Salários: Sem acordo com a Prefeitura, servidores querem greve

DA REPORTAGEM

Os servidores municipais de Penápolis votaram pela greve que deve iniciar a partir do dia 14 de março – segunda-feira – caso a prefeitura decida por não reajustar os salários dos servidores conforme pede a categoria. A decisão foi tomada em assembleia realizada entre os funcionários e o Sindicato dos Servidores Público de Penápolis (Sindservpen) no fim da tarde da última quinta-feira (03) no Ginásio Municipal de Esportes Antônio Castilho Braga.
Participaram do encontro 177 servidores, de acordo com o sindicato, sendo que hoje a Prefeitura possui quase 2 mil funcionários.
A categoria quer a reposição da inflação de 11,3%, com base nos índices do INPC/IPCA de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, entre outros benefícios, entretanto a Prefeitura recusa atender ao pedido por conta da atual folha de pagamento que é de 55,1% do orçamento, sendo que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite que este gasto seja de até 54%.
De acordo com o presidente do Sindicato, Anderson Leone, o Batata, uma publicação oficial deverá ser feita na imprensa local atendendo a lei que determina que o movimento grevista seja avisado com três dias de antecedência. “Esta publicação deverá ocorrer na terça-feira (08) e a Prefeitura terá o prazo até sexta-feira (11) para uma nova negociação. Caso isso não ocorra os servidores entrarão em greve”, afirmou Batata.
Mesmo que a Prefeitura faça uma proposta aos servidores, a mesma passará por nova assembléia que já está marcada para a próxima sexta-feira – fim do prazo cedido ao Executivo.
Com a proposta apresentada cabe aos servidores em assembleia votarem por acatarem ou não, o que ainda deixa possibilidade de não ocorrer à greve. “Além disso, caso não haja acordo com a Prefeitura, os servidores prometem sair às ruas no sábado (12) para uma manifestação pacífica que deverá percorrer as principais ruas da cidade, chamando a atenção da população para a situação”, ressaltou o presidente do Sindicato.

Propostas
Em assembleia realizada na semana passada com a presença de representantes do Poder Executivo, os servidores receberam a proposta de aumento em R$ 20 no vale-alimentação, passando dos R$ 70 para R$ 90, o que foi rejeitado pelos servidores. Mas nesta semana, a prefeitura enviou nova proposta, reajuste de 50% no Vale Alimentação (que passaria a ser de R$ 105,00), que juntamente com a cesta básica fornecida pela prefeitura, cujo valor é de R$ 161,36, perfazem um beneficio total de R$ 267,00. Esta nova proposta havia sido debatida entre os servidores nesta quinta-feira, mas acabou recusada por unanimidade.

Negativa
Em seu programa Linha Aberta – pela Rádio Difusora de Penápolis (AM 820) – desta sexta-feira (04), o Prefeito de Penápolis Célio de Oliveira, afirmou que não vai cometer atos de irresponsabilidade.
“A prefeitura não ter margem para fazer reposição inflacionária, pois chegou ao seu limite do que pode oferecer no cartão alimentação, cujo valor chegaria a R$ 105”, afirmou Célio. Ele lembrou ainda que o Executivo possui hoje mais de 900 ações trabalhistas contra a prefeitura, sendo que na última semana 27 novas ações foram julgadas, cujo valor que terá que ser pago pela prefeitura é de R$ 400 mil. “Para pagar uma reposição desta, teria que ter aumentado o imposto. O povo não aguenta mais isso por conta da crise que estamos vivendo e eu não vou sacrificar a população para poder cumprir uma situação dessa”, enfatizou o prefeito.
“Esta greve está sendo incitada por agentes políticos que querem participar do processo eleitoral. Não estou preocupado com o período eleitoral, não serei irresponsável com a prefeitura que passa por uma situação financeira grave”, afirmou.
A nova assembleia dos servidores junto ao sindicato está marcada para a próxima sexta-feira (11). Caso seja definido o início da greve, os servidores deverão discutir como funcionará o processo entre os membros da categoria.

(Rafael Machi)