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CIDADE & REGIÃO

18/05/2008

Seqüestro de Carbono: Penápolis é pioneiro mundial na metodologia de medição

É crescente a preocupação que a comunidade mundial vem manifestando em relação ao manejo de florestas e em particular das situadas nas regiões tropicais e subtropicais. Devido a várias ações depredatórias, baseadas em explorações não planejadas torna-se premente a necessidade de se ampliar os estudos sobre vários aspectos relativos a sustentabilidade destas plantações, desenvolvendo critérios e indicadores para o manejo florestal sustentável, com o objetivo de se criar, em âmbito nacional e internacional, sistemas de monitoramento e implementação de métodos práticos de análise e avaliação destes ecossistemas.
A proximidade de rios e córregos sempre foi condição básica para o ser humano cultivar a terra, fazer o manejo da pecuária, iniciar o processo de formação das cidades e, mais tarde na implantação das indústrias.
Em nosso Estado, o resultado dessas ações foram o desmatamento e a degradação das matas ciliares, consideradas essenciais para a manutenção dos recursos hídricos e conservação da vida.
Com o fomento do Protocolo de Kyoto, desde 1997, pesquisadores, empresas privadas e gestores em geral, preocupados com a sustentabilidade de nosso planeta, iniciaram trabalhos de reflorestamento e recomposição de áreas degradadas. Como é de conhecimento público o problema de desmatamento, conseqüentemente o assoreamento das nascentes do Ribeirão Lageado na região do município de Penápolis era gravíssimo, tais ações de degradação tiveram início na década de 1950 e se prolongaram pela década de 1980.
Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro, a ECO-92, uma convenção com a participação de 185 nações, de todas as partes do mundo, e a situação do Ribeirão Lageado foi um dos temas discutidos num dos seminários apresentados neste evento. A partir daí várias ações foram implementadas com o objetivo de se recuperar as nascentes deste Ribeirão julgado de suma importância para a sustentabilidade do município de Penápolis e região. Uma das ações implementadas a partir de 1992, foi o processo sistemático de reflorestamento das matas ciliares que englobam as nascentes que alimentam o Ribeirão Lageado.
Tal reflorestamento foi uma ação desenvolvida em parceria com o Consórcio Ribeirão Lageado, Flora Tietê e dedicação abnegada de gestores envolvidos na recuperação destas nascentes e captação de créditos de carbono, que podem ser citados como coordenadores expontâneos do projeto o Eng. Sérgio Eduardo Rodrigues e o Eng. Eder Fonzar Granato, atual Secretário da Agricultura do Município de Penápolis. Na época, muitas dificuldades foram enfrentadas como falta de recursos e a não compreensão de muitas pessoas sobre o assunto na recuperação ambiental, causando assim sérios obstáculos que foram vencidos através da aplicação, perseverança e conhecimento técnico dos envolvidos no processo.

Frutos
Mas atualmente após uma década do início deste trabalho, os frutos colhidos já se mostram altamente produtivos. Vários destes frutos podem ser citados, como por exemplo:
- Nascentes que no início do trabalho estavam consideradas mortas, hoje se encontram em franca atividade, produzindo água, a grande fonte de vida da população.
- Atual envolvimento e aceitação social no manejo florestal, o qual leva as pessoas a compararem a realidade percebida com os resultados obtidos levando a uma condição muito mais favorável no âmbito ambiental.
- Reconstrução da vegetação nativa, como fonte de propágulos, habitat para polinizadores e dispersores, para a manutenção da biodiversidade, e para a sustentabilidade das populações naturais (animais e vegetais).
- E outros benefícios imensurávies.
Baseados nestes resultados, a cada dia a necessidade de definição de critérios e indicadores para o monitoramento em áreas reflorestadas, pensando-se na sustentabilidade das plantações florestais já é consenso, a nível internacional.
Prova disto é o trabalho que está sendo desenvolvido no limite destas áreas de reflorestamento em parceria com a ONG SOS – Mata Atlântica, o Prof. PhD Tadeu da USP, a equipe do consórcio Ribeirão Lageado, alunos da FUNEPE e a Secretaria da Agricultura, Abast. e Meio Ambiente do Município de Penápolis com total apoio do Secretário Eng. Eder Fonzar Granato, o gerenciador inicial do projeto em 1997.
Para desenvolvimento deste trabalho são levados em conta vários conceitos sobre recomposição de florestas nativas, como fitogeografia, fitossociologia e sucessão de espécies. Este projeto tem como principal objetivo medir a quantidade de carbono que esta área reflorestada tem a capacidade de retirar da atmosfera e transformar em oxigênio, contribuindo assim para a redução do efeito estufa, impacto ambiental tão nocivo à vida do planeta.
Existe um processo denominado “política compensatória”, a qual está baseada na remuneração por indústrias localizadas em países considerados desenvolvidos e altamente poluidores como no Leste Europeu, que se obrigam a pagar para os países em desenvolvimento como o Brasil, que possuem alternativas de recuperação ambiental e energias alternativas um valor médio de 15 EUROS/tonelada de carbono seqüestrado da atmosfera, tal compromisso foi firmado no denominado Protocolo de Kyoto. O projeto que está sendo desenvolvido em nosso município vai gerar uma metodologia para que este seqüestro de carbono seja medido de forma sistemática e remunerado adequadamente. Outro motivo de orgulho é que este trabalho desenvolvido em Penápolis é inédito mundialmente. O principal objetivo deste artigo é valorizar o trabalho de pesquisadores e gestores principalmente de nosso município com visão futurista e ambientalista, que buscam constantemente a sustentabilidade de nosso ecossistema. (EG)

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