PONTO DE ENCONTRO: Proibição de estacionamento na avenida gera reclamações

DA REPORTAGEM

Muitos jovens que freqüentam um dos pontos de encontro na cidade nos fins de semana, o cruzamento da avenida Leandro Ratisbona de Medeiros com a rua Antonieta Vilela Ferreira, continuam reclamando da proibição de estacionar naquele local, medida adotada há algumas semanas pela comissão de trânsito a pedido da Polícia Militar. Faixas amarelas e placas indicativas foram colocadas no local, proibindo o estacionamento de veículos no período entre 22h00 e 06h00. Para o estudante Guilherme Tenazin, 19 anos, a proibição tem desagradado os jovens em geral. “A maioria está descontente por que a frequência não é a mesma, os amigos estão deixando de vir à avenida e as pessoas estão procurando outros locais, se dispersando”, comentou. Ele diz que muitos estão estacionando seus veículos, na Antonieta Vilela, próximos às residências do Villaje, fugindo dos locais proibidos. “Daqui a pouco a reclamação de barulho será ainda mais intensa”, alertou. O único espaço na citada via onde é permitido o estacionamento em 45 graus é defronte a rádio Difusora, por ser uma área particular, e o restante da via no sentido da av. Leandro Ratisbona de Medeiros. O munícipe, Alex Rodrigues Moura, funcionário da Câmara Municipal, procurou a reportagem do Diário, alegando que foi multado por policiais militares mesmo estando estacionado em um local permitido pela Comissão de Trânsito. O fato teria ocorrido na noite de sexta-feira, 05, por volta das 23h30. “Eu estava estacionado defronte a rádio Difusora quando policiais me abordaram e simplesmente me multaram, alegando que estava em local proibido”, comentou. Ele explicou que estava com amigos e que os policiais estavam no estacionamento do outro lado da via, onde de fato existe a proibição, mas eles se aproximaram alegando que o autuaria. “Existiam várias outras pessoas lá, porém, quando viram que a polícia iria autuá-lo, foram embora”, disse. Segundo Alex, após aplicarem a multa, os policiais saíram, e outra viatura se aproximou e ameaçou apreender seu veículo caso ele não o retirasse. “Tentei explicar que estava em uma área particular, sendo permitida a minha permanência, porém, de nada adiantou, tive que sair para não ter mais problemas”, ressaltou. Ele disse que também é contra a proibição de estacionamento no local. “Aquele era o ponto de encontro dos jovens, não acho justo dispersarem as pessoas, mesmo que seja para diminuir o número de ocorrências policiais”, afirmou.

Polícia Militar
Segundo o 1º Tenente PM Fernando da Cunha Bachiega, Comandante do Pelotão de Polícia Militar de Penápolis, a proibição foi efetivada após reunião entre a PM, Comissão Municipal de Trânsito e Associação de Moradores do Bairro Villaje, onde a maioria votou pela proibição de estacionamento no local. “O objetivo não é terminar com o ponto de encontro dos jovens, mas fazer com que o número de ocorrências que têm ocasionadas no local diminua, como o tráfico de drogas e a violência, além do incômodo de moradores por parte de alguns jovens que exageram nas brincadeiras”, comentou. Quanto ao fato da multa que teria sido aplicada indevidamente, Bachiega informou que os policiais já foram devidamente instruídos e que agem somente no local proibido. “A PM sabe que em frente à rádio Difusora é permitido estacionar e por isso não aplica multas nos veículos, porém estamos fazendo um trabalho muito eficiente quanto a fiscalização nos estacionamentos proibidos”, ressaltou. Ele informou que o rapaz – Alex - que se sentiu prejudicado deve procurar a PM para que a situação seja esclarecida. “Estamos à disposição para resolvermos este impasse, estamos certos de que tudo pode ser resolvido da melhor maneira, sendo que o caso será investigado para sabermos se realmente houve a autuação indevida”, disse.

Legislativo
O assunto do estacionamento também foi discutido por vereadores na sessão da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 08. Entre os vereadores que opinaram contra a proibição está Célio de Oliveira. “Acho que erraram ao proibir o estacionamento naquele local, é a única área de diversão dos jovens”, comentou. Ele disse que ficou assustado quando passou pelo local, na noite de sábado, 07, e viu o local quase vazio. “Quem chega à Penápolis e não sabe da situação se assusta com o pouco movimento, quero saber o que vão fazer quando estes jovens forem para outros lugares”, ressaltou alertando sobre o assunto. “Se eles foram para um lugar aberto, como a marginal do córrego Santa Leonor, o barulho será ainda maior devido à abertura do local, além de também ser um bairro residencial”, finalizou. (Rafael Machi)