Santa Casa de Penápolis: Anestesistas paralisam trabalhos e pedem reajuste

DA REPORTAGEM

Os pacientes que tinham cirurgias agendadas para os próximos dias na Santa Casa de Penápolis vão ter que esperar, pois elas foram adiadas sem a previsão de nova data, devido a paralisação parcial de trabalho dos três anestesistas que prestam serviços ao hospital e reivindicam em torno de 45 % de reajuste salarial. As reivindicações dos médicos são antigas, os primeiros pedidos teriam sido encaminhados à administração da Santa Casa em novembro de 2012, como a direção do hospital não tem condições financeiras para atender o pedido, eles entraram em greve parcial no último dia 14. Cerca de 10 cirurgias agendadas deixaram de ser realizadas, sendo atendidas apenas as urgências e emergências. De acordo com o supervisor do conselho diretor da Santa Casa, o advogado Antonio Crosatti, o hospital passa por problemas financeiros ocasionados, principalmente, pela falta do reajuste pedido pelos hospitais para a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde). "Estivemos, junto com representantes de outras Santas Casas, em reunião com representantes do Governo do Estado e também o Ministério da Saúde para debatermos os problemas financeiros dos hospitais em todo o Estado, mas fomos informados que o repasse do SUS não será reajustado", comentou Crosatti. O governo prometeu estudar formas de créditos financeiros, o que segundo Crosatti, não seria a melhor solução. "Esta é apenas uma solução provisória. Se hoje o SUS possui problemas financeiros é porque as medidas tomadas no passado foram apenas para amenizar, e não resolveram as dificuldades que vem se arrastando", ressaltou. A explicação dos profissionais da saúde para a medida grevista está no fato do contrato feito com a Santa Casa não prever reajuste anual, o que ocasionou a defasagem no salário pago aos anestesistas, desta forma, o número, dividido pelos quatro anos em que não receberam aumento, seria de 11,25% por ano trabalhado. Com o impasse entre as partes, a situação foi levada ao Ministério Público, que realizou notificações para que a situação fosse resolvida o mais rápido possível.

Santa Casa

A Santa Casa de Penápolis, que possui um déficit mensal aproximado de R$ 100 mil, realiza cerca de 200 cirurgias todos os meses, e deste total, 40% são as agendadas com antecedências, sendo estas as afetadas pela paralisação parcial do grupo de anestesistas.

Segundo Crosatti, hoje a Santa Casa tem um gasto mensal de R$ 26 mil somente com o pagamento de salário dos três anestesistas. Ele informou que por conta do número de profissionais eles trabalham apenas alguns dias da semana, já que existe o revezamento de plantão. "Estes plantões ainda são feitos ‘à distância’, já que o anestesista não fica no hospital, mas é chamado sempre que necessário para prestar algum serviço", explicou. Além disso, os médicos possuem ainda participação nos convênios feitos com o hospital e os atendimentos particulares. (Rafael Machi)