamentos já lançados, que emitem uma iluminação vermelha que pode ser confundida com órgãos e até com o sangue do paciente. Outro diferencial é a possibilidade de ajuste da duração do pulso, que também aumenta a precisão, pois evita que cálculos dispersos se movimentem durante o procedimento. (ACSC)
 
Foto: Aparelho utilizado pelos médicos penapolenses