Santa Terezinha: Moradores do bairro reclamam de rua intransitável

A rua Leopoldino Alves Cardoso, na Vila Santa Teresinha, foi apontada pelo presidente da Associação de Moradores do bairro, Jair Ramos Nogueira, como o principal problema enfrentado atualmente pelos moradores daquela localidade, já que as fortes e constantes chuvas que caíram no mês passado provocaram o aparecimento de inúmeras crateras.

Como a rua é pouco sinalizada, a iminência de acidentes é constante. A Vila Santa Terezinha foi implantada há cerca de 40 anos pelo então empresário e advogado Washington de Paula Pereira, e por estar localizada próxima a um dos curtumes da cidade ficou famosa até a década de 90 por ser invadida quase que diariamente por um forte mau cheiro oriundo da indústria. O problema, apesar de bastante amenizado, ainda ocorre esporadicamente, porém com intensidade infinitamente menor, de acordo com os entrevistados.

Segundo o morador José Venâncio da Silva, 75 anos, 36 deles vividos no bairro, este foi o principal inconveniente vivenciado pelos antigos moradores. “Atualmente podemos garantir que este incômodo diminuiu bastante, ou seja, praticamente passa desapercebido”, afirmou o morador. José, ou “seu” Zé, como é conhecido, lembra que quando adquiriu sua casa o bairro não contava com nenhuma infra-estrutura e somente nas esquinas haviam residências.

Com o passar do tempo o bairro foi melhorando, a princípio com a chegada da água encanada e esgoto, passando pelas guias e sarjetas até finalmente as ruas serem pavimentadas. Hoje todo o bairro conta com infra-estrutura completa. Outros problemas que por muitos anos atrapalhou a vida dos moradores, que era a falta de padaria, açougue e um estabelecimento especializado na venda de produtos para alimentação foram solucionados já há alguns anos com a instalação de um supermercado. A exemplo de outros bairros já visitados pela reportagem, os moradores da Vila Santa Terezinha ainda não contam com uma farmácia, mas, para os entrevistados isto não chega a ser problema e lembram que os estabelecimentos do gênero oferecem entrega de medicamentos nas residências.

“Como qualquer outro bairro temos problemas, mas, a calma e bom relacionamento que temos com nossos vizinhos o torna um excelente lugar para se viver”, garantiu o morador. Para outro veterano morador daquela região, Antônio Paulino Dias, que há 28 anos lá fixou residência, existem pontos altos e baixos.
Como ponto alto ele cita que o bairro abriga uma das escolas mais cobiçadas pelos alunos da cidade, o Sesi, além do companheirismo existente entre seus moradores. “A grande maioria reside no bairro há longos anos, se conhecem e mantém amizade, ingredientes perfeitos para se viver bem”, destacou Antônio. Os moradores da vila, conforme destacou o morador, contam além da escola do SESI, com uma bem montada creche e uma unidade de educação infantil, mantidas pela Prefeitura Municipal de Penápolis. As ruas, mesmo estando a região na parte baixa da cidade e que conseqüentemente recebe maior volume de enxurrada nos dias de chuva, com exceção da citada avenida, estão em boas condições e não foram lembradas pelos moradores quanto à existência de buracos. Para os religiosos existe uma Igreja Evangélica e a Paróquia de Santa Terezinha. Como ponto negativo, ele aponta as moscas oriundas de uma granja instalada a poucos metros das casas. Apesar de a área ser estritamente residencial, o criadouro de galinhas persiste, apesar de constantes protestos de quem lá reside.

Outra moradora que fixou residência no bairro há 30 anos, Maria Aparecida Mendonça, 78, vê na amizade que mantém com os vizinhos o ponto principal do bairro. “Gosto de morar aqui. O bairro é quieto e tranqüilo”, justificou. Além das unidades citadas mantidas pela Prefeitura, também uma horta comunitária é incentivada pelo poder público municipal. (SRF)

Bairro evoluiu bastante, afirma ex-vereador

Para o representante da Santa Terezinha, o ex-vereador Jair Ramos Nogueira, o bairro evoluiu muito nos últimos anos, em especial pela boa qualidade de vida alcançada pelos moradores em parte pela redução da poluição que era causada em grande escala pelo curtume. Para ele, quem reclama hoje do eventual mau cheiro não conheceu o verdadeiro sentido da palavra há alguns anos.

“Antigamente sim tínhamos este problema. Mas agora, mesmo com algumas ondas de odor, o problema ocorre com intensidade menor e em raras ocasiões”, afirmou Jair. Segundo ele, o intenso mau cheiro ocorreu até por volta do ano 2000, quando através de uma árdua luta que envolveu os representantes do bairro, Câmara de Vereadores, imprensa e a Promotoria do Meio Ambiente, foi conseguido junto à direção da empresa que os resíduos causadores do mau cheiro fossem bombeados para uma tubulação que os conduz até a lagoa de tratamento de esgoto do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis, distante mais de quatro quilômetros.

Até então todo este material ficava represado para posterior deságüe no Ribeirão Lajeado, a poucos metros do ponto de captação de água do município. Durante o dia o sol fazia com que partículas ficassem suspensas no ar, e, ao escurecer, com a queda da temperatura causasse o espantoso fedor. “Nos alimentarmos era uma missão quase que impossível”, lembrou Jair. Para ele, hoje o principal problema diz respeito mesmo à citada avenida. “Infelizmente podemos afirmar que a administração municipal não está tendo o devido cuidado com o nosso bairro. Além desta rua esburacada, existem ainda vários lugares em que o mato está tomando conta do espaço. Mesmo reconhecendo haver problemas, Jair não titubeia em afirmar que o bairro é um bom local para se viver. O ponto alto, ao seu ver é a escola do Sesi e lembra que alunos de vários pontos da cidade lutam para poderem ser atendidos naquela unidade. “É sem dúvida a melhor escola que temos em Penápolis”, finalizou o representante. (SRF)