Sacolas descartáveis continuam em Penápolis

DA REPORTAGEM

Supermercados de diversas cidades do País já estão aderindo à abolição das sacolas plásticas, distribuídas aos clientes no momento das compras para que possam levar os produtos para casa. A campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” ganhou força em maio de 2011 quando foi assinado um convênio entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) e a Associação Paulista de Supermercados (APAS), com o objetivo de reduzir o uso de sacolas plásticas nesses estabelecimentos. O documento prevê a realização de campanhas educativas para incentivar a substituição das sacolas derivadas de petróleo entre os supermercados associados à APAS. Com a campanha, diversas cidades adeririam ao projeto e criaram leis que proíbem a distribuição destas sacolinhas. Em alguns casos, a lei prevê multa de R$ 1 mil para quem desrespeitar a regra, valor que dobra no caso de reincidência. Por se tratar de iniciativas das prefeituras, cada cidade estabelece suas regras e a adoção ou não ao projeto. Em Penápolis, por exemplo, o assunto ainda não ganhou força no Poder Legislativo. Segundo informações, o vereador Caíque Rossi teria realizado, no ano passado, uma reunião com gerentes e donos de supermercados da cidade na tentativa de chegar a um acordo, porém, nada havia ficado estabelecido. Para o gerente do supermercado Luzitana de Penápolis, Julian Ricardo Munhoz Reina, para que haja a retirada de sacolas plásticas dos supermercados da cidade espera-se um posicionamento sobre a criação ou não de uma lei municipal. “Este é um assunto que precisa ser muito bem discutido, afinal você agrada uns e desagrada outros, por isso a retirada ou não das sacolas plásticas em nossa cidade ainda é um assunto que requer atenção”, comentou. Segundo ele, a loja do Luzitana de Presidente Prudente não distribui mais as sacolas plásticas. “Mas naquela cidade já existe uma lei municipal que obriga os supermercados a retirarem as sacolas plásticas, por isso as adequações foram necessárias naquela loja, o que não acontece aqui em Penápolis, que ainda depende de uma série de coisas”, disse. Julian ressalta ainda que os clientes da loja de Prudente tem outras opções para suprir a falta da distribuição de sacolas. Segundo ele, é necessário que o cliente daquela cidade leve suas próprias sacolas, fazendo com que elas se tornem “retornáveis”. Outra opção é a de o cliente levar os produtos embalados em caixas de papelão conforme a disponibilidade da loja. E a terceira é a de o cliente comprar sacolas biodegradáveis. “Os clientes da loja de Prudente que desejam levas as sacolas biodegradáveis têm que pagar a quantia de R$ 0,19 por sacola. Este é o preço de custo e já vem registrado na nota fiscal do mercado”, comentou. Segundo ele, o preço das sacolas biodegradáveis é mais elevado do que de sacolas feitas a partir do petróleo, por isso a necessidade do cliente pagar por elas, já que seria um gasto muito elevado para o mercado. Por mês, o supermercado Luzitana de Penápolis distribui cerca de 400 mil sacolas convencionais, o que gera um custo total próximo a R$ 20 mil para o mercado.

Clientes

Mesmo não estando em vigor em Penápolis, a lei que obrigaria a troca de sacolas plásticas por meios sustentáveis em supermercados, diversos clientes já possuem opiniões formadas com relação ao assunto. Para o professor Alex Sander Belduscho, a utilização de sacolas retornáveis não o desagrada. “Também utilizo as sacolas descartáveis e por isso, caso elas fossem retiradas dos supermercados também me sentiria prejudicado por conta da facilidade que elas propiciam, mas por se tratar de um bem para a natureza acho que vale a pena, afinal não podemos pensar somente em nós mesmos”, comentou. Já para o aposentado João Osvaldo de Oliveira, a iniciativa é muito importante. “Hoje em dia temos que pensar em tudo o que pode ser bom para a natureza, pois temos que pensar nas gerações futuras, por isso, sou a favor da troca das sacolas descartáveis por retornáveis. Na minha casa já faço seleção do lixo e outras coisas para beneficiar o meio ambiente, então uma medida como essa, em Penápolis, com certeza traria muitos benefícios para a nossa região”, ressaltou. Para a estudante Simone Soares, a iniciativa não seria bem vista pelas pessoas. “Acho que não funcionaria, pois as pessoas teriam que trazer suas sacolas de casa, sendo que nem sempre sabemos a quantidade exata de compras que levaremos. Haveria muito transtorno, o que só prejudicaria os clientes. minha opnião é de que teria que ser estudada outra forma de preservar a natureza neste sentido”, comentou. (Rafael Machi)