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CIDADE & REGIÃO

06/02/2011

Trabalhadores itinerantes fazem de veículos o seu 2º lar

Rafael Machi
Detalhes Notícia
O Ônibus é utilizado como moradia para Denis trabalhar nas festas da região

DA REPORTAGEM

Durante a realização do Torneio dos Cobras e Cobrinhas no ginásio municipal de esportes Antonio Castilho Braga, o “Gigantão Azul” um grupo de pessoas trabalha na hora dos jogos, na praça de alimentação instalada na área externa. O mais curioso,  é que estes comerciantes ficam instalados em “casas móveis”, durante o dia, ou seja, utilizam um caminhão e um ônibus, como  moradia provisória. É o caso da vendedora Tainara Cristina Boer, 20 anos natural de Fernandópolis que trabalha com o marido durante as festas de cidades da região. Instalados em um caminhão, Tainara explica que possui casa em sua cidade natal, porém permanece pouco tempo lá, devido ao tipo de trabalho que fazem, eles moram de maneira improvisada dentro do caminhão. “É algo que fazemos por necessidade, tenho minha casa, minha família em Fernandópolis, porém é preciso ganhar o sustento, e esta foi a forma que encontramos para ter uma renda mensal”. Ela conta que é a primeira vez que trabalha durante o torneio realizado em Penápolis, porém já comercializou seus produtos no rodeio que aconteceu na cidade no ano passado. “Geralmente vamos a eventos de grande porte, como rodeios, festas agropecuárias, mas este evento esportivo que está ocorrendo em Penápolis, veio para nós num momento oportuno, uma vez que janeiro é um mês fraco para o nosso tipo de comércio”, afirma. Além de São Paulo, já trabalharam em outros Estados, como Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais, e por ficar tanto tempo fora de casa, foi necessário “levar a casa”,  por isso o baú de um caminhão foi improvisado para ter o mínimo de conforto durante o longo período em que estão trabalhando. “É uma segunda casa, temos onde dormir, cozinhar, assistir TV, lavar roupas.  Geralmente nas cidades que estamos nos oferecem alguma estrutura para usarmos um banheiro. Mas é vivendo desse jeito que conseguimos trabalho para ganhar alguma coisa”, conta.

Ônibus
O vendedor Denivaldo de Castro, 48 anos, conhecido por Denis também tem uma segunda moradia. Ele possui um ônibus que se transforma numa casa móvel improvisada. Dentro do veículo há  tudo o que tem numa casa comum, como geladeira, fogão, televisão, máquina de lavar para que ele possa ter um pouco de conforto. Denis era comerciante, porém as dificuldades fizeram com que ele fechasse o negócio, e, a convite de um amigo, começou a viajar para trabalhar em festas. “Quando meu amigo me convidou, eu trabalhava como empregado dele, porém, hoje, somos sócios, e cada um vai apara um canto, ele vende batidas e, eu os Krep’s e churros”, comenta. Esta é a primeira vez que vem a Penápolis, porém já trabalha há oito anos no ramo. Ele também é natural de Fernandópolis, e disse que sente muito em deixar a esposa e os dois filhos sempre que viaja. “Saudade a gente sempre sente, mas tenho que trabalhar, e esta foi a forma que encontrei para sustentar minha família, e sei que meus filhos estão sendo bem cuidados, revela. Ele chegou a ficar 45 dias fora de casa e segundo ele, nunca teve problemas nas cidades em que esteve. “Por onde passamos, felizmente, fazemos muitas amizades, as pessoas nos tratam com muito carinho, assim como temos um carisma muito grande por todos”, ressalta. O vendedor conta ainda que o medo de assalto e a criminalidade sempre existiu, porém nunca teve problemas deste tipo. “Temos que trabalhar sempre atentos pois existe risco  e espero que nunca  tenha problemas”, diz. A “casa ambulante” desperta a curiosidade de muita gente, mas isto também faz parte da rotina destes comerciantes. Denis diz que sempre é questionado sobre o seu trabalho e moradia. “Sempre perguntam como é morar em um ônibus, digo que gosto e que estou feliz por isso, afinal é meu emprego e vivo com dignidade”, revela. Apesar do pouco conforto que possuem, dizem que  fazem tudo com muita dedicação e higiene, pois  temos a  preocupação em proporcionar qualidade para os clientes”, finaliza. Além disso, a troca de amizade e simpatia assinalam a vida destes trabalhadores que vão de cidade em cidade e procuram viver dentro da legalidade e com dignidade. (Rafael Machi)

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