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CIDADE & REGIÃO

07/01/2018

Sucuris no Maria Chica: Biólogos explicam sobre encontro de cobras em córrego

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Aumento no nível do córrego facilita a locomoção de cobras sucuris, consideradas muito ágeis na água

DA REPORTAGEM

O encontro de duas cobras sucuris, de cinco e quatro metros de comprimento, em um intervalo de sete dias em Penápolis chamou a atenção e causou preocupação das pessoas, já que o fato foi considerado bastante incomum. Elas foram capturadas há uma distância muito pequena uma da outra no córrego Maria Chica, na região do Centro de Lazer. Nas duas ocorrências, em 26 de dezembro e 02 de janeiro, elas foram encontradas por populares e precisaram ser capturadas pelo Corpo de Bombeiros e depois soltas em seu habitat natural por policiais militares ambientais. A reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS ouviu dois biólogos, que explicaram o fenômeno e que também classificaram o fato como sendo incomum.
Segundo explicou Carlos Eduardo Dias Sanhudo, as duas cobras encontradas são da espécie Eunectes murinus, popularmente conhecida como sucuri preta e comum na região. Este tipo de serpente não possui veneno, mas ataca sua presa imobilizando-a com seu próprio corpo, causando fraturas e a morte por asfixia. “Ao contrário do que muitos pensam uma cobra como esta evita o contato com humanos, procurando sempre se refugiar. O ataque só acontece quando ela se sente ameaçada, como ocorreria com qualquer outro animal. Na verdade, são raros os registros de ataques a humanos. Existem muito mais mortes no trânsito, por exemplo, do que com ataques de uma cobra como esta”, afirmou. 

Aparição
Para a bióloga Camila Mandai, o fato de Penápolis estar “invadindo” as matas, com seu crescimento natural, pode ser um agravante para este tipo de fenômeno. 
Ela desmistificou ainda a possibilidade das cobras terem sido arrastadas pelas enxurradas das chuvas nos últimos dias, isso por que este tipo de cobra é considerado um animal aquático, de grande força e agilidade para se locomover na água, ao contrário do que costuma ser na terra. Para ela, a aparição das cobras acaba sendo algo de sua própria natureza. “A cobra sucuri sempre se locomove na lâmina d’água. Ela permanece apenas com os olhos e as narinas para fora, à espera de sua presa às margens dos rios. Com as chuvas e o aumento do nível dos lagos, é comum as cobras acompanharem esse deslocamento das margens e, por algum motivo, estas duas cobras vieram parar no Maria Chica”, acrescentou. Ela disse acreditar que, no caso da segunda cobra encontrada, ela poderia estar tentando retornar para seu habitat. “Ela foi vista se locomovendo e em direção a uma área de preservação existente nas proximidades e uma das características dela é sempre retornar para seu lugar de origem”, disse.
Ainda neste sentido, o biólogo Carlos Eduardo descartou a possibilidade dela vir em busca de alimento. “Uma cobra deste tamanho é topo de cadeia, ela não vai se alimentar de ratos ou pombos, como foi questionado por algumas pessoas. Uma deste porte se alimenta de animais maiores, como capivara, anta e até jacaré, coisas que ela não vai encontrar na cidade, por isso acreditamos que elas somente estavam de passagem pelo córrego, que, no caso de Penápolis, não é seu habitat natural”, explicou. 

Preservação
O biólogo esclareceu também que o fato de cobras deste porte estar sendo encontradas na região também pode ser um indicador bastante positivo de que a preservação de animais que fazem parte de sua cadeia alimentar estarem sendo preservados.  Entretanto, ele ressaltou que é fundamental haver o controle desta população. “Não há na região uma estimativa de quantas cobras deste porte existem. Nem mesmo o número de capivaras, que fazem parte de sua cadeia alimentar. Este tipo de controle poderia ser feito com a implantação de chips, por exemplo, que possibilita um melhor controle da quantidade e até mesmo dessa cadeia, não havendo intervenção em algo da qual não se tem informação”, ressaltou.
Apesar das informações que se tem e o fato de uma cobra não representar um perigo eminente para as pessoas, os biólogos destacaram que é importante não haver a aproximação e nem o contato com uma cobra. Caso ela ofereça algum risco ou esteja em alguma situação vulnerável, a principal recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros através do 193, sendo eles os mais preparados para sua captura neste tipo de situação.

(Rafael Machi)

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