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CIDADE & REGIÃO

05/06/2019

Problemas financeiros: Médicos da Santa Casa ameaçam paralisar atendimentos

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Médicos da Santa Casa assinaram carta aberta alegando os motivos para quererem paralisar o atendimento no hospital

DA REPORTAGEM

Os médicos que atendem na Santa Casa de Penápolis querem paralisar o atendimento prestado a partir de amanhã, quinta-feira (06) se a administração – feita pela Prefeitura Municipal – não tome as devidas providências em relação aos pagamentos feitos aos médicos e também em relação às suas condições de trabalho. Em uma carta aberta, os médicos citam os atrasos nos pagamentos de salários e também dos repasses feitos pelo SUS, além de citarem a falta de medicamentos como um problema para a prestação de serviços no local.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, a carta foi assinada por 20 médicos, sendo direcionada à população de Penápolis e micro-região, à administração do hospital, à Prefeitura, à Promotoria Pública e ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
No documento, os médicos citam que a Santa Casa vem passando por grandes dificuldades financeiras, mas que, apesar disso, vem prestando assistência aos usuários com o “esforço e sacrifício das equipes de trabalhos envolvidas da melhor maneira possível”, cita a carta. Eles explicam que o salário é composto por duas diferentes fontes, sendo a primeira delas através do pagamento dos plantões, e a segunda, do repasse da produção médica, que é o pagamento referente a todos os procedimentos e internações realizadas pelo SUS que são pagas para a Santa Casa pelo Governo Federal e repassado aos médicos.
Entretanto, ainda de acordo com a carta aberta, a mais de um ano os médicos vêm enfrentando dificuldades em relação a estes pagamentos, no dia 31 de maio, eles receberam o pagamento de 50% dos plantões prestados ainda no mês de fevereiro. Já em relação à produção médica, a alegação é a de que não recebem desde junho de 2018, ou seja, há quase um ano. “Em conversa com a Santa Casa (sob intervenção da Prefeitura de Penápolis), houve a promessa de resolução em janeiro, que depois passou para março, que depois passou para abril e já estamos em junho, com piora da situação”, citou o documento.

Medicamentos
A carta assinada pelos médicos da Santa Casa faz referência ainda à falta de medicamentos, que alegam não ser possível completar tratamentos por conta da falta de antibióticos, por exemplo. “Demandando trocas frequentes de tratamento, não sendo possível, às vezes prevenir trombose por falta do medicamento específico”, disse a carta. “Houve dias em que faltaram insumos básicos para o bom funcionamento, desnecessário dizer que isso coloca em risco o paciente, valor principal de tudo isso, além de colocar em risco os próprios médicos”, acrescentaram os profissionais.

Paralisação
Diante do que foi exposto pelos médicos, e também levando em consideração o aviso feito pelos profissionais há mais de 60 dias sem que providências fossem tomadas foi o motivo que decidiram pela paralisação imediata das atividades com início previsto para amanhã, quinta-feira (06).
Na carta, os médicos esclarecem que se mantida, a paralisação não afetará os casos de urgência e emergência bem como o atendimento aos pacientes que já estão hospitalizados, garantindo a conclusão de seus tratamentos. “Como reza nosso sacerdócio, estes atendimentos já estão assegurados, inicialmente no Pronto Socorro Municipal. Os médicos plantonistas se comprometem com total apoio aos colegas do Pronto Socorro, em caso de emergência, até que as atividades sejam completamente interrompidas, sendo retomadas assim que a situação seja resolvida”, esclareceu o documento.
“Lamentamos a situação, mas assim como reza o sacerdócio zelar pela vida humana, também está na constituição na lei 7.783/89 e no Código de Ética que nos rege, ter a justa remuneração pelos serviços prestados”, finalizou a carta. 

Outro lado
A reportagem procurou a Prefeitura de Penápolis para se manifestar sobre o assunto, uma vez que o Executivo é o interventor da Santa Casa, sendo responsável pela gestão. Em nota, a administração da Santa Casa de Penápolis confirma que há atraso no pagamento da produtividade dos médicos. Já em relação ao pagamento de salários, a prefeitura informou que existe um atraso de dois meses, sendo que isto sempre ocorreu desde o início da intervenção municipal, iniciada em 02 de junho de 2015.
Com relação aos medicamentos, a prefeitura destacou que existem faltas pontuais. Segundo o que foi explicado, o hospital recebe mensalmente do Governo Federal-Teto Mac um valor de R$ 450 mil para pagamento de funcionários, o que, segundo a nota, não é suficiente. Além disso, são repassados ainda R$ 40 mil do Governo do Estado para compra de medicamentos, o que também não é suficiente, sendo que o gasto mensal com remédios chega a R$ 250 mil. Ainda sobre os repasses, a prefeitura lembrou que a administração municipal repassa mensalmente R$ 400 mil, mas que não há como a prefeitura aumentar os valores destinados ao hospital, por impossibilidade econômica. “Os repasses municipais estão rigorosamente em dia”, afirmou a nota enviada.
Sobre os demais problemas apresentados destacou ainda que “a gestão da Santa Casa está buscando recursos para regularização, além de dialogar com a equipe médica para evitar paralisação e não causar prejuízos ao atendimento da população”, finalizou a nota.

(Rafael Machi)

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