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CIDADE & REGIÃO

28/06/2007

Pesquisadores monitoram emissão de carbono na bacia do Lajeado

Detalhes Notícia

Pesquisadores da Fundação SOS Mata Atlântica e da Esalq-USP (Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo) irão monitorar a quantidade de emissão de carbono produzido na bacia hidrográfica do Ribeirão Lajeado, manancial que abastece o município de Penápolis.

Os pesquisadores irão realizar a implantação de povoamentos florestais com espécies nativas, visando a neutralização de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Este sistema vem sendo executado pela SOS Mata Atlântica há mais de sete anos, introduzindo no Brasil o conceito de mercado voluntário de reduções de emissões deste tipo de gás. Todas as atividades serão realizadas com apoio do Consórcio Intermunicipal Ribeirão Lajeado e do Daep (Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis).

A pesquisa, que terá como base a recomposição ciliar efetuada na bacia do Ribeirão Lajeado desde 1991, será feita nos moldes exigidos pelo Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 na cidade de Kyoto, no Japão, que só entrou em vigor oficialmente a partir de 2005, após a Rússia ratificá-lo em novembro de 2004.

 

Visita

Na primeira visita realizada à bacia do Lajeado os pesquisadores, acompanhados do coordenador do Consórcio Lajeado, Carlos Alberto Feltrin, e do Chefe de Serviços Luiz Antônio Parladore, conheceram os plantios; nas próximas semanas eles já estarão em campo efetuando os levantamentos necessários. O Consórcio Lajeado disponibilizará todos os dados de diagnósticos já efetuados na bacia hidrográfica para a execução do projeto. Segundo informou o professor da Universidade de São Paulo e PhD em Bioestatística e Inventário Florestal, Hilton Thadeu Zarate de Couto, a metodologia básica de cálculo da neutralização consiste em, a partir de uma estimativa de emissões executada para uma situação especifica (evento, atividade, empresa ou pessoa), calcula-se o número necessário de árvores  para neutralização. “Existem alguns pontos frágeis para o processo que precisamos ficar atentos. São a possibilidade de erro de cálculo durante a estimativa de emissões e da quantidade necessária de árvores para neutralizar a emissão. O erro de inventário de emissões é raro, uma vez que possuímos várias metodologias e tabelas detalhadas. Já para o potencial de fixação de Carbono por florestas nativas, vemos uma considerável falta de informação e pouco consenso sobre a reduzida massa de dados disponíveis, principalmente quando tratamos de povoamentos plantados com espécies nativas” – informou Hilton Thadeu.

 

Elementos estudados

Já o pesquisador da Key Associados e SOS Mata Atlântica, Jeanicolau Simone de Lacerda, explicou que dado a falta de dados biométricos dos povoamentos, não é possível apresentar o delineamento definitivo, porém, alguns elementos serão estudados neste trabalho de pesquisa. “Estudaremos o incremento médio volumétrico e de carbono dos povoamentos a partir da implantação de parcelas fixas de inventário e conseqüente definição de curvas de crescimento, a biomassa, teor médio de carbono e densidade básica de espécies implantadas, visando verificar as variações para as condições dos povoamentos objeto” , detalhou.

“O resultado esperado é um modelo para quantificação de CO2 equivalente fixado em toneladas/hectare, gerado a partir de variáveis como mix de espécies, idade e dados biométricos”. A Fundação SOS Mata Atlântica irá demarcar áreas para a realização do monitoramento. O projeto terá a duração de quatro meses na primeira fase, devendo o monitoramento das parcelas fixas estender-se por 20 anos.

 

Referência

Para o diretor presidente do Daep e secretário executivo do Consórcio Ribeirão Lajeado, Lourival Rodrigues dos Santos, a cidade de Penápolis foi escolhida pela referência que possui em consórcios e ações ambientais. “Graças ao trabalho desenvolvido ao longo dos anos, Penápolis servirá de modelo para este projeto de experiência inédita no Brasil”, falou Lourival. “O Consórcio Ribeirão Lajeado possui dois diagnósticos da bacia hidrográfica, um de 1991 e outro de 2003. Este novo projeto será muito importante para ampliarmos as ações ambientais não apenas na bacia hidrográfica do Lajeado, mas em todos os rios que cortam nosso município”, concluiu. Secom – PMP

O que é o Protocolo de Kyoto

 

O Protocolo de Kyoto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Conferência de Toronto, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's (Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática, em inglês), Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Também reforça seções da UNFCCC. Constitui-se no protocolo um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.

Discutido e negociado em Kyoto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999. Oficialmente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004. Por ele se propõe um calendário onde os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012, em relação aos níveis de 1990.

Os países signatários terão que implantar planos para reduzir a emissão destes gases entre os anos de 2008 e 2012. A redução das emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas, tais como reformar os setores de energia e transportes, promover o uso de fontes energéticas renováveis, eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção, limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos e proteger florestas e outros sumidouros de carbono.

Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que deva reduzir a temperatura global entre 1,4º C e 5,8º C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.

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