Polícia: Trotes telefônicos preocupam a população

DA REPORTAGEM

Uma nova forma de trote através do telefone tem ocorrido na cidade preocupando a população. Algumas pessoas, que não querem se identificar devido ao medo, procuraram a reportagem do DIÁRIO para falar das ligações que receberam de pessoas desconhecidas, que do outro lado da linha não se manifesta de nenhuma forma. Uma comerciante que afirma receber este tipo de ligação, diz ter receio desta prática. “Não sabemos quem é e qual a intenção da pessoa, então ficamos preocupados”, comenta. Ela disse que recebe as chamadas repetidamente por diversas vezes durante o dia em sua empresa e quando atende a pessoa na linha às vezes dá risada, não se manifesta ou começa a fazer perguntas estranhas. “Quando a pessoa fez algumas perguntas percebi que se tratava de um homem e como não o reconheci, não respondi nada do que foi questionado”, afirmou. Curiosamente, as ligações recebidas por ela não são identificadas através de seu aparelho “bina” e por diversas vezes, a linha permanece ocupada por muito tempo – cerca de 10 minutos - atrapalhando seu trabalho. Outro munícipe um aposentado, residente na Vila Formosa, afirma que recebeu diversas ligações durante o dia e também à noite. “É algo muito estranho, afinal não sei do que se trata e o que a pessoa quer”, diz. As características da ligação recebida por ele são semelhantes aos das descritas pela comerciante. “Ouço apenas uma voz que dá risada, isso quando se manifesta; às vezes eu atendo e a pessoa desliga”, afirma. Ele disse que o incômodo é tão grande, que por muitas noites o telefone passa horas desligado para que ele possa dormir.

Precaução
A Polícia Militar de Penápolis afirma que não há registros de ocorrências devido a estas ligações, mas alerta para alguns cuidados que a população deve ter. De acordo com o Capitão da PM, Carlos Frasca, está se tornando comuns os trotes oriundos de penitenciárias, no qual o autor simula um seqüestro de algum parente da vítima, ou que a pessoa teria sofrido um acidente, para exigir o depósito de dinheiro em contas bancárias falsas. “Eles buscam informações sobre a vítima para depois aplicarem o golpe já com base em alguma informação que tenham conseguindo antes da ligação”, afirma. Ele alerta que a pessoa que receber este tipo de chamada não deve, de forma alguma, fornecer dados pessoais ou citar nomes de parentes. Caso receba alguma ligação na qual haja ameaça de seqüestro ou sobre algum acidente e for exigido o pagamento de alguma quantia, deve-se manter a calma e tentar identificar o paradeiro da pessoa da qual se fala. “Manter a calma é o mais importante, antes de tudo, deve-se entrar em contato com a pessoa que dizem estar sequestrada ou sofrido o acidente para constatar a veracidade ou não do fato”, ressaltou. Ele finaliza dizendo que a PM deve ser comunicada caso aconteça este tipo de problema para se evitar que a pessoa caia em algum golpe.

Outro caso
No último dia 13 deste mês, uma aposentada de 61 anos foi vítima de um caso como este. Ela teria recebido uma ligação, cujo homem que estava do outro lado da linha, se identificou apenas como sendo membro de uma quadrilha e que havia seqüestrado seu filho. Uma outra pessoa pegou o telefone afirmando por várias vezes “mãe, eles me pegaram, você faz o que eles querem, arruma o dinheiro pra eles”. Desesperada ela chegou a falar o nome do filho. O autor da ligação pegou o telefone e exigiu o pagamento de R$ 30 mil, caso contrário, eles matariam seu filho. Mesmo dizendo não ter a quantia, o homem continuava afirmando que se o dinheiro não fosse depositado, eles o matariam. A vítima pegou todo o dinheiro que havia com ela, totalizando R$ 920, no qual foi depositado em uma conta fornecida pelos bandidos. Após a ação, ela entrou em contato com o filho e confirmou que ele estava bem. Quando a conta havia sido localizada, o dinheiro já havia sido sacado. (Rafael Machi)