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CIDADE & REGIÃO

24/11/2013

Trabalho científico de odontóloga penapolense é premiado em 1º lugar em Brasília

Divulgação
Detalhes Notícia
(Da dir. p/ esq.) Lenise e sua orientadora, Prof. Cléa Adas Saliba Garbin

A penapolense Lenise Cecílio aluna do Mestrado em Odontologia Preventiva e Social da UNESP – Araçatuba,  construiu uma Dissertação que recebeu o nome de “Violência interpessoal e saúde pública: da legalidade à realidade”. Esse trabalho resultou em dois artigos científicos, e um deles foi publicado em um Periódico do Ministério da Saúde, a revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, que é enviada a todas as secretarias municipais e estaduais de saúde do Brasil, além de diversas instituições e entidades nacionais e internacionais. É uma publicação de grande alcance e abrangência.

Na ocasião, relata Lenise,  “fui orientada pela Prof. Cléa Adas Saliba Garbin, do Programa de Pós Graduação em Odontologia Preventiva e Social da UNESP de Araçatuba, hoje minha orientadora do doutorado e minha grande amiga”.

 

Premiação

 No último dia 16 de outubro, esse trabalho foi contemplado com uma importante premiação nacional, durante a 13ª EXPOEPI em Brasília,  Mostra Nacional de Experiências bem sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças. As experiências e trabalhos técnico-científicos foram premiados nas diferentes áreas constitutivas da vigilância em saúde. Foram inscritas 540 experiências bem-sucedidas realizadas pelos serviços de saúde; 148 trabalhos de profissionais que atuam no SUS e contribuem para o aprimoramento das ações de vigilância em saúde, prevenção e controle de doenças e agravos; e 16 experiências com ações desenvolvidas por movimentos sociais que cooperaram para o aprimoramento da vigilância em saúde em relação a doenças específicas. A exposição apresentou 21 painéis temáticos, 18 mostras competitivas, duas mesas redondas e uma conferência sobre os desafios atuais de vigilância em saúde. Dentre todas essas categorias, os autores dos três melhores trabalhos publicados na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS) foram convidados a participar da Mostra Oral, concorrendo ao Prêmio RESS Evidencia, instituído pelo Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde a fim de reconhecer publicamente e nacionalmente o mérito dos artigos científicos publicados que contribuíram para o aprimoramento dos serviços de saúde na área da Vigilância em Saúde. “Recebi um email dos organizadores, com um convite para ir a Brasília e fazer a apresentação oral desse trabalho para o público do evento, que escolheu, entre os trabalhos apresentados, o que seria contemplado com o prêmio”. http://www.expoepi.com.br

 

Edição 2013

Concorreram, para a edição 2013 do Prêmio (2ª edição do prêmio), todos os artigos originais publicados na RESS no ano de 2012. Dentre aproximadamente 60 artigos, 3 foram pré-selecionados por uma comissão e indicados para apresentação oral durante a 13ª EXPOEPI. A seleção final do melhor artigo publicado na RESS no ano de 2012 deu-se por votação majoritária simples da audiência do evento.

O nosso trabalho foi finalista com 2 outros importantes trabalhos,  do Rio Grande do Sul, intitulado “Mortalidade infantil e as malformações congênitas no município de Pelotas/RS, Brasil: estudo ecológico no período 1996-2008”, e outro de Brasília, nomeado “Infecção natural de Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus pelo vírus da febre amarela no Distrito Federal, Brasil, 2007-2008”. “Tivemos a honra de trazer esse prêmio para Penápolis com o trabalho Violência interpessoal: estudo descritivo dos casos não fatais atendidos em uma unidade de urgência e emergência,  referência de sete municípios do estado de São Paulo, Brasil, 2008 a 2010 parte da minha dissertação de Mestrado  sob a orientação da Professora Cléa Adas Saliba Garbin” explicou Lenise.

O prêmio é destinado aos artigos científicos que contribuem para o aprimoramento dos serviços de saúde na área da Vigilância em Saúde. “Nosso trabalho disputou o prêmio com outros 60 artigos, e partiu da hipótese que o perfil epidemiológico da violência de pequenos e médios municípios e regiões do interior dos estados pode ser diferente daquele encontrado em grandes capitais e regiões metropolitanas, e que servem de base para a formulação de políticas públicas de enfrentamento. E o resultado confirmou essa hipótese na nossa região. Levantamos os casos de violência de Penápolis e dos 6 municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal de Saúde e que levaram suas vítimas a buscar atendimento nos serviços de saúde, mais precisamente no Pronto Socorro Municipal, e os resultados confirmaram a nossa hipótese, pois enquanto a epidemiologia da violência na grandes cidades apontam para a maior ocorrência de vítimas do sexo masculino, agredidas em vias públicas, nosso trabalho, entre outras coisas, encontrou 93,6% das vítimas sendo do sexo feminino, agredidas em suas residências, por homens (63,3%), normalmente seus cônjuges ou companheiros. Em 35,8% dos casos, havia suspeita de que o agressor havia feito o uso de bebidas alcoólicas ou outras drogas, e em mais de 40% dos casos a violência era repetida, ou seja, essa vítima já tinha sido agredida por essa pessoa. A maior parte das vítimas sofreu ferimentos na face e nos membros superiores, muito provavelmente pelo aspecto de humilhação que o agressor impõe à sua vítima ao atingir-lhe a face, e pela interposição das mãos e braços por parte das vítimas na tentativa de se defender. Nas grandes cidades, por exemplo, a maior parte da violência é do tipo deliquencial ou criminal, que tem vítimas masculinas e as vias públicas como principal característica. Já nos municípios menores, com taxas de criminalidade menores também, a principal forma de violência é a familiar e de gênero, contra as mulheres. Essa realidade impõe aos municípios a grande responsabilidade de ajustar as diretrizes ministeriais conforme as características locais, e o primeiro passo para o enfrentamento da violência é conhecer suas características. No nosso caso, pesquisamos as ocorrências que levaram a vítima ao serviço de saúde. Se pesquisarmos os casos que geraram ocorrência policiais, as características podem ser diferentes, e precisamos ter um olhar ampliado para todas essas nuances e esses aspectos, explicou Lenise.

Violência no Brasil”, problema de Saúde Pública

Em uma entrevista da minha orientadora, que é livre docente em odontologia legal,  especialista em bioética e  coordenadora do grupo de pesquisa sobre violência da FOA, “a violência no Brasil é um problema de saúde pública, e merece estudos com esse viés. Quase 5% do PIB do país é gasto com reparos aos danos causados pela violência na área da saúde. Ela é a terceira maior causa de mortes no país, a primeira entre o grupo de adolescentes e adultos jovens”.

Satisfação

Foi uma alegria muito grande trazer esse prêmio para Penápolis. Agora precisamos nos debruçar sobre esses resultados e intervir de maneira preventiva, pois sabemos quais são os seus fatores intervenientes. Os profissionais de saúde e toda a sociedade tem um importante papel nessa luta. Esse é mais um reconhecimento ao trabalho desenvolvido no nosso município, tenho muito orgulho de tê-lo construído, e de ter contado com o auxílio de muitas pessoas como a minha orientadora Cléa, meu marido Ledo Cecilio, meu eterno apoio, a Silvinha, meu braço direito (e esquerdo, quando se trata do Yann), o enfermeiro Alexandre, que me auxiliou na coleta dos dados, e muitas outras pessoas que convivem comigo. Penso que esse reconhecimento só vem corroborar com a ideia de que podemos, sim, atuar para melhorar o ambiente onde estamos inseridos e o SUS.

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