REAJUSTE: Motoristas fazem paralisação na Usina Campestre

DA REPORTAGEM

Trabalhadores da Usina Campestre de Penápolis, responsáveis pelo transporte da cana-de-açúcar realizaram ontem uma paralisação parcial da frota, deixando seus caminhões estacionados no pátio da usina desde as primeiras horas da manhã. A reportagem do DIÁRIO esteve no local e apurou que os motoristas reivindicam um reajuste de 20% na tabela de pagamento feito pela usina, e também reclamam do grande número de bloqueios realizados em estradas da região feitos pela Polícia Militar Rodoviária. Segundo eles, os policiais rodoviários estariam realizando uma série de autuações, com abuso de autoridade, fato que estaria desencadeando prejuízo no transporte da carga para a usina, pois se torna inviável o preço pago pela empresa. As autuações seriam por conta do alto nível de carga colocada nos caminhões. “Pelo valor que recebemos é necessário fazer o transporte do maior número de cana de uma só vez, para não ficarmos no prejuízo”, comentou um dos motoristas. O diretor superintendente da Companhia Açucareira de Penápolis, José Carlos Fernandes Alcântara, explicou que foi pego de surpresa com a paralisação dos motoristas, já que para ele, não há motivos para um ato como este. “Pagamos um valor de tabela altamente competitiva, além dos salários deles estarem rigorosamente em dia”, comentou. De acordo com Alcântara, no dia anterior à paralisação - segunda-feira, 03 - a usina havia liberado o valor de 1,3 milhões somente aos motoristas que transportam a cana. No total, são 20 caminhões parados, o que causou a interrupção de moenda de mais de seis mil toneladas de cana que seria feita no dia de ontem. Ele ressaltou que durante a manhã, esteve reunido com a categoria e pediu para que os trabalhadores parados formassem uma comissão representativa para que o problema pudesse ser conversado, chegando a algo que beneficie as duas partes. “Julgo paralisação como contrária ao esforço que a sociedade vem fazendo em busca do desenvolvimento, mas estou disposto a ouvir a categoria para que juntos cheguemos a um acordo, não causando problemas para eles”, disse. Quanto ao trabalho da Polícia Rodoviária, ele alertou que não pode intervir. “É algo que foge do meu controle e não posso interferir no trabalho da polícia”, explicou. 

Safra
Em pleno trabalho de colheita e moenda da cana-de-açúcar, a expectativa de Alcântara para este ano é que a usina possa moer cerca de 1,6 milhões de toneladas de cana, 45% a mais do que foi colhido no ano passado, estando além das expectativas para este ano, que era de 1,4 milhões. Esta perspectiva deve fazer com que a usina ejete na economia local aproximadamente 190 milhões de reais. “Mas é claro que na verdade este valor ainda depende do fortalecimento do mercado para que os preços também sejam considerados bons”, explicou. Ele finaliza ressaltando que o bom desempenho da usina se deve ao reconhecimento e apoio dos fornecedores. “Estamos muito contentes com a confiança deles, estamos trabalhando para que tudo seja pago de forma correta e, para que eles também estejam satisfeitos conosco”, finalizou. (Raael Machi)