Classificados

VÍDEOS

Residência pega fogo em Penápolis
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

CIDADE & REGIÃO

06/08/2015

População se manifesta contra preço do etanol na cidade

Rafael Machi
Detalhes Notícia
Donos de postos alegam que valor é ajustado de acordo com a distribuidora

DA REPORTAGEM

Insatisfeitos com os preços do etanol vendido nos postos de combustíveis de Penápolis, munícipes estão se organizando para realizar uma manifestação popular no próximo sábado (08), percorrendo ruas e postos de combustíveis da cidade.  A principal reivindicação por parte destas pessoas é em relação à diferença de preços em Penápolis - que varia de R$ 1,90 até R$ 1,95 – para postos de combustíveis de cidades da região, como Araçatuba e Birigui, onde o litro do etanol pode ser encontrado a R$ 1,49. 
Em maio deste ano, o DIÁRIO DE PENÁPOLIS publicou matéria falando sobre os altos preços em relação a outras cidades. Na época, o etanol mais barato em Penápolis estava sedo comercializado a R$ 2,05. De acordo com um dos organizadores do manifesto, Georgie Dantas Martins, a ideia nasceu através de um grupo de amigos e ganhou apoio popular através de uma rede social na internet. A intenção da manifestação pacífica é de que as pessoas abasteçam seus veículos nos postos da cidade com um litro de etanol ou gasolina e que peçam nota fiscal da venda do produto. “Essa é apenas uma manifestação pacífica, queremos gerar filas e ao mesmo tempo o transtorno de ter que ser emitido a nota fiscal para cada litro abastecido, gerando impostos”, explicou. A concentração dos manifestantes ocorrerá às 12h00 no Parque Santa Leonor. “De lá, com carros, motos e qualquer outro veículo, vamos sair em carreata por ruas da cidade e também vamos parar nos principais postos para que haja o abastecimento destes veículos participantes com um litro de etanol ou gasolina”, disse.
Ele explicou que todas as pessoas estão sendo convidadas a participar deste manifesto. “Mesmo aquelas que não podem participar da carreata, mas que também se sente prejudicada pelos preços praticados, que abasteça durante o dia em seu posto de preferência com um litro de combustível, exija a nota fiscal e em seguida poste uma foto desta nota nas redes sociais. Esta será nossa forma de manifestação, de dizer que não queremos ser prejudicados com preços tão abusivos”, ressaltou.
Para Georgie, o importante é chamar a atenção para o problema enfrentado por quem precisa abastecer seu carro. “Queremos chamar a atenção e mostrar que o penapolense não quer mais pagar pelos preços abusivos em comparação ao restante da região. Nosso evento não tem cunho político, mas a vontade de uma população em se manifestar pelos seus direitos”, finalizou. 


Valor do combustível teria origem na distribuidora

Diante da reclamação feita pelos munícipes em relação ao valor vendido do litro do etanol, a reportagem procurou donos de postos para comentar sobre o assunto. Alguns toparam falar e explicar a situação existente em Penápolis, desde que não fossem identificados por conta de contratos feitos com as distribuidoras. 
Um dos proprietários de postos explicou que não consegue vender seu etanol mais barato porque paga R$ 1,60 no valor do litro na distribuidora. Ele mostrou a nota fiscal sobre o combustível adquirido e disse que não tem o que fazer para baixar mais os preços. “Infelizmente não posso trabalhar sem margem. O que vemos em postos de cidades vizinhas é uma guerra de preços, onde a margem é muito pequena e confesso que não sei como estão conseguindo se manter”, explicou. Para ele baixar ainda mais o valor de seu combustível seria dar um “tiro no pé”. “Se isso acontecesse seria muito bom para o consumidor e num primeiro momento também para mim, mas logo estaria com problemas porque as pessoas precisam lembrar que tenho impostos a serem pagos ao município, estado e união. Além disso, para que um posto se mantenha na cidade é preciso ter funcionários em dois turnos, o que fica difícil de manter com baixa margem como vem ocorrendo em outras cidades”, disse. 
Outro dono de posto informou que paga R$ 1,62 no litro do etanol na distribuidora. Ele revelou que cidades vizinhas estão sendo beneficiadas com combustíveis mais baratos alegando ainda que na cidade de Araçatuba, por exemplo, existem distribuidoras vendendo etanol a R$ 1,35 para os postos. “Porque desta diferença na própria distribuidora? Não sei, já que este é preço passado para nós e não tem discussão. Não queremos explorar nosso cliente, pelo contrário, também brigamos na distribuidora para tais benefícios, mas não somos atendidos”, revelou. Ele disse também que apoia a manifestação marcada para este sábado, já que reconhece a diferença de preços das distribuidoras para com Penápolis. “Entretanto não consigo trabalhar com valor mais baixo em meu posto. Tenho 17 funcionários, estou gerando emprego para nossa cidade e com isso tenho uma série de custos que vão desde impostos até os direitos de meus colaboradores. Infelizmente temos que fazer uma escolha: ou mantemos este preço, já que a distribuidora não diminui; ou baixamos nossa margem e começamos uma série de demissão, já que não teria como pagar meus custos para manter o posto”, lamentou.

ANP
Um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelou que entre os dias 27 de julho e 01 de agosto a média do etanol vendido em Araçatuba é de R$ 1,62, mas que o valor mínimo atestado pela agência é de R$ 1,49. O levantamento também mostra o preço médio passado pelas distribuidoras, sendo de R$ 1,46. O levantamento mostrou também que o valor da distribuidora mais barato em Araçatuba é de R$ 1,36. O mesmo caso tem ocorrido em Birigui. A média do etanol naquela cidade na última semana foi de R$ 1,58. Entretanto, o valor mínimo encontrado em alguns postos também foi de R$ 1,49. As distribuidoras também têm passado o etanol com preços mais baixos, com média de R$ 1,44. O valor mais baixo repassado aos postos, segundo a ANP foi de R$ 1,38. Se por um lado Penápolis chegou a ter o combustível mais caro da região; por outra a realidade já não é a mesma se comparados os valores com a cidade de Lins, por exemplo. Segundo a ANP, em Lins o valor médio do etanol é de R$ 1,93, quem abastece lá pode pagar até R$ 1,99 pelo litro do etanol. Pior ainda é a situação de Marília, onde o cliente, paga R$ 2,09 no litro. Naquela cidade, na semana passada, não se encontrava etanol a menos de R$ 1,93.

Sem responsabilidade
A reportagem entrou em contato com a ANP para saber sobre os valores cobrados em Penápolis. Através de nota, a assessoria de comunicação da Agência informou que não regula nem fiscaliza preços de combustíveis. De acordo com a Lei nº 9.478/1997, alterada pela Lei nº 9.990/2000, vigora no país desde janeiro de 2002 o regime de liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo. Assim, não há qualquer tipo de tabelamento de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorização oficial prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização. A ANP disse ainda que acompanha semanalmente, por meio do Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis, o comportamento dos preços praticados pelas distribuidoras e postos revendedores de combustíveis e que os principais objetivos dessa pesquisa semanal são contribuir para que os consumidores busquem as melhores opções de compra, e permitir a identificação de mercados com indícios de infração à ordem econômica. Fatos que possam configurar infrações contra a ordem econômica, tais como cartéis e preços predatórios, são investigados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
A ANP finalizou dizendo também que, no âmbito estadual, o consumidor que acredite ter havido aumentos abusivos também pode procurar o Procon, cabendo ao órgão a averiguação do fato.

(Rafael Machi)

VEJA TODAS AS NOTÍCIAS

© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade