Penápolis ainda sofre com desabastecimento de gás

DA REPORTAGEM

Penápolis ainda tem sofrido com o desabastecimento do gás de cozinha nos depósitos da cidade que revendem os botijões aos consumidores finais. O problema surgiu durante a greve dos caminhoneiros em todo o Brasil e que terminou ainda na semana passada. Mesmo uma semana após o fim das paralisações, a falta do gás de cozinha ainda é uma realidade vivida por muitas pessoas, que não conseguem encontrar o produto.
Na tarde de ontem, por exemplo, a reportagem do DIÁRIO procurou, em diversos depósitos, a venda do botijão de gás cheio, entretanto, em nenhum dos pontos procurados o produto foi encontrado. Em um dos depósitos, os portões estavam fechados e os funcionários haviam sido dispensados por falta do gás.
Em um dos depósitos onde há falta do gás de cozinha, existe lista de espera dos clientes que aguardam a chagada do produto. O gerente do local revelou que teve que tomar a medida para dar preferência aos clientes e beneficiar aqueles que já aguardavam o reabastecimento.
Em outro local, o botijão de 13 quilos está em falta desde o início da semana. O depósito até recebeu alguns botijões, mas eles se esgotaram rapidamente por conta da grande procura. 
O mesmo ocorreu com o comerciante Edmilson dos Reis, o Nil. Na semana passada o DIÁRIO mostrou a grande fila de pessoas que se formou em seu depósito com a chegada de cerca de 300 botijões. Outras remessas também chegaram ao local em outros dias, mas todo seu estoque se acabou rapidamente.

Distribuidora
Segundo Nil, o problema continua sendo a distribuidora do gás que fica na cidade de Bauru. A grande demanda de gás nos últimos dias tem dificultado o abastecimento da distribuidora com o chamado gás a granel, que é transportado em caminhões tanque da refinaria até a distribuidora. Com a falta do gás na distribuidora, os caminhões da região que chegam para encher os botijões vazios acabam ficando parados, aguardando novas liberações. “Isso tem nos gerado prejuízos. Eu mesmo sou o responsável pelo transporte do meu gás, então eu tenho encargos para pagar, como diária do motorista e sou obrigado a ficar com o caminhão parado, esperando uma nova remessa. Sem contar o prejuízo aos meus clientes, que também acabam ficando sem o gás”, destacou. 
Os problemas gerados com a falta do gás de cozinha e a demora na normalização da distribuição têm feito com que o preço do produto também sofra alterações. Em Penápolis, o botijão de 13 quilos tem sido vendido, em média, a R$ 70. 
Enquanto a situação não é normalizada, a dona de casa Aparecida Soares Martinho, vai economizando com o gás que ainda resta em sua casa. “Estou tentando economizar o gás que tenho, fazendo refeições mais rápidas no preparo e buscando até outras opções, como o microondas e o forno elétrico”, afirmou.
Ela contou que vinha economizando o gás desde a greve dos caminhoneiros. “Logo depois que acabou a greve eu sabia que num primeiro momento a busca pelo gás seria grande, por isso, ainda aguardei mais um pouco para comprar meu novo botijão, mas confesso que não esperava que a situação se prolongaria desta forma. O problema é que meu gás está acabando e estou sem opção de onde comprar”, revelou.
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Petrobrás para saber sobre o abastecimento do produto no interior de São Paulo, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia sido enviada.

(Rafael Machi)