Série A-3: Diretoria do CAP acredita na liberação de estádio

O Estádio Municipal Tenente Carriço não atende ainda às exigências da FPF (Federação Paulista de Futebol), de acordo com o último laudo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Com a ameaça de não poder utilizar o estádio para os jogos do Campeonato Paulista da Série A-3, a Prefeitura Municipal de Penápolis (PMP) e o Clube Atlético Penapolense (CAP) têm até o dia 29 de janeiro para adequar o local e obter os laudos de liberação junto aos órgãos competentes. Para sediar jogos oficiais da Série A-3 o estádio deve ter parecer positivo nos laudos emitidos pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Os laudos podem ser concluídos como "liberado", "liberado com restrições" ou "vetado". Em caso de o local ser liberado com restrições, as causas deste veto parcial devem ser solucionadas para posteriormente os órgãos responsáveis realizarem outra vistoria. "Uma vez liberado, os laudos são enviados para a FPF, responsável pela liberação do Tenentão", explicou Nilso Moreira, dirigente do CAP.

Dentre as exigências da FPF, constam o aumento da capacidade das arquibancadas do estádio, a colocação de rampas de acesso para deficientes físicos, a adequação do gramado, vestiários, banheiros e sanitários. Outras especificações são encontradas no relatório assinado pelo membro efetivo da Comissão Nacional de Prevenção da Violência para a Segurança dos Espetáculos Esportivos, o coronel Marcos Cabral de Moura Marinho, que também é presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, e esteve em Penápolis em dezembro para verificar as obras no Tenentão.

A diretoria do CAP esclarece que existe uma portaria do Ministério dos Esportes que padroniza as vistorias. "O padrão é baseado nos estádios da Espanha, Holanda e outros países da UEFA (União das Associações Européias de Futebol), ou seja, padrões incoerentes com a realidade do Brasil", analisou o dirigente. Foram direcionados R$ 488 mil em verbas para a reforma e adequação do Tenentão, sendo R$ 300 mil do governo estadual, R$ 150 mil do governo federal e R$ 38 mil da administração municipal. "A Prefeitura e a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude colaboram para que as exigências sejam atendidas", esclareceu. Moreira concorda que as melhorias devem ser realizadas no estádio para que os torcedores e visitantes tenham segurança durante os jogos. "O momento atual requer união de esforços entre cidadãos, empresários e políticos para que a situação do estádio seja superada", disse. "Estamos confiantes que realizaremos o jogo do CAP contra o Araçatuba no Tenentão", acrescentou.

Os estádios do Araçatuba e do Bandeirante, rivais regionais do CAP, enfrentam o mesmo problema de ter seus estádios interditados pela FPF. Em Birigui, desde a disputa da Série A-3 no ano passado, o estádio municipal Pedro Marin Berbel não reúne condições de abrigar partidas oficiais. A FPF continua exigente e não liberou estádios do Bragantino, para estréia no Paulistão, Osvaldo Cruz e Catanduvense na Série A-2. Com exigências que extrapolam o orçamento de municípios e times da noroeste paulista, Araçatuba e CAP correm o risco de não competir em seus estádios, que estavam devidamente liberados pela FPF até o final de 2009.

Em novembro de 2009 foi iniciada a construção da nova arquibancada de concreto armado no Tenentão. A obra de mais de R$ 254 mil garantirá a capacidade de mais de 1500 lugares para pessoas sentadas, além dos mais de 5 mil já existentes das outras arquibancadas, inclusive uma coberta. A empresa contratada para o serviço foi a Christovam e Manoel Construções e Empreendimentos Ltda, de Birigui. A benfeitoria foi viabilizada através de um convênio firmado entre a administração pública e a Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, sem contrapartida do município. No dia 13 de janeiro a PMP encerrou o processo de licitação para contratação de uma empresa para a execução das reformas dos vestiários de arbitragem, vestiários de times visitantes, sala anti-doping e sanitário público masculino no Estádio Municipal Tenente Carriço. O prazo máximo para a entrega da obra é de 30 dias corridos após o recebimento da ordem de serviço para início do trabalho.

De acordo com o Regulamento Geral das Competições da Federação Paulista de Futebol, os clubes, para terem garantido o direito de acesso, deverão possuir no município de sua sede um estádio, seja ele próprio, alugado ou cedido com prioridade de uso, com a capacidade mínima de 10 mil lugares para a Série A-3 e 15 mil lugares para a Série A-2. Os times da região noroeste estréiam todos no dia 31 na Série A-3. Em Birigui, o time da casa enfrenta o XV de Piracicaba; em Araçatuba, o Tigrão recebe a Santista e, em Campinas, o CAP duela contra a �guia. Todas as partidas ocorrerão às 10h.

O Estádio Municipal Tenente Carriço foi inaugurado em outubro de 1928, com o empate por 0 a 0 entre CAP e Corinthians, equipe amadora que existia em Penápolis naquela época. O nome do estádio é uma homenagem ao fazendeiro tenente Jerônimo Lopes Carriço, que doou o terreno para a construção.

A estrutura conhecida hoje foi inaugurada em 1950, com a 1ª Olimpíada Penapolense de Classes, que teve participação de estudantes, funcionários, comerciários e industriários. (A/I)