Prevenção: Vigilância fiscaliza leite longa-vida

A Vigilância Sanitária de Penápolis iniciou na última sexta-feira, 26, fiscalização a mercados, padarias e demais estabelecimentos que comercializam o leite longa-vida. A intenção é tirar de circulação produtos cujos lotes foram interditados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após serem constatadas irregularidades em duas cooperativas de Minas Gerais. As marcas que apresentaram problemas são Parmalat, Calu e Centenário. Estes lotes podem ter sido distribuídos a várias regiões do país, num total de 267.959 litros de leite que podem estar em desacordo com os padrões de qualidade considerados pela legislação do Ministério da Agricultura.

Segundo o coordenador da Vigilância de Penápolis, Vlademir Marangoni Filho, até a tarde de ontem nenhum lote notificado pela Anvisa foi encontrado nos 13 estabelecimentos visitados. Ele explicou ainda que os produtos estão interditados, mas não devem ser recolhidos. “Caso seja encontrado algum destes lotes, faremos a chamada interdição cautelar, onde o produto é tirado da área de venda, mas continua guardado no estabelecimento”, disse Vladimir.

A fiscalização na cidade deve terminar no fim de semana. Já a conclusão das análises pela Anvisa deve acontecer num prazo de dez dias e os produtos podem ser liberados para comercialização caso considerados sem alteração.

No Supermercado Luzitana, onde é comercializado o leite Parmalat, foi feita a verificação nas prateleiras e a direção do estabelecimento entrou em contato com o fabricante. “Fomos informados que os lotes não vieram para o interior de São Paulo e que, mesmo nas outras regiões, a maioria dos produtos destes lotes já estaria com o prazo de validade vencido”, contou o gerente Claudinei Aparecido Lopes.

Consumidor

A orientação da Vigilância de Penápolis é que o proprietário do estabelecimento, assim como o consumidor, observe o fundo da caixa onde é registrado o número do lote, e avise o órgão caso seja encontrado algum produto que faz parte dos lotes interditados. “Todos devem prestar atenção não só no prazo de validade, fundamental na hora de comprar qualquer produto alimentício, e também no lote”, orientou Vlademir. Independente do lote do produto, o consumidor deve observar sempre se há alguma alteração quanto ao odor, sabor ou cor do leite. “Qualquer alteração ou dúvida deve ser trazida ao nosso conhecimento”, disse, “O mesmo se aplica a quem, após a ingestão do leite, sentiu algum sintoma de intoxicação”, acrescentou o coordenador.

Investigação

A interdição pela Anvisa foi anunciada na sexta-feira, com base em laudos da Polícia Federal que constataram irregularidades no processamento do leite. Na semana passada, 27 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de adulteração foram presas durante uma operação conjunta da Polícia Federal com a Procuradoria da República e o Ministério Público. Duas cooperativas de Minas, localizadas em Passos e Uberaba, estão sendo investigadas sob acusação de terem misturado ao leite substâncias como soda cáustica e água oxigenada, com o intuito de disfarçar a baixa qualidade do produto. Segundo divulgado pela Anvisa, a quantidade adicionada não é suficiente para causar dano à saúde dos consumidores. Ainda assim, a recomendação é que o consumo destes lotes seja suspenso. (AR)