Pesquisa estuda uso do bagaço da cana-de-açúcar para produzir etanol

O uso do bagaço da cana-de-açúcar para a produção de etanol está perto de se transformar em realidade. O bagaço antes usado apenas para gerar energia nas usinas está sendo pesquisado por um grupo de professores da Unesp de Rio Preto na produção do combustível. A nova tecnologia, segundo os pesquisadores poderá elevar em 100% a produção do combustível no Brasil sem a necessidade de expansão da cultura.

Nos laboratórios da Unesp muito trabalho. Quatro professores de diferentes disciplinas se reuniram para fazer uma pesquisa em que parte da matéria-prima era simplesmente jogada fora. Durante o processo convencional da produção do álcool, o bagaço da cana em muitas usinas não é aproveitado. Há um ano, os pesquisadores desenvolvem um projeto para produzir mais etanol a partir do bagaço da cana.

A dificuldade dos pesquisadores foi extrair o açúcar do bagaço. Para isso, durante os estudos foi desenvolvida uma maneira para romper a estrutura física do material. O novo estudo poderá proporcionar  aumento na produção de álcool. Benefícios também para o meio-ambiente. O estudo já foi premiado por um banco privado. O s pesquisadores receberam R$ 200 mil para dar continuidade as pesquisas. O departamento de Engenharia de Tecnologia de Alimentos também participa da pesquisa. Uma máquina, desenvolvida para atender as necessidades dos pesquisadores, está sendo usada para acelerar a proliferação de fungos no bagaço durante a fermentação.

A nova pesquisa também vai trazer um novo benefício. O aproveitamento do bagaço na produção do etanol vai permitir que as usinas de açúcar e álcool produzam o combustível na entressafra, que vai de novembro a abril. Segundo a Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) o Brasil é o maior exportador mundial de açúcar e etanol. De abril até outubro, o volume de cana moída cresceu 8,35%. Comparando com o mesmo período do ano passado, a produção de álcool aumentou para 16 bilhões de litros.