Prevenção contra Aedes: Vigilância realiza limpeza em cemitério e retira dez toneladas de criadouros

Na última quinzena de setembro, cerca de 15 funcionários do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Penápolis estiveram engajados numa força tarefa para limpeza do Cemitério Municipal de Santa Cruz, o mais antigo da cidade. O enfoque principal foi para a eliminação de materiais que podem servir de criadouros do mosquito Aedes aegypti. O mosquito, além da dengue, também é transmissor de outras doenças, como a febre chikungunya e o zika vírus, e se reproduz em água parada.
Segundo informou o agente de saneamento Marco Souza, que coordenou a equipe durante os trabalhos, o inseto tende a ter seu ápice de reprodução na próxima estação, que é o verão. “Por conta disso, a Vigilância Epidemiológica realizou a tarefa preventiva de eliminação de criadouros, antes da temporada chuvosa e de bastante calor”, comentou.
“Conseguimos eliminar mais de 10 toneladas de detritos existentes no cemitério, entre vasos velhos e quebrados, vasos sem furo para saída de água, flores artificiais velhas e demais materiais plásticos oriundos de embalagens e enfeites, tudo que armazena água parada”, contou o agente. Ainda de acordo com o agente de saneamento, os vasos recolhidos estavam irregulares, e em épocas de chuva poderiam se tornar um risco a saúde pública. “Tudo foi encaminhado para o aterro sanitário do município”, relatou Marco.
Para combater o inseto transmissor das doenças, também foi providenciada a colocação de areia até a borda nos demais vasos existentes na necrópole, evitando a água parada.
No caso do Cemitério Municipal Jardim da Paz, não existem vasos no local, pois trata-se de cemitério parque, onde o regulamento não permite a colocação dos mesmos.
A Secretaria Municipal de Saúde pede o apoio da população para que não volte a depositar nos túmulos e jazigos, vasos inadequados e enfeites plásticos, colaborando para que a cidade fique preparada para este verão, a temporada típica de aumento dos mosquitos. O apoio da comunidade é fundamental na prevenção às doenças.

Iniciado levantamento do índice de infestação do mosquito

A Secretaria Municipal de Saúde de Penápolis, por meio do Serviço de Vigilância Epidemiológica, iniciou nesta semana o Liraa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti) no município. A conclusão dos trabalhos deve acontecer no final deste mês de outubro, quando será divulgado o indicador do município e a análise da área com o índice de infestação mais elevado. O Liraa é um índice calculado por amostragem, em que a cidade é dividida em três grandes áreas e são vistoriados 600 imóveis por área.
De acordo com o Ministério da Saúde, o índice a partir de 1% já é alarmante para uma epidemia de dengue e outras doenças causadas pelo Aedes aegyti. O último Liraa feito em Penápolis foi no mês de julho, quando o índice foi de 0,33%.
As ações de combate ao mosquito não tiveram trégua no município de Penápolis desde o início do ano, já que são constantemente realizadas visitas casa a casa por parte dos agentes de saúde. Eles orientam os moradores sobre a eliminação dos criadouros. Existe ainda o projeto “Todos Juntos contra o Aedes”, em que as visitas domiciliares são realizadas também aos sábados, para atingir as residências fechadas durante a semana. Segundo comentou a servidora encarregada da Vigilância Epidemiológica Municipal, Lucimari Domingues Oliveira, durante as visitas de rotina, foram encontrados alguns focos do mosquito.
“Dentro das próprias casas são verificados criadouros em bandejas de geladeiras, pratos de plantas, box de banheiro, calhas e lajes, e também sanitários que não tem uso frequente”, disse.  “Por isso é necessário monitorar diariamente os quintais e verificar se há criadouros dentro da própria casa, principalmente nesse período que antecede as chuvas, para que o município não enfrente uma nova epidemia como ocorreu em 2015”, alertou Lucimari.

Balanço
De acordo com o balanço feito pelo Serviço Municipal de Vigilância Epidemiológica, desde o início de 2016, Penápolis registrou 40 casos positivos de dengue por exame laboratorial e 391 casos por avaliação clínico epidemiológica. Também houve dois casos confirmados de zika vírus por exame laboratorial, e 27 avaliações clínico epidemiológicas. Nenhum caso de febre chikungunya foi registrado em Penápolis.
Os dados foram atualizados em 27 de setembro de 2016.

Secom – PMP