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CIDADE & REGIÃO

14/07/2013

Penápolis tem o maior índice de abando escolar na região

Rafael Machi
Detalhes Notícia
A diretora do CIE, Rosângela Mello (esq.) e a Dirigente Regional de Ensino, Sueli Bonfietti, explicam os projetos aplicados contra o abandono escolar

DA REPORTAGEM

 

O município de Penápolis ocupou o 1º lugar no ranking regional de cidades com maior número de abandono escolar no ano 2011. A informação é da "Qedu", plataforma digital desenvolvida pela empresa Meritt e a Fundação Lemann. Naquele ano, 374 alunos abandonaram a escola em Penápolis, maior que os 303 registrados em Birigui, e 247 em Araçatuba. A estatística foi estimada por meio de uma metodologia própria, baseada em dados oficiais do governo federal. Conforme os responsáveis pelo levantamento, os dados foram obtidos diretamente das planilhas divulgadas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). O órgão do Ministério da Educação lança apenas as porcentagens de alunos que se evadiram por município. Assim, os valores absolutos foram calculados a partir das matrículas do Censo Escolar 2011. A diretora do Centro de Informações Educacionais (CIE) da Diretoria de Ensino de Penápolis, professora Rosângela Mello, informou que o possível motivo para que a cidade tenha um índice como este seja as dificuldades que os alunos do sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) tenham em permanecer na escola. Ela explicou que, normalmente, o aluno que participa deste tipo de ensino é aquele que necessita trabalhar durante o dia e estudar a noite, sendo submetido a uma dura carga ocupacional. "Principalmente cortadores de cana e outros trabalhadores braçais. Eles são submetidos a uma dura jornada de trabalho e a noite, quando precisam estudar, estão exaustos, o que faz com que muitos acabem abandonando a escola", comentou. Ela ressaltou que o estudo não levou em consideração a economia da cidade, que pode influenciar diretamente nestes dados. "Penápolis é uma cidade que depende, basicamente, da cana. Muitos trabalhadores de outros estados vêm para a cidade com seus filhos e realizam suas matrículas em nossas escolas. No entanto, ao término da safra, retornam para suas cidades com os filhos e não pegam as respectivas transferências, ocasionando uma rotatividade muito grande de alunos de outros estados", ressaltou. Dentre outras dificuldades encontradas por escolas da cidade está a falta de incentivo familiar para alguns alunos, não havendo o compromisso de alguns pais e até mesmo a gravidez precoce de alunas, que também acabam abandonando a escola para cuidar de seus filhos recém-nascidos. "Existe uma série de fatores, como em qualquer outra cidade, que faz com que o abandono escolar exista, mas em casos como estes não podemos achar culpados, mas temos que nos preocupar com soluções para que estes problemas sejam amenizados e até mesmo zerados nas escolas públicas de Penápolis", completou Rosângela.

 

Soluções e incentivos

Com objetivo de diminuir o número de abandono escolar na cidade, a Diretoria de Ensino de Penápolis planeja uma série de atividades de incentivo a alunos e professores. Projetos também já existem na rede estadual de ensino como forma de incentivo, como o programa ‘Educação - Compromisso de São Paulo’, que tem como meta fazer a rede estadual de ensino alcançar níveis de excelência e valorizar a carreira de professor. A iniciativa prevê, entre outras medidas, a atuação concentrada em escolas mais vulneráveis, diretrizes estratégicas para vários projetos já implantados, entre outros. A atuação de Professores Mediadores e ainda a ações de incentivo à participação familiar na escola do filho. Segundo a dirigente regional de ensino de Penápolis, Sueli Bonfietti, além destes trabalhos incentivados pelo governo e que também são desenvolvidos em Penápolis, a Diretoria possui ainda projetos específicos para a cidade, visando atuação direta de acordo com as necessidades de cada escola. "Assim como já fazemos em outras oportunidades, no final de julho teremos reuniões nas escolas de planejamento. Esta é a oportunidade de discutirmos principais problemas da escola, inclusive o abandono e procurarmos soluções viáveis", explicou. As medidas para a solução de problemas nas escolas têm dado bons resultados com o passar dos anos. Somente em Penápolis, em 2011, nas escolas da cidade haviam 5,2 mil alunos matriculados. Deste total 8,35% abandonaram as aulas. Em 2012 a média de alunos matriculados se manteve a mesma, no entanto o abandono escolar teve queda significativa em 4,3%. No primeiro semestre deste ano, a Diretoria de Ensino registrou 2,7% de abandono escolar sob o total de matriculados. "Queremos manter os números sempre em baixa. Para este segundo semestre já estamos tomando iniciativas para que a estatística não aumente para diminuí-la a cada ano", ressaltou. Outro exemplo é em relação ao abandono de alunos de uma escola da cidade, que não teve seu nome revelado. Sueli explicou que em 2011, 148 alunos abandonaram aquela escola. "Através de um intenso trabalho junto à direção escolar, alunos e pais, conseguimos reduzir este número para 55 em 2012 e no primeiro semestre deste ano registramos apenas 1 caso de abandono, o que é motivo de orgulho e incentivo para as demais escolas", enfatizou. "o Conselho Tutelar e o Ministério Público também têm participação fundamental neste processo de melhoria, já que estão sempre conosco em trabalhos de incentivo e solução de problemas com alunos, o que também serve como forma de incentivo para cada criança e adolescente", finalizou Sueli. Com relação ao abandono escolar, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou, que o caso pode se tratar de alunos que mudaram de Estado, não citando outras razões. "É importante ressaltar que os dados de abandono não devem ser considerados como sinônimo de evasão, já que a taxa inclui estudantes que mudaram de Estado, por exemplo, e que não deixaram de frequentar a escola", diz a secretaria. (Rafael Machi)

 

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