Privatização: Técnicos avaliam estrutura do aeroporto de Penápolis

DA REPORTAGEM

Dois técnicos de uma empresa de consultoria internacional estiveram na manhã desta quinta-feira (13) no Aeroporto Estadual Ramalho Franco, de Penápolis, para a primeira etapa do estudo técnico para a desestatização do aeroporto. A chamada “privatização” já havia sido noticiada pelo DIÁRIO em janeiro deste ano, quando o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou que o aeroporto de Penápolis estava entre os que devem passar por este processo. 
Durante a visita, os técnicos estiveram acompanhados de uma representante do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) e de um representante do aeroporto local para uma avaliação das áreas internas e externas do espaço. O vice-prefeito de Penápolis, Carlos Alberto Feltrin, também acompanhou parte da visita.
Na oportunidade, eles conheceram e fotografaram a estrutura física do aeroporto, eles percorreram com um veículo os 1.500 metros da pista e também a área de taxiamento de aeronaves.  O estudo também objetiva avaliar as informações gerais sobre a cidade e sua população, além do potencial econômico e turístico.
A intenção de privatização dos aeroportos começou durante a campanha eleitoral de Dória no interior do estado que já havia prometido a ação. Na época, Dória havia afirmado que não faz sentido, em pleno século 21, o estado administrar aeroportos, alegando que a iniciativa privada trabalha mais rápido e ressaltando que o setor privado sabe gerir de forma competente para o transporte de cargas, passageiros e alavancar o turismo.
“Teremos uma reunião com todos os presidentes das companhias aéreas brasileiras e o presidente da Anac para planejar esse programa, que será desenvolvido em quatro anos. Não é um fato instantâneo e faremos com planejamento”, declarou João Doria durante a oficialização do processo de desestatização. 
O Estado de São Paulo possui uma rede composta por 26 aeroportos administrados pelo Daesp com foco na aviação regular (comercial) e aviação geral (executiva/táxi aéreo). Os maiores estão localizados nas cidades de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.

Investimentos
O Aeroporto Doutor Ramalho Franco foi inaugurado em 22 de fevereiro de 1986 e atende a um importante pólo industrial. Sua demanda de voos vem de empresas de diversos ramos, como irrigação, turismo, açúcar, construção e manutenção de aeronaves. Em 2012, o Daesp investiu R$ 1,15 milhão com recursos do governo do Estado em reformas do aeroporto. 
Entre estas obras está à implantação de infraestrutura para operação de voos VFR- Noturno, possibilitando a iluminação da área de embarque e desembarque de passageiros, além da visualização aérea pelos pilotos da pista central durante a noite. Foram instalados diversos novos equipamentos, como torre com refletores rotativos que serve para orientação de pilotos que estão voando e as torres com refletores voltados para o pátio destinado ao embarque e desembarque de passageiros, possibilitando o trabalho de funcionários para conduzir as aeronaves aos seus respectivos locais de parada. 
Também foram instalados ao redor da pista, sinalizadores de solo para o balizamento noturno. Este equipamento é fundamental para que o piloto ao se aproximar do aeroporto se oriente sobre a localização exata da pista, permitindo fazer um pouso seguro. Com a implantação do sistema de operação noturna o aeroporto de Penápolis passou a ter possibilidades de receber voos comerciais, já que a estrutura física da pista é considerada com boas condições. Mas para que isso ocorra é necessário haver o interesse das companhias aéreas e uma autorização da ANAC. 
O aeroporto Ramalho Franco possui uma pista de 1,5 mil metros de extensão por 30 metros de largura. Ela tem capacidade para receber, por exemplo, aviões como o ATR-72 turbo hélice, com capacidade para até 68 passageiros. Este modelo é muito utilizado pela Azul Linhas Aéreas.

(Rafael Machi)