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CIDADE & REGIÃO

25/03/2010

Sobre a Greve dos Professores

Diante o movimento grevista dos trabalhadores em educação (Professores, diretores, supervisores de ensino e funcionários) do Estado de São Paulo, valho-me deste para passar alguns informes à população.
É uma realidade que o salário dos profissionais de tão nobre função, em especial o dos professores, é ridículo, especialmente por tratar-se do estado mais rico da nação.
Estamos completando dez anos sem um movimento grevista “de grande porte” e por tanto tempo. A última efetivou-se no ano de 2000. De lá para cá, tivemos diversos secretários da educação e três diferentes gestões de governadores do estado (embora todos do mesmo partido), cada um deles com sua diferente política educacional e preocupados, acima de tudo, muito mais em deixar suas marcas do que adequar, consertar e melhorar o que encontravam em benefício de uma educação pública de qualidade para os filhos dos trabalhadores mais humildes.
Nesse período, nós professores, representados por nossos sindicatos, tentamos todas as formas de negociações que infelizmente não foram atendidas, fazendo-se necessário que partíssemos para a greve, neste ano, como única e última tentativa de sermos atendidos. Podemos dizer, sem medo de errar, que a greve é muito mais uma necessidade do que vontade dos professores.
Quanto ao índice de reajuste reivindicado por nós, professores, é preciso que se diga que estamos há mais de cinco anos sem nenhuma reposição salarial. A data-base, 1º de março, criada por este mesmo governo, nunca foi respeitada. Além disso, mesmo com a crise econômica vivida pelo país, a arrecadação do estado de São Paulo aumentou (segundo dados fornecidos pelo próprio governo). Portanto, há verbas para o reajuste reivindicado.
Uma prova disto é o bônus que é pago uma vez por ano aos trabalhadores da educação (muito embora só tenhamos conhecimento de que grandes valores são pagos, todavia, os reclamos dos professores é grande e não há provas de que o governo de fato o faz tal qual anuncia). Só o dinheiro gasto com este injusto pagamento (que exclui de maneira injusta os aposentados) daria para aplicar hoje um reajuste salarial (é bom lembrar, não seria aumento) de mais de 10% a todos os professores, da ativa e aposentados.
Em relação ao reajuste salarial por mérito a ser aferido através de avaliações, realmente somos contra e vários são os motivos. O primeiro e mais importante deles é a exclusão dos aposentados deste reajuste. É preciso que todos entendam que professor do estado não tem fundo de garantia. Quando se aposentam, só têm o salário para contar, portanto, neste caso, trabalhamos e lutamos pela paridade. Ao instituir gratificações, bônus e outras formas de mascarar a agressão aos aposentados, sucessivos governos vêm só achatando o salário dos profissionais que dedicaram suas vidas ao magistério paulista. Não podemos e não vamos aceitar sem lutar muito contra este fato.
Ainda sobre o reajuste por mérito, como educadores que somos, entendemos que primeiro deve vir a formação continuada (que não acontece), depois a avaliação. Portando um governo que não forma bem seus funcionários, não pode avaliar.
Outro grande problema do reajuste por mérito é a questão da exclusão (até de profissionais que são aprovados na avaliação) pois a lei prevê a evolução de até 20% da categoria, ou seja, mesmo que o professor tenha a mesma nota de outro, não tem absolutamente nenhuma garantia de evolução, além do que, para a sociedade como um toso isso seja pernicioso, vez que não há como “controlar e fiscalizar” gastos do Estado com o que é incontrolável, daí, faz o governo do Estado o que quer, não dá satisfações e nosso dinheiro (da sociedade como um todo) vai pelo ralo, com certeza em desvios para os bolsos dos “colaboradores” dele. Não somos contra a avaliação simplesmente, mas sim contra a forma isolada,  punitiva e fora do cotidiano escolar como constitui-se a mesma. Concluindo, não temos, por mais que tentemos, nada que nos faça acreditar que esta avaliação terá algum impacto na melhoria da educação.
Continuaremos nossa luta por salário, emprego, dignidade e por uma Escola Pública de qualidade para todos com greve pelo menos por mais esta semana. Esperamos que o governador/secretário da educação dialoguem com nossos representantes e resolvam este impasse. Se não o fizerem, todos temos a perder, inclusive, se não travamos esta luta, da nossa parte, a nossa dignidade e a oportunidade de dar aos nossos alunos, fora da sala de aula, esta aula de cidadania e civismo.
De nossa parte, desde o início do movimentos, temos o compromisso de repor cada aula perdida com a qualidade que nossos alunos merecem, caso nos seja dada a oportunidade. Contamos com o apoio e a compreensão da comunidade e, se for considerado de interesse jornalístico, que seja publicado este esclarecimento à mesma.

(*) Colaboração da Profª. Tereza Cristina Moreira da Silva, Diretora Estadual da APEOESP

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