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CIDADE & REGIÃO

11/09/2016

Setembro Amarelo: Suicídio e sua prevenção são discutidos em palestra

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Participaram do encontro, representantes da saúde, assistência social e entidades de Penápolis e região

DA REPORTAGEM

Aderindo ao movimento de conscientização sobre a prevenção do suicídio, o chamado “Setembro Amarelo”, a cidade de Penápolis e também da comarca realizaram na última sexta-feira (09) uma palestra com o psiquiatra Pedro Roberto Corazza, que atende as unidades do CAPS e o Hospital Espírita João Marchesi, de Penápolis.
A palestra teve o principal objetivo de alertar a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Além disso, o tema foi trabalhado em cima da realidade local e o que pode ser feito para a prevenção destes atos na região. Participaram do encontro, representantes da educação e da assistência social da cidade e região, além de representantes de entidades assistenciais e da rede CAPS, Conselhos Tutelares e outros movimentos.
De acordo com o psiquiatra, a ideia de inserir o movimento na região se deu justamente pela necessidade de melhor trabalhar o problema dentro do CAPS e com entidades que atendem pessoas com problemas psicossociais. “O suicídio ainda é encarado como um tabu. As pessoas que já tentaram o suicídio ou que têm familiares que já passaram por este problema têm dificuldades em falar sobre o assunto ou de procurar ajuda, por isso é muito importante haver este trabalho de conscientização entre profissionais da saúde, oferecendo preparo para lidar com a situação”, afirmou.
Corazza explicou que diversos são os motivos que levam uma pessoa a tentar cometer o suicídio, sejam fatores biológicos, psicológicos, culturais e até filosóficos. “Infelizmente são muitos os fatores que levam uma pessoa a tentar o suicídio e a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem alertado para alguns fatores, como a violência, que tem aumentado o número de casos de depressão entre as pessoas, o que deve servir de alerta para o aumento do suicídio, por isso a importância de se trabalhar, de forma correta, meios de prevenção”, enfatizou.

Perfil
Segundo o psiquiatra, hoje, quem mais comete suicídio são os homens. “O homem tende a ser mais fechado, de menor comunicação do que as mulheres. Outra característica é de que ele sente mais o abalo de uma situação difícil, o que tende a mostrar um crescimento neste tipo de problema relacionado ao suicídio justamente por ser mais fechado”, explicou.
Ele ressaltou também que o jovem que se prepara para entrar na fase adulta da vida também é bastante acometido ao suicídio e suas tentativas. Para Caorazza, a explicação pode estar no grande número de afazeres e responsabilidades que o jovem é submetido nesta fase da vida. “Este é um período bastante complicado para um jovem, que passa a se ver cercado por responsabilidades que antes ele não tinha e que, muitas vezes, o assusta. Quando uma dessas responsabilidades não é cumprida existe uma cobrança muito grande em cima dele, que pode o submeter a uma depressão e consequentemente a uma tentativa do suicídio”, ressaltou.
Os idosos também não estão livres deste mal, o psiquiatra alertou que o número de idosos, acima de 65 anos, que buscam o suicídio também é grande. “Muitas vezes isso acontece em decorrências de doenças que os idosos são acometidos que acabam lhes causando a desesperança e outros quadros de depressão”, explicou.

Penápolis
Pedro Corazza disse ainda que um levantamento do DataSUS, mostrou que nos últimos anos Penápolis tem se mantido estável com relação aos casos de suicídios. “Entretanto, o levantamento apontou que em 2013 houve um pico maior sobre estes casos, mas é importante ressaltar que isso foi algo pontual e que se manteve estável posteriormente. Tendo em vista isso, vemos a importância de se trabalhar à prevenção, buscando a estabilidade destes números e mostrando para as pessoas a importância de se valorizar a vida”, ressaltou.
Apesar de não revelar os números, o psiquiatra disse que muitos atendimentos são realizados pelo CAPS de pessoas que tentaram o suicídio e que, por algum motivo não o conseguiram. “Apesar de terem tentado, são pessoas que buscaram ajuda neste sentido, para um tratamento específico para seus problemas e querem se estabilizar emocionalmente, ou seja, o que for o problema pelo qual a pessoa vem passando. E este tipo de ajuda nós oferecemos através do CAPS, onde procuramos envolver a pessoa de tal maneira que ela se sinta valorizada e motivada para as coisas da vida, sendo este o principal meio de prevenção, a valorização da vida”, finalizou.

Campanha
Pensando em difundir a prevenção do suicídio, foi criado um site na internet – www.setembroamarelo.org.br – que visa explicar a campanha feita neste mês. Segundo o site, são 32 brasileiros mortos por dia através do suicídio, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. “Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não vêm os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas”, explica o site da campanha.
A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta. Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014 concentradas em Brasília. Em 2015 já conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculada ao dia 10 do mesmo mês (ontem) no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

(Rafael Machi)

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